Manchester United x Barcelona: os grandes encontros entre os 2 gigantes

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Dois grandes times por si só já atraem muita atenção no mundo do futebol. Mas quando as bolinhas do sorteio da Champions League definem que, duas das maiores potenciais mundiais vão se encontrar, o holofote é maior ainda. E foi isso que o destino guardou para Manchester United x Barcelona.

Dois gigantes. Duas marcas ao redor do mundo. Uma fábrica de talentos que não se restringe apenas ao país de origem de cada time. No lado inglês, maior campeão nacional e três títulos de UCL. No catalão, 25 troféus nacionais e cinco europeus.

O encontro entre as equipes é algo raro de acontecer, afinal, nem sempre as bolinhas favorecem o amante do esporte com esse jogo tão grande. Para se ter uma noção, os times se enfrentam, em média, a cada 3 anos, tendo como base seu primeiro encontro, em 1984.

Na história, foram 11 partidas entre os dois times. Os ingleses levaram a melhor em três, os catalães em quatro, e as outras quatro terminaram empatadas.

A PL Brasil então, resolveu separar grandes duelos de Manchester United x Barcelona para apimentar ainda mais o duelo que vem por aí na próxima fase da Champions.

Manchester United x Barcelona: separamos grandes encontros entre os dois gigantes

– Recopa de 1984: A água no chopp de Diego Armando Maradona

Bryan Robson, United, e Diego Maradona momentos antes do jogo da volta. (Foto: Trevor Jones/Getty Images)

A competição era a UEFA Winners Cup, conhecida como Recopa Europeia. Hoje, ela não existe mais. Mas na época, era tão valiosa quando a Champions League nos dias de hoje.

Era a primeira vez na história em que as equipes se enfrentavam. De um lado, o Barcelona do argentino Diego Maradona. Do outro, um sólido Manchester United que almejava voltar aos holofotes do futebol mundial.

Times titulares: (jogo de volta)

  • Mancester United: Gary Bailey, Arthur Albiston, Kevin Moran, Graeme Hogg, Michael Duxbury, Ray Wilkins, Arnold Mühren, Remi Moses, Bryan Robson, Norman Whitesite e Frank Stapleton;
  • Barcelona: Urruti, Alexanko, Julio Alberto, Gerardo, Víctor Muñoz, Bernd Schuster, Perico Alonso, Moratalla, Maradona, Rojo e Marcos Alonso.

O primeiro jogo, na Espanha, foi dominado pelo time da casa. 2 a 0 com gols de Graeme Hogg (contra) e Rojo. Na volta, o espírito Red Devil começava a aparecer nas competições europeias. Uma virada histórica de 3 a 0 com dois gols de Bryan Robson, ofuscando ainda mais uma noite nada inspirada do badalado rival argentino.

Na ocasião, o United acabara sendo eliminado na fase seguinte, semifinal, para a Juventus de Michel Platini, que no final sagrou-se campeã.

– Recopa de 1991: A confirmação de Alex Ferguson

Ainda não nomeado “Sir”, o jovem Alex Ferguson comemora seu primeiro título europeu no United. (Foto: Neal Simpson/EMPICS via Getty Images)

Os times se encontraram mais uma vez pela Recopa, mas dessa vez, o jogo valia troféu. Era a final da competição.

De um lado, um jovem treinador escocês chamado Alex Ferguson que ainda vivia em meio às críticas no seu início de trabalho em Old Trafford. Do outro, o time liderado pelo consagrado e, considerado por muitos, gênio: o holandês Johan Cruyff.

Times titulares:

  • Manchester United: Les Sealey, Denis Erwin, Clayton Blackmore, Steve Bruce, Mike Phelan, Gary Pallister, Bryan Robson, Paul Ince, Brian McClair, Mark Hughes e Lee Sharpe;
  • Carles Busquets, Nando, José Ramón Alexanko, Ronald Koeman, Albert Ferrer, José Mari Bakero, Goikoetxea, Eusebio, Julio Salinas, Miachel Laudrup e Begiristain.

As coisas já começaram a favorecer o lado inglês quando o artilheiro da competição, o búlgaro Hristo Stoichkov, não pôde jogar por conta de lesão. Ainda sim, o time catalão era favorito, tendo peças como Ronald Koeman e Michael Laudrup.

Em campo, era visto um United melhor e menos temido. Talvez pelo fato de dar mais importância para o título, afinal, os comandados por SAF não levantavam uma taça de expressão desde o título nacional de 1966-67.

Os catalães se depararam com um antigo conhecido: o atacante galês Mark Hughes. Se Hughes não deu certo por lá, em campos ingleses ele botou em prática a tão famosa “Lei do Ex”, que já nessa época, não falhava.

O galês marcou dois gols, dígamos que com uma certa ajuda do goleiro reserva Carlos Busquets, que deram para o United seu segundo título continental de sua história.

