O dia 29 de maio de 2017 ficou eternizado para os torcedores do Huddersfield Town. Após um empate por 0x0 no tempo regulamentar, os Terriers venceram o Reading nos pênaltis e comemoraram o retorno à divisão de elite do futebol inglês, o que não acontecia desde a temporada 1971-72. Mas o que esperar do time inglês na temporada 2017/18?
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David Wagner e o crescimento do Huddersfield
David Wagner ganhou a sua primeira oportunidade como treinador no Borussia Dortmund II (a equipe reserva do BVB). Ele foi convidado para este desafio pelo seu amigo de longa data: Jürgen Klopp (na época comandando o time principal). Após três temporadas oscilantes no clube alemão, era hora de viver “novos ares”. O técnico assumiu o Huddersfield em novembro de 2015. Na época, o Huddersfield somava três vitórias em 16 partidas disputadas. Wagner fez o suficiente para permanecer na Championship; com orçamento inferior à maioria dos clubes, o time sofreu com a inconsistência. Na temporada 2016-17, ele pôde montar um Huddersfield “com a sua cara”.
David apostou em jogadores das divisões inferiores da Alemanha – algo que ele conhece bem. Michael Helefe (Dynamo Dresden), Chris Lowe (Kaiserslautern) e Collin Quaner (Union Berlin) vieram de graça. Além deles, o clube desembolsou £1.800,000 de libras pelo zagueiro Christopher Schindler, do 1860 Munich. O atacante Elias Kachunga (que seria o artilheiro do time na temporada) também veio do país germânico por empréstimo. Por fim, o manager apostou em jovens promessas dos clubes ingleses: Kasey Palmer e Isaiah Brown (Chelsea); Danny Ward (Liverpool) e também o meia Aaron Mooy (Manchester City) que já não é mais jovem assim (26 anos). Contratações pontuais aliadas a empréstimos certeiros resultaram na 5ª colocação e o direito de disputa dos Play-Offs.
O Huddersfield passou por Sheffield Wednesday e Reading – teoricamente o favorito – e conquistou o tão sonhado acesso à Premier League. É a estreia do time na competição desde o novo formato, e o retorno à elite do futebol inglês depois de 45 anos (a última vez foi na temporada 1971-72). Apesar do longo tempo fora, os Terriers podem se orgulhar de sua história na liga. O time foi tricampeão inglês na década de 20 (1923/24; 1924/25 e 1925/26), feito atingido apenas por mais outros três clubes: Manchester United, Arsenal e Liverpool.
Os preparativos para a temporada 2017/18
O Huddersfield começou muito bem ao assinar um novo contrato com o técnico David Wagner. É claro que o alemão terá um grande desafio – pois esta é a sua primeira temporada numa liga de elite e considerada por muitos a mais difícil do mundo – entretanto o seu trabalho até aqui o credencia para isso. O Presidente Dean Hoyle comemorou a sua permanência: “Tudo se volta para a lealdade. David poderia ter deixado o clube em várias ocasiões na última temporada. As pessoas colocaram a tentação em seu caminho com grandes salários, mas ele permaneceu leal e, com o que aconteceu em Wembley, tudo veio muito bem. Agora podemos continuar e avançar na Premier League e deve ser uma temporada emocionante”, afirmou Hoyle.
O time já se movimentou e muito no mercado de transferências. E esta tem sido a melhor janela da história do Huddersfield, pelo menos nos valores. O clube bateu por pelo menos três vezes o seu recorde de valor pago a um jogador com as vindas de Steve Mounié (Montpellier, €13 milhões); Aaron Mooy (Manchester City, €9 milhões) e Laurent Depoitre (Porto, €5 milhões). Também chegaram ao time o goleiro Jonas Lossl (por empréstimo junto ao Mainz); o winger Tom Ince (Derby County); o meio-campista Kassey Palmer (novamente emprestado pelo Chelsea); o também meia Danny Williams (Reading); o lateral Scott Malone (Fulham) e o zagueiro Mathias Jorgensen (Copenhagen). Com novas caras chegando e a permanência dos mais importantes jogadores da temporada passada, as expectativas são positivas.

O Huddersfield é um grande ponto de interrogação na temporada 2017/18. Mesmo com o bom mercado de transferências que vem realizando, o nível que encontrará na Premier League é altíssimo. A falta de experiência da maioria dos jogadores em uma competição tão desafiadora e um bom elenco (com boas opções no banco de reservas) podem pesar para o time. À princípio, o Huddersfield brigará para não voltar de onde veio, mas não seria nenhuma grande surpresa se os Terriers fizessem uma excelente temporada; até agora tem se planejado para isso.