As cinco piores campanhas da história da Premier League até 2017/18

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A temporada 2018/19 da Premier League não será marcada apenas pelas grandes campanhas de Manchester City e Liverpool, pela luta do G-4 ou pelas surpresas do meio de tabela. Podemos ter, neste ano, uma das piores campanhas da história da PL.

O Huddersfield Town, depois de uma heroica permanência em 2017/18, não resistiu e faz uma campanha pífia. Até a 34ª rodada, o Hudds tem 14 pontos e, ao que parece, não caminha para acumular muito mais do que agora.

Caso tudo se mantenha como está, os Terriers terão uma das cinco piores campanhas da história da Premier League. Diante da possibilidade, a PL Brasil decidiu relembrar as cinco piores campanhas – até agora – em toda a história da nova liga, desde 1992.

Abaixo, listaremos uma a uma, os cinco piores times da Premier League em todos os tempos (para muita tristeza dos torcedores dos mesmos):

5º: Sunderland, 2002/03 – 19 pontos (saldo -44)

A expectativa para a temporada era boa, mas no fim o desempenho dos Black Cats foi desastroso (Foto: Rui Vieira – PA Images via Getty Images)

Depois de bons momentos no início do século XXI (sétimo lugar duas vezes seguidas em 1999/00 e 2000/01), o Sunderland escapou do rebaixamento por pouco em 2001/02. Com 40 pontos, foi o 17º e último fora da zona, a quatro pontos da queda.

Para 2002/03, a expectativa era que os Black Cats fizessem uma campanha de sobrevivência. O que se viu em campo, na verdade, foi totalmente diferente.

A temporada até teve a chegada do atacante norueguês Tore Andre Flo, do Rangers, por valor recorde até então no clube (6,75 milhões de libras). O técnico era Peter Reid, que estava no time desde 1995 e foi o comandante de belas campanhas, como um acesso e os dois sétimos lugares já citados.

Mas nem ele resistiu. Depois de oito anos, Reid foi demitido com dois meses de temporada – oito pontos em nove jogos. Para o seu lugar chegou Howard Wilkinson, que ficou marcado pela conquista da liga com o Leeds United em 1992.

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Wilkinson assumiu em outubro e fez 20 jogos pela PL. No começo ele deu um novo ânimo, emendando quatro partidas de invencibilidade. Mas parou por aí: nos últimos 15 jogos, apenas uma vitória. Em março de 2003, veio a demissão.

A última cartada foi Mick McCarthy. Depois de treinar a Irlanda na Copa do Mundo de 2002 (indo às oitavas), ele ficou parado até assumir o Sunderland em 2003. Mas o estrago já estava feito: nove jogos, nove derrotas e o rebaixamento consumado.

No fim foram apenas 19 pontos, com quatro vitórias, sete empate e 27 derrotas. O artilheiro do time na liga foi Kevin Phillips, com apenas seis gols. Os Black Cats ficaram a 25 pontos do Bolton, último fora da zona em 17º.

4º: Portsmouth, 2009/10 – 19 pontos (saldo -32)

As dificuldades financeiras refletiram diretamente no desempenho e na pontuação do Portsmouth em 2009/10 (Foto: Chris Ison/PA Images via Getty Images)

Depois de algumas campanhas sólidas no fim dos anos 2000, que incluíram a conquista da Copa da Inglaterra em 2007/08, o Portsmouth chegou à temporada 2009/10 com expectativas ruins. Tudo por causa do péssimo momento financeiro que culminou em vexame.

A crise financeira atingiu violentamente o clube. No começo da temporada, jogadores importantes foram vendidos, como Glen Johnson para o Liverpool e Niko Kranjcar e Peter Crouch para o Tottenham.

Ademais, o clube ficou quatro meses sem pagar atletas e teve quatro donos diferentes durante o ano. Por não pagar seus credores, o Pompey entrou em concordata em fevereiro de 2010.

Com isso, ele esteve sob administração judicial, o que protegia os credores (a PL até dividiu as cotas de TV do Portsmouth entre os credores para sanar algumas dívidas). O resultado na tabela foi a perda de nove pontos.

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A punição, inédita na história do futebol inglês, apenas sacramentou o rebaixamento. Dentro de campo, o clube quebrou uma marca histórica: teve o pior começo da história da PL, com sete derrotas nos sete primeiros jogos.

