O arco do estádio de Wembley não será mais iluminado por questões políticas ou campanhas de inclusão. A decisão veio após a Associação de Futebol da Inglaterra (FA) revisar sua política sobre o apoio a esse tipo de causa.
A FA foi criticada por alguns setores no mês passado por não iluminar a estrutura no estádio nacional da Inglaterra em resposta à guerra entre Israel e Hamas. O presidente do grupo da própria FA, “Fé no Futebol”, Rabino Alex Goldberg, chegou a renunciar posteriormente após expressar sua “profunda decepção”.
A efeito de comparação, no ano passado, a entidade decidiu iluminar o arco de Wembley nas cores azul e amarelo da bandeira da Ucrânia em solidariedade ao país após a invasão da Rússia.
Apoio ‘seletivo’ em Wembley foi criticado
O chefe da FA, Mark Bullingham, reconheceu que a decisão do mês passado “causou mágoa na comunidade judaica“, mas disse que a reação adversa fez o órgão governante “questionar se deveríamos iluminar o arco e quando“.
Além do apoio à Ucrânia, o famoso arco do estádio também foi iluminado com cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBTQ+ durante a Copa do Mundo no Catar.
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— Wembley Stadium (@wembleystadium) November 22, 2023
Uma revisão foi realizada e uma política mais restrita foi aprovada. Por conta disso, agora o arco será iluminado apenas em assuntos relacionados ao futebol e entretenimento no local.
A Secretária de Estado do Reino Unido para Cultura, Mídia e Esportes, Lucy Frazer, também havia falado publicamente sobre a decisão da FA de não iluminar o arco em solidariedade a Israel, chamando-a de “extremamente decepcionante”.
Situação da FA engloba a Premier League
A Premier League emitiu orientações aos seus clubes no mês passado, aconselhando-os a proibir bandeiras de Israel e Palestina dentro dos estádios. A liga disse que a decisão foi tomada após consultar organizações de segurança e grupos judaicos, sendo esta uma de suas recomendações.
No lugar da iluminação em Wembley, a FA realizou um período de silêncio antes do amistoso da Inglaterra contra a Austrália para respeitar “as vítimas inocentes dos eventos devastadores em Israel e na Palestina”.
Em uma conferência em Londres, Bullingham disse que “esta foi uma das decisões mais difíceis que tivemos que tomar”:
— A última coisa que queríamos fazer nesta situação era aumentar a mágoa. Não estamos pedindo a todos que concordem com nossa decisão, mas que entendam como chegamos a ela – afirmou.