Manchester United e Liverpool protagonizam a maior rivalidade do futebol inglês. E o embate começou ainda na Revolução Industrial, quando as cidades tinham enorme importância têxtil e disputavam o mercado portuário. No futebol, os conflitos foram intensificados nos anos 1960.
Neste domingo, dia 20 de outubro, mais um capítulo da rivalidade será escrito. A peleja acontece às 12h30, no Old Trafford, e terá transmissão exclusiva da ESPN Brasil e do WatchESPN.
Como chega o Manchester United?
Ao contrário do seu maior rival, o Manchester United chega em baixa. Com apenas nove pontos em 24 disputados, os Red Devils só venceram dois jogos na atual edição da Premier League, ocupam a modesta 12ª posição e já estão a 15 pontos de distância do líder Liverpool e a dois da zona de rebaixamento. É o pior início de campeonato dos últimos 30 anos.
Para piorar a situação da equipe, Ole Gunnar Solskjaer provavelmente não poderá contar com dois pilares técnicos do seu elenco. Paul Pogba e David De Gea não devem atuar no clássico.
O goleiro espanhol se lesionou durante o jogo diante da Suécia, pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2020, na última terça-feira. Já o meio-campista francês, que perdeu quatro dos últimos sete jogos dos Red Devils, ainda está se recuperando de lesão no tornozelo.
Além da dupla, Jesse Lingard também está de fora do confronto. Por outro lado, o time talvez possa contar com o retorno de Anthony Martial e Aaron Wan-Bissaka, ambos titulares. Solskjaer acredita que Martial e Wan-Bissaka possam disputar o clássico. Luke Shaw também é dúvida.
Hoje o United possui um elenco deficitário e carente de jogadores que assumam a responsabilidade de fazer o time jogar. Talvez, Ole Gunnar Solskjaer, ídolo do clube e responsável por episódios como o de Barcelona em 1999 e Paris neste ano, talvez esteja um pouco perdido no cargo e já há uma grande pressão sobre ele na Inglaterra.
Diante do Liverpool, o Manchester United é azarão e uma vitória no clássico seria um grande feito dos Red Devils. Chegaria à terceira vitória e poderia representar uma virada do time no campeonato e na temporada.
O United deve evitar ficar com a bola durante a maior parte do confronto e atuar em contra-ataques rápidos, com peças como Rashford, Martial e Daniel James. Na defesa, terá que ter um desempenho de respeito caso queira parar o trio de fogo Mané, Salah e Firmino.
O melhor United de Solskjaer até o momento atuou no 4-2-3-1, e o norueguês deve manter esse esquema. Uma atuação nos moldes da diante do Chelsea, na primeira rodada da Premier League, seria o ideal para enfrentar uma equipe como o Liverpool. Os Red Devils precisam de um jogo inteligente e equilibrado.
Como chega o Liverpool?
O Liverpool chega para o clássico nas alturas. Os Reds venceram os oito jogos que disputaram na Premier League e estão de forma isolada na liderança. Mas sabem que enfrentar o Manchester United é sempre difícil – não importa o momento do rival.
Para o clássico, a equipe de Jürgen Klopp ganha o retorno do goleiro Alisson Becker, além do zagueiro Joel Matip, que ficou fora da última peleja dos Reds.
Mesmo Adrián fazendo um início de temporada espetacular, é bem provável que Alisson retorne ao time titular. De uma coisa o torcedor do Liverpool pode ter certeza: se nada fugir do anormal, quem jogar vai fazer uma boa partida.
O Liverpool obviamente chega como favorito, mas precisa jogar como tal. Por mais que seja apenas a nona rodada da Premier League, uma vitória diante do United significa demais. Na temporada passada, por exemplo, os Reds fizeram uma partida bem fraca e empataram em 0 a 0. Os dois pontos perdidos serviram para o Manchester City diminuir a diferença.
Além dos três pontos, um triunfo diante do maior rival dá uma moral gigantesca para o restante da competição. É bater no peito e falar: nós somos melhores no momento e precisamos nos impor e conquistar a vitória.
E para vencer o clássico, o Liverpool precisa manter o desempenho da última partida contra o Leicester, onde mandou no jogo durante a maior parte do tempo. Provavelmente a estratégia do United vai ser dar a bola ao Liverpool, jogar fechado e tentar explorar em velocidade os espaços que a equipe de Jürgen Klopp vai oferecer.
Portanto, partindo de uma projeção com este cenário, será fundamental o Liverpool ter variações na hora de atacar. Precisa do apoio dos laterais, da infiltração dos meias, da movimentação de Roberto Firmino para quebrar linhas e da letalidade de Sadio Mané e Mohamed Salah – o departamento médico está otimista que o egípcio terá condições de jogo neste domingo.
Caso o jogo fique burocrático e o Liverpool não saiba o que fazer com a bola, Klopp terá à disposição um Naby Keita que já mostrou ser importante em cenários onde os Reds precisam ser criativos e de um volume ofensivo maior. Ox Chamberlain, que oscilou bastante até aqui – o que é normal – também é uma opção para o Liverpool ficar mais ofensivo.
No setor defensivo, o Liverpool precisa tomar cuidado com os contra-ataques. Isso porque os Reds estão jogando com uma linha bem alta, então obviamente o United vai explorar isso e tentar transformar essa estratégia em deficiência.
Manchester United x Liverpool é um clássico que envolve muita coisa. Então, por mais que o favoritismo esteja com o lado vermelho da terra dos Beatles, não dá para cravar nada. Mesmo os Diabos Vermelhos vivendo o pior início de Premier League de sua história, não vão simplesmente aceitar isso e oferecer três pontos ao maior rival.
Para o United, uma vitória vale uma reabilitação moral e na tabela do campeonato, além de aliviar a pressão no técnico Ole Gunnar Solskjaer. Pelo lado do Liverpool, um triunfo significa aproveitar e ampliar ainda mais a crise que vive o maior rival, além de obviamente seguir na liderança com 100%.
A ver o desfecho do maior clássico da Inglaterra.
Prováveis escalações:
Manchester United: Romero; Dalot (Wan-Bissaka), Maguire, Lindelof, Young (Shaw); Matic (Fred), McTominay, Mata; Daniel James, Martial e Rashford. Técnico: Ole Gunnar Solskjaer.
Liverpool: Alisson (Adrián); Arnold, Matip, van Dijk e Robertson; Fabinho, Henderson e Wijnaldum; Salah, Mané e Firmino. Técnico: Jürgen Klopp.
Colaboraram Lucas Holanda e Yves Vieira.