O treinador Paul Hart esteve no comando por 13 jogos, ganhando apenas dois. Em novembro de 2009, ele foi demitido e substituído por Avram Grant, vice-campeão da Champions League com o Chelsea em 2008.

O novo treinador até começou bem, emendando duas vitórias e um empate em cinco jogos. Mas nos 25 jogos em que comandou a equipe, apenas cinco vitórias. Em campo, foram 28 pontos – que viraram 19 por conta da punição pelos problemas financeiros.

Por incrível que pareça, mesmo com esse péssimo momento, o Pompey ainda conseguiu chegar à final da FA Cup. Mas parou por aí: derrota por 1 a 0 para o Chelsea e o vice-campeonato.

A crise financeira foi tão pesada que por pouco não faliu, chegou a bater na quarta divisão e hoje está na terceira – nunca mais voltou à primeira divisão.

3º: Aston Villa, 2015/16 – 17 pontos

“Quatro treinadores, três vitórias, dois CEOs, um Aston Villa”, faixa da torcida que resume bem a temporada do clube (Foto: Clive Brunskill/Getty Images)

Em 2014/15, sob o comando de Tim Sherwood, o Aston Villa conseguiu uma bela arrancada para se livrar do rebaixamento (foi o 17º) e chegou à final da Copa da Inglaterra, perdendo para o Arsenal. A alegria do clube acabou por aí.

Logo após o fim da temporada, um dos destaques do time, o capitão Fabian Delph, anunciou em meio aos rumores de saída que “queria provar que ainda existia lealdade no futebol” e ficaria no Villa Park.

Pouco depois, com a saída do camisa 9 Christian Benteke para o Liverpool, Delph se transferiu para o Manchester City. A bizarra e polêmica saída foi apenas um resumo do que viria pela frente para a equipe.

Foram apenas 17 pontos em 38 jogos. Três vitórias, oito empates e 27 derrotas em uma campanha miserável. Os Villans venceram na abertura naquela PL contra o Bournemouth, em 8 de agosto de 2015, e depois só voltaram a vencer em 12 de janeiro de 2016, contra o Crystal Palace.

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O jejum foi de 19 jogos, o equivalente a um turno inteiro sem ganhar. Depois da vitória contra o Palace, o time ganhou apenas mais uma, em 6 de fevereiro diante do Norwich. Dali até o fim, mais 13 jogos sem triunfos.

Tim Sherwood, que salvou o clube na época anterior, ficou no comando durante 10 jogos. Depois de um jogo com o interino Kevin MacDonald, Rémi Garde assumiu por 19 partidas, ganhando duas e perdendo onze. Ao final, mais um interino: Eric Black, que ficou no cargo durante os últimos sete jogos.

Para completar, polêmicas típicas de um time desorganizado. Primeiro com o experiente zagueiro Joleon Lescott publicando uma foto de uma caríssima Mercedes logo após derrota por 6 a 0 para o Liverpool em casa. Depois com o atacante Gabriel Agbonlahor, que foi flagrado em uma festa no dia do rebaixamento do Villa.

2º: Sunderland, 2005/06 – 15 pontos

Em um time fraco e com pouquíssima inspiração ofensiva, o Sunderland viu mais um vexatório rebaixamento em sua história (Foto: Michael Steele/Getty Images)

O Sunderland consegue a proeza de voltar à lista com uma campanha ainda pior do que a de 2002/03. Depois daquela queda, os Black Cats subiram apenas em 2004/05, como campeões da segunda divisão e com incríveis 94 pontos em 46 jogos.

Diante disso, 2005/06 reservava boas esperanças – que se transformaram em enorme decepção. O técnico ainda era Mick McCarthy, o mesmo que encerrou a campanha de 2002/03. Mas nitidamente o time não estava preparado para um retorno ao alto nível.

Foram 12 reforços trazidos na janela de verão e um elenco reforçado em grande quantidade, mas em pouquíssima qualidade. Das 38 rodadas daquela PL, o Sunderland esteve na zona de rebaixamento em 37.

