Desde a chegada de Ronald Koeman como técnico da equipe azul de Liverpool, o elenco vem sofrendo mudanças e alterações significativas. Há um consenso entre a torcida do Everton e jornalistas de que o holandês trouxe de volta um brio perdido dos Toffees quando estavam sob o comando de Roberto Martinez. Um jogo mais vertical apareceu, mais incisivo, mas ainda bastante baseado em um homem de referência, no caso Romelu Lukaku.
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O começo da temporada passada empolgou muita gente, quando estava invicto e na segunda posição. Após a ótima arrancada inicial, o time começou a se perder e um espaço em particular da equipe mostrou uma tremenda fragilidade: o meio campo. Num jogo específico contra o Leicester, ainda no ano passado, o buraco na região ficou evidente. Nesse e em mais alguns outros jogos, o time dependia quase que exclusivamente do famoso chutão dos zagueiros para Lukaku brigar pela primeira bola no alto. Com o passar da temporada, os erros foram sendo ajustados e o Everton começou a ter um meio campo encorpado.
Percebendo a deficiência no setor, Koeman indicou um jogador que já trabalhara com ele no Southampton e estava amargando o ostracismo de Mourinho no United. Morgan Schneiderlin chegou em janeiro como o jogador com maior número de interceptações nos últimos anos da Liga e logo ganhou espaço. O meio feito com Gueye e Schneiderlin ficou pura classe (e desarme)! Nesse período, o Everton bateu seu recorde ao conquistar oito vitórias seguidas jogando no Goodison Park pela Premier League.
Na semana passada, os Toffees anunciaram a contratação do cobiçado Davy Klaassen. O conterrâneo de Koeman foi o capitão e camisa 10 do surpreendente Ajax da última temporada. Com média de 80% de aproveitamento dos passes, Klaassen chega provavelmente para ser titular ou para brigar pela vaga de Ross Barkley. Este último é uma incógnita no clube. Torcedor do Everton desde pequeno, o menino Ross ainda não definiu seu futuro. O pior de tudo: fontes apontam interesse de alguns time ingleses.
A dispensa de alguns perebas atletas como Cleverley, Koné, Gibson e Oviedo só fez e fará bem ao elenco. É uma pena que provavelmente os Blues perderão Deulofeu, que parece acertado com o Barcelona.
Os Toffees possuem atualmente o líder de desarmes da última temporada da Premier League: Idrissa Gueye. Possuem o primeiro lugar em número de interceptações nos últimos anos: Morgan Schneiderlin. Possuem a experiência do segundo jogador que mais atuou em jogos da Premier League na história: Gareth Barry. Possuem a grande revelação da última temporada que promete ser um grande jogador: Tom Davies. Possuem o diamante amado pela torcida e jogador dos Toffees que mais deu assistências na última edição: Ross Barkley. Possuem a estrela em ascensão e grande promessa do futebol holandês: Davy Klaassen. Além do desafortunado Muhamed Bešić, que não consegue atuar tanto devido a muitas lesões, mas já deu provas que é um ótimo marcador com muita raça. Ainda possuem James McCarthy, que pode servir para tapar alguns buracos aqui e acolá, mas não pode ter condição de titular.
agueirão como foi, Koeman sabe exatamente o valor de um meio campo que saiba proteger bem a defesa e foi exatamente isso que se prezou no começo do projeto. Com isso feito, o holandês e sua comissão técnica começam agora a procurar jogadores que venham acrescentar algo a mais na parte de criação e articulação de jogadas. Klaassen é o maior exemplo disso. Rumores ainda apontam para um antigo interesse dos Toffees no islandês Gylfi Sigurðsson, vice líder de assistências da última edição do certame e quem praticamente carregou nas costas o Swansea durante o campeonato. Inteligente, técnico, decisivo e líder nato, o jogador dos Cisnes seria uma grande contribuição para a meiuca azul.
Outro fator que deve se levar em conta é a iminente saída de Romelu Lukaku. O belga provavelmente voltará ao Chelsea para substituir Diego Costa. Sem a referência do time e autor de grande parte dos gols, os Toffees terão que se adaptar com maior chegada à frente de seus meias. Com poucos gols marcados na última temporada, esse setor do campo precisará se reinventar para suprir a carência. Dificilmente o Everton conseguirá repor um atacante à altura de Lukaku, logo, a equipe deverá cooperar nesse quesito também.
Até o momento, desde a chegada de Koeman e Walsh, o Everton tem se mostrado inteligente nas contratações e mostrando que quer competir na parte de cima da tabela pela Europa. Dinheiro para tal ambição parece não ser exatamente o problema agora. O “Efeito Moshiri” já é sentido na Inglaterra e embora ainda não seja possível competir com os times de Manchester e o Chelsea em questão financeira, pelo menos os Toffees mostram que são uma força em potencial e podem muito bem atrair grandes jogadores e montar um bom elenco para chegar à tão sonhada Champions League.