– Fase de Grupos UCL 1998: Os jogões

Beckham na cola de Rivaldo no jogo da ida, em Old Trafford. (Foto: Clive Brunskill/Allsport)

Os times se encontraram mais uma vez em 1998 para, dessa vez, batalharem por duas vagas no tão cobiçado mata-mata da maior competição europeia. E não ache que o jogo foi fraco só por ser na fase de grupos não.

Dois empates de seis gols. Sim, os dois jogos terminaram em 3 a 3. Os garotos da Classe de 1992 se deparavam com o que restou do esquadrão catalão que, entre 88 e 94, levantou 12 taças.

Times titulares: (jogo em Old Trafford)

  • Manchester United: Schmeichel, Gary Neville, Irwin, Stam, Berg, Beckham, Giggs, Keane, Scholes, Worke e Solskjaer;
  • Barcelona: Hesp, Reiziger, Abelardo, Barjuan, Figo, Cocu, Luís Enrique, Zenden, Anderon, Giovanni e Rivaldo.

A confronto contou com lances memoráveis como o gol de falta de David Beckham, aulas de contra-ataque com Dwight Yorke e Andy Cole, e até gol de bicicleta do brasileiro Rivaldo.

O grupo ainda contou com a presença do Bayern de Munique, que avançou em primeiro com 11 pontos. O United passou em segundo, com 10, e o Barça ficou de fora com apenas oito pontos. Ainda na competição, os ingleses reencontraram os alemães no estádio do Barcelona para conquistar o bi europeu.

Leia mais: West Ham de 1979-80: a última vez que um time fora da primeira divisão venceu a FA Cup

– Semifinal UCL 2008: Paul Aaron Scholes

Paul Scholes no momento em que fez o gol da vitória que classificou os Reds para a final. (Foto: Martin Rickett – PA Images/PA Images via Getty Images)

Essa o torcedor do United lembra e muito. Com elenco estrelado, tendo Van der Sar, Rio Ferdinand, Ryan Giggs, Cristiano Ronaldo e companhia, o Manchester United almejava seu terceiro título europeu.

Do outro lado, um Barcelona que já começava a ver em seu radar um certo baixinho argentino brilhar. Era Lionel Messi, que com seus 20 anos de idade, já ficara entre os três melhores do mundo na temporada anterior.

Times titulares:

  • Manchester United: Van der Sar, Evra, Hargreaves, Ferdinand, Brown, Ronaldo, Park Ji-Sung, Carrick, Nani, Scholes e Tévez;
  • Barcelona: Victor Váldes, Milito, Puyol, Xavi, Iniesta, Eto'o, Zambrotta, Messi, Deco, Abidal e Touré.

O primeiro jogo ficou marcado por um United fechado, se segurando ao máximo do jogo coletivo que já era marca registrada dos catalães. 0 a 0 no placar e tudo seria definido no Teatro dos Sonhos.

Em mais um jogo nervoso, coube ao meio-campista Paul Scholes a responsabilidade de classificar os ingleses para mais uma final europeia. Na ocasião, os Devils se sagraram campeões ao derrotar o Chelsea nos pênaltis.

– Finais da UCL 2009 e 2011: O nascer de Lionel Messi

Messi celebra o segundo gol do Barcelona na final de 2009, em Roma. (Foto: Jasper Juinen/Getty Images)

Como dito acima, Lionel Messi já dava trabalho com seus 20 anos e recém-chegado ao time profissional do Barcelona. Se novo já era assim, imagina quando crescesse? Esse era o maior medo dos adversários. E Messi cresceu.

Não só cresceu como voou alto na final de 2009 em Roma para cabecear uma bola que nem o gigante holandês Van Der Sar conseguiu alcançar. O argentino ali acabava com a chance do bicampeonato europeu inédito dos ingleses.

Passaram-se alguns anos e o destino colocou mais uma vez os times em uma final continental. E o roteiro não foi diferente. Já premiado duas vezes como melhor do mundo, Lionel Messi dessa vez acabou com a festa dos ingleses em seu maior salão de festas: o tão charmoso Wembley. 3 a 1 no placar que colocou mais um grande título na prateleira catalã.

Outros confrontos de Manchester United x Barcelona:

  • Fase de Grupos da UCL em 1994: Na Inglaterra, 2 a 2. Na Espanha, 4 a 0 para os catalães;

Nos próximos dias 10 e 16 de abril, o destinou reservou mais um encontro desses tão grandiosos times. Será que o United conseguirá, mais uma vez, reerguer o espírito grandioso das décadas passadas? Ou será que a soberania de Lionel Messi seguirá intacta?

  • Os maiores artilheiros da era Premier League

Lucas Pires
Lucas Pires

Jornalista em formação que fala sobre esportes