‘Fizeram uma petição para me tirar da seleção da Inglaterra, foi triste’

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Uma das joias da Inglaterra na década passada que não correspondeu às expectativas e, hoje, aprecia o fato de ter passado por divisões inferiores. Essa é a história, muito resumida, de Tom Cleverley.

Em entrevista ao jornal “Telegraph”, o atual treinador do Watford comentou sobre seu surgimento como astro no Manchester United, a petição para que fosse expulso da seleção inglesa e opiniões curiosas sobre a carreira de treinador.

Cleverley: de promessa do Manchester United ao exílio na Inglaterra

O ex-meio-campista, antes chamado de “o novo Fàbregas”, disse que prefere ficar no banco, como treinador, do que em campo como jogador. E deu os motivos para isso.

Cleverley era uma promessa do United. Ele foi convocado pela Inglaterra em muitas ocasiões e jogou 13 vezes pelos Três Leões em um período de 2012 a 2013 — e era cotado para jogar a Copa do Mundo de 2014.

Cleverley pelo Manchester United
Cleverley pelo Manchester United (Foto: Icon Sport)

Nesse período, no entanto, se tornou um dos primeiros alvos da nova era de críticas nas redes sociais, justamente quando o United entrou em declínio na era pós-Alex Ferguson.

— A temporada em que vencemos a Premier League [2012-2013] foi a melhor experiência. A próxima temporada foi a pior. Sofremos muito após a última temporada de Ferguson e, pessoalmente, sofri muito — disse o ex-meia.

À medida que o United piorava, Cleverley foi o escolhido pelo público para críticas. Pouco tempo depois, criou-se uma petição online para exigir que o então técnico da Inglaterra, Roy Hodgson, o excluísse da seleção da Copa do Mundo de 2014.

— É algo que, como pai, não gostaria de ver meu filho passar – realizar seus sonhos e ser derrubado com tanta força. Respeito muito os jogadores que passaram por esse processo [críticas extremas nas redes sociais] e ainda saíram no topo: Raheem Sterling, Harry Maguire.

“Jogar pelo United, o maior clube do país, jogar pela Inglaterra e depois uma petição sair [tentando] tirar você da seleção. É um processo bastante difícil para um jovem de 23 anos

‘Prefiro ser técnico do que jogador’

As 35 anos, Cleverley diz que nunca se sentiu mais à vontade do que agora, e que prefere ser treinador do que estar em campo como atleta.

Ex-seleção inglesa, Cleverley comanda o Watford
Ex-seleção inglesa, Cleverley comanda o Watford (Foto: Imago)

Ele reforçou que os altos e baixos da sua carreira nos gramados também o ajudaram a ser um técnico mais completo. Para ele, é melhor ter passado por três divisões, brigado por título e por rebaixamento, do que ter vivido apenas os momentos bons.

— Podemos rotular as pessoas como experientes com bastante frequência. Alguém como [Ryan] Giggsy, que esteve no mesmo clube, com as mesmas exigências de ganhar troféus, alta pressão e, sim, ele é experiente. Mas ele não experimentou batalhas pelo rebaixamento — disse.

“Sinto que, em meus 400 jogos no futebol profissional, experimentei muitas coisas boas e ruins, e isso me tornou mais resistente no início da minha carreira”, argumentou o técnico do Watford.

Guilherme Ramos
Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

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