Após polêmica com Israel x Hamas, Wembley acaba com ‘uso político’ do estádio

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O arco do estádio de Wembley não será mais iluminado por questões políticas ou campanhas de inclusão. A decisão veio após a Associação de Futebol da Inglaterra (FA) revisar sua política sobre o apoio a esse tipo de causa.

A FA foi criticada por alguns setores no mês passado por não iluminar a estrutura no estádio nacional da Inglaterra em resposta à guerra entre Israel e Hamas. O presidente do grupo da própria FA, “Fé no Futebol”, Rabino Alex Goldberg, chegou a renunciar posteriormente após expressar sua “profunda decepção”.

A efeito de comparação, no ano passado, a entidade decidiu iluminar o arco de Wembley nas cores azul e amarelo da bandeira da Ucrânia em solidariedade ao país após a invasão da Rússia.

Apoio ‘seletivo’ em Wembley foi criticado

O chefe da FA, Mark Bullingham, reconheceu que a decisão do mês passado “causou mágoa na comunidade judaica“, mas disse que a reação adversa fez o órgão governante “questionar se deveríamos iluminar o arco e quando“.

Além do apoio à Ucrânia, o famoso arco do estádio também foi iluminado com cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBTQ+ durante a Copa do Mundo no Catar.

Uma revisão foi realizada e uma política mais restrita foi aprovada. Por conta disso, agora o arco será iluminado apenas em assuntos relacionados ao futebol e entretenimento no local.

A Secretária de Estado do Reino Unido para Cultura, Mídia e Esportes, Lucy Frazer, também havia falado publicamente sobre a decisão da FA de não iluminar o arco em solidariedade a Israel, chamando-a de “extremamente decepcionante”.

Situação da FA engloba a Premier League

A Premier League emitiu orientações aos seus clubes no mês passado, aconselhando-os a proibir bandeiras de Israel e Palestina dentro dos estádios. A liga disse que a decisão foi tomada após consultar organizações de segurança e grupos judaicos, sendo esta uma de suas recomendações.

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Foto: Icon Sport

No lugar da iluminação em Wembley, a FA realizou um período de silêncio antes do amistoso da Inglaterra contra a Austrália para respeitar “as vítimas inocentes dos eventos devastadores em Israel e na Palestina”.

Em uma conferência em Londres, Bullingham disse que “esta foi uma das decisões mais difíceis que tivemos que tomar”:

— A última coisa que queríamos fazer nesta situação era aumentar a mágoa. Não estamos pedindo a todos que concordem com nossa decisão, mas que entendam como chegamos a ela – afirmou.

Guilherme Ramos
Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

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