Certamente, a saída de Sean Dyche nesta última sexta-feira (15) pegou muitos desprevenidos. O técnico comandava a equipe há quase dez anos e conseguiu elevar o patamar do clube. Ou seja, o Burnley deixou de ser aquele que ficava no meio da tabela da Championship e passou a se manter na elite do futebol inglês.
Contudo, não foram apenas temporadas de sucesso que definiram a passagem do treinador. Na primeira, onde entrou ainda em outubro, no meio do campeonato, terminou a campanha com mais derrotas que vitórias e empates. Mas vale ressaltar que, anos depois, conseguiu levar os Clarets para uma competição europeia após 51 anos.
A passagem de Sean Dyche no Burnley não só teve frutos muito positivos, como também instaurou uma cultura que garantiu a permanência na elite. Aliás, garantiu muitos anos na Premier League, até hoje, e chamou a atenção de torcedores e, claro, de investidores, que compraram o clube em 2020.
Um dos feitos mais importantes que o treinador encabeçou foi a construção do centro de treinamento Gawthorpe, após o acesso em 2014. Além disso, trabalhou muito o psicológico dos atletas, criando um novo universo em Turf Moor a partir dos sucessos em campo. Ademais, conseguiu tirar proveito das dificuldades financeiras e do baixo investimento, transformando o clube em uma equipe competitiva.
As críticas a Sean Dyche no Burnley
Decerto, apesar de ser uma figura muito importante, não fora poupado de críticas e dificuldades. Recentemente, essas questões ficaram cada vez mais importantes, muito por conta dos últimos anos. Em 2020/21, ficou em 17º, ou seja, buscou fugir do rebaixamento o campeonato todo. Da mesma forma, em 2021/22, a campanha é ainda pior e as chances de queda do Burnley são altas.
Não é surpresa para ninguém o estilo bastante defensivo dos Clarets. Pois, além de ser uma característica de Dyche, era uma maneira de um time com um elenco muito menos qualificado competir. Contudo, as poucas variações táticas e a dependência em alguns jogadores, que caíram de produção ou saíram do time, pesaram na demissão. E, o mais importante, a falta de resultados positivos: quatro vitórias e 25 pontos em 31 jogos.
Em suma, mesmo com um final complicado, no geral a figura de Sean Dyche será eterna. Seja nos livros de história, na lista de melhores comandantes do clube ou até mesmo no pub da cidade, chamado de The Royal Dyche. A transformação do clube e a longevidade são feitos memoráveis no futebol moderno, e isso não será esquecido pelos torcedores.