Olimpíadas: No que o Brasil deve ficar de olho contra os EUA da inglesa Emma Hayes

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Em busca da inédita medalha de ouro, o Brasil enfrenta os Estados Unidos na final do futebol feminino das Olimpíadas neste sábado (10), às 12h (horário de Brasília). Será a primeira final da lendária Emma Hayes, ex-técnica do Chelsea, à frente da seleção feminina dos Estados Unidos.

Apesar de a treinadora inglesa, que já levantou 16 taças com as Blues, ter assumido o time americano há pouco mais de dois meses, já é possível ver os traços do seu DNA na equipe, como a precisão no momento de escolher suas jogadoras.

Hayes surpreendeu ao decidir deixar a veterana Alex Morgan fora das Olimpíadas, focando na missão de rejuvenescer a equipe, por exemplo.

A PL Brasil analisou o trabalho recente da treinadora inglesa para indicar três pontos aos quais as brasileiras devem ficar de olhos abertos se quiserem sonhar com sua primeira medalha de ouro na modalidade.

O ataque fulminante

Sophia Smith, Trinity Rodman e Mallory Swanson: o trio de ataque da seleção americana feminina (Foto: Icon Sport)

Esse é, com certeza, uma das principais melhorias promovidas por Hayes — contando com a sorte de ter suas jogadoras saudáveis.

O grande vilão da eliminação dos Estados Unidos na última Copa do Mundo, na qual elas caíram nos pênaltis contra Suécia nas oitavas de final, foi o ataque ineficaz.

Apesar de terem alcançado a taxa de 9,3 gols esperados (xG) no total até sua eliminação — ou 2,3 xG por jogo –, de acordo com a “ESPN”, as americanas marcaram apenas quatro vezes no torneio. Um número baixo para uma seleção matadora e tão acostumada a vencer.

As coisas mudaram desde o primeiro jogo de Hayes no comando. Segundo o site de estatísticas “FootyStats”, esse índice desceu para 1,92 xG nas Olimpíadas. Em contrapartida, foram 11 gols marcados em 5 partidas, uma média de 2,2 gols por jogo.

Nos Jogos Olímpicos, isso tem acontecido graças ao trio formado pelas promissoras Sophia Smith, Trinity Rodman e Mallory Swanson. As três estavam no torneio da Oceania, mas é visível o quanto elas cresceram em apenas alguns jogos com a nova treinadora. Se na Copa, elas foram responsáveis por três gols e duas assistências, em Paris já são nove gols e cinco assistências na conta do grupo.

A defesa sólida

Naomi Girma em ação pela seleção feminina dos Estados Unidos
Naomi Girma em ação pela seleção feminina dos Estados Unidos (Foto: Icon Sport)

O trunfo da defesa americana tem nome e sobrenome: Naomi Girma.

A zagueira que acabou de completar 24 anos joga como uma veterana e tem sido uma das responsáveis pela solidez do setor defensivo do time que sofreu o menor número de gols, junto com o Canadá: 2.

A zagueira do San Diego Wave é a líder em passes certos de toda a competição (120), além de carregar as marcas de 0,8 interceptações, 1,8 desarmes, 6 bolas recuperadas e 4,4 cortes por jogo, de acordo com o “Sofascore”. Girma defende bem no chão, no alto e ainda ajuda nos passes para o meio-campo.

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Mapa de calor de Naomi Girma nas Olimpíadas (Imagem: Sofascore)

A superioridade na posse de bola

O último ponto para o Brasil ficar de olhos abertos é a superioridade na posse de bola. O domínio do jogo, de forma geral, foi algo que Hayes construiu no Chelsea feminino e que tornou o time tão imbatível. E o mesmo tem se repetido nos Estados Unidos.

Durante as Olimpíadas, o único time que se atreveu a “ir para cima” das americanas foi a Alemanha, ainda na fase de grupos. O resultado da estratégia foi um sonoro 4 a 1 para os EUA. As duas equipes se encontraram nas semifinais novamente, mas as alemãs pareceram ter aprendido a lição e jogaram mais contidas, levando o jogo a terminar por 1 a 0 já na prorrogação.

Para efeito de comparação, na Copa do Mundo, os Estados Unidos tiveram uma média de 54% de posse de bola. Nas Olimpíadas, esse número cresceu para 67%, segundo o “FootyStats”.

Resta ao Brasil decidir se irá se arriscar indo para o tudo ou nada ou se irá se fechar, jogando por “uma bola”.

Maria Tereza Santos
Maria Tereza Santos

Jornalista pela PUC-SP. Na PL Brasil, escrevo sobre futebol inglês masculino E feminino, filmes, saúde e outras aleatoriedades. Também gravo vídeos pras redes e escolhi o lado azul de Merseyside. Antes, fui editora na ESPN e repórter na Veja Saúde, Folha de S.Paulo e Superesportes.