A temporada começou com cinco derrotas seguidas, interrompidas por dois empates e uma vitória. A partir dali, veio uma sequência de 14 derrotas, dois empates e uma única vitória em 17 jogos. O suficiente para derrubar Mick McCarthy do comando.

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O auxiliar Kevin Ball ainda tentou dar um jeito como interino até o fim da temporada, mas era impossível. Em 13 jogos no comando, foram dez derrotas, dois empates e apenas uma vitória. Foram 23 pontos de distância para o Portsmouth, último a se salvar.

O time era tão inoperante que o artilheiro da temporada, o francês Anthony Le Tallec, fez apenas cinco gols em todas as competições. Os cinco principais marcadores da equipe fizeram, somados, 17 tentos em 42 jogos.

Na época, era a pior campanha da história da PL e não se imaginava que seria batida tão cedo. O que ninguém previa era que, dois anos depois, um time ainda pior aparecesse.

1º: Derby County, 2007/08 – 11 pontos

Não adiantou pedir ajuda aos céus: nenhum milagre foi capaz de subir o terrível Derby em 2007/08 (Foto: Martin Rickett – PA Images via Getty Images)

Em 2006, Billy Davies chegou para assumir o Derby County, então na segunda divisão. Ao desembarcar em Derbyshire, ele afirmou que o projeto era construir uma equipe competitiva em três anos. O que ele não contava era que isso seria bem encurtado.

Isso porque, logo na temporada 2006/07, o Derby superou o drama dos playoffs e subiu à Premier League. A surpreendente ascensão acabou sendo um problema: várias contratações questionáveis, um time com pouco talento e inexperiente e muita esperança em volta. O resultado? Desastre.

O Derby começou a Premier League 2006/07 com um empate diante do Portsmouth. Depois vieram quatro derrotas, incluindo um 6 a 0 para o Liverpool, que fez as bolsas de apostas já abrirem palpites para quando o clube seria rebaixado – era setembro.

Curiosamente, depois disso pintou a primeira vitória: 1 a 0, em casa, sobre o Newcastle. A única em todo o torneio. Dali em diante foram 32 jogos e nenhum triunfo sequer. Os Rams emplacaram a maior sequência sem ganhar na história da PL até hoje.

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Para se ter uma ideia, essa foi a única vitória em tempo normal do Derby na temporada inteira. Além da PL, o clube foi eliminado na primeira rodada da Copa da Liga e só avançou à segunda rodada da FA Cup após dois empates e vitória nos pênaltis do replay sobre o Sheffield Wednesday (depois perdeu para o Preston North End e foi eliminado).

Rapidamente, o Derby virou alvo de piadas e menosprezo em todo o país. Foi a primeira vez na liga que um time foi rebaixado em março – no dia 29, faltando seis rodadas, a queda já era confirmada.

Billy Davies, comandante do improvável acesso, foi demitido com 14 jogos. Para o seu lugar chegou Paul Jewell, que já havia conseguido grandes viradas no Bradford City em 2000 e no Wigan em 2007, mas não foi capaz de tamanho milagre.

Ao total, 11 pontos – uma vitória, oito empates e 29 derrotas. Um desempenho memorável, mas por em um sentido nada desejável.

Onde o Huddersfield de 2018/19 pode se encaixar nesta lista?

Na atual temporada, o Huddersfield tem 14 pontos em 34 rodadas, com saldo de -48. Ou seja, continuando com essa diferença de gols, o Hudds teria que fazer seis pontos dos últimos doze possíveis para não entrar nas cinco piores campanhas da história.

Mas a missão não é nada fácil. O time ainda enfrenta Liverpool (fora) e Manchester United (casa), que brigam por título e vaga no G4, respectivamente. Contando que os dois jogos em questão são derrotas praticamente certas, seriam necessárias duas vitórias nos dois jogos restantes.

A campanha de 2018/19 do Huddersfield é séria candidata a entrar na lista (Foto: Reprodução/Sky Sports Premier League)

Com isso, o Huddersfield teria que vencer Watford (casa) e Southampton (fora) para se livrar da incômoda lista. Missões muito complicadas para um elenco que pouco fez e amargou um rebaixamento tão categórico.

Ou seja: se tudo seguir o script projetado, muito possivelmente a lista de cinco piores campanhas da história da Premier League terá uma atualização ao final de 2018/19.

Redacao
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