Uma das maiores rivalidades do futebol mundial atualmente, Manchester City e Manchester United têm histórias muito curiosas. Uma delas é a temporada atípica de 1998/1999. Enquanto o Manchester United ganhou a tríplice coroa, o Manchester City deixava a terceira divisão de forma dramática.
Quando o Manchester United ganhou a tríplice coroa e o City subia para a 2ª divisão
Manchester City – 1998/99:
Que o Manchester City é um dos melhores times do mundo na atualidade todos certamente já sabem. Porém, o que é desconhecido pela grande maioria é que, há alguns anos, os Citizens comemoravam o título da terceira divisão.
Após uma temporada tenebrosa em 1997/98 com 48 pontos em 46 jogos, o time acabou rebaixado à terceira divisão da Inglaterra, juntamente com Stoke City e Reading.
Nos quatro primeiros jogos da City na Terceira Divisão, os torcedores já temiam uma nova queda, que seria algo bisonho para uma equipe que já havia sido campeã da primeira divisão inglesa. Porém, com o decorrer do campeonato, o time se sobressaiu e conseguiu se classificar aos playoffs.
A volta à segunda divisão
Depois de superar o Wigan, a equipe, do treinador Joel Royle, enfrentaria o time de Tony Pulis, o Gillingham.
Com um Wembley lotado, o começo do jogo já demonstrava o que seria os noventa minutos: pegado, forte e de extrema vontade. Afinal, os times estavam na disputa mais esperada para ambos naquele ano.
Trinta e sete minutos de partida foi quando Carl Asaba, um dos melhores jogadores do Gillingham, marcou o primeiro gol do jogo, que parecia ser o único gol da partida. Só parecia. Com oito minutos para o fim da partida, Dickov já ia mostrando que seria determinante para o título do Manchester City, após quase marcar e empatar a partida.
“Quem não faz, leva”. O City tomou o segundo gol, e, aos que todos pensavam, se despediam da taça e da chance de subir de divisão. Mas, como nada neste esporte pode ser afirmado com tanto afinco, o jogo ainda tinha muito o que acontecer.
Quatro minutos depois do segundo gol do Gillingham, Kevin Horlock dava mais emoção ao jogo. Porém muitos acreditavam ser apenas um gol que não mudaria muito aquela partida. Mas não. Este gol foi marcante e determinante para uma das maiores vitórias da história dos Citizens, que lotavam com 39 mil torcedores naquele jogo.
Leia mais: Esses são os maiores laterais direitos da era Premier League
Aos 50 minutos de jogo, o que parecia inacreditável se tornou realidade. O Gillingham sucumbiu-se e cedeu o empate.
Num lance muito parecido com o gol de Aguero que deu o título da Premier League aos Sky Blues em 2012, Dickov marca o gol que fez com que o Wembley enlouquecesse.
Passada a prorrogação, a disputa de pênaltis foi o ponto final daquela partida sem dúvida cheia de emoção. Com um emocional muito abalado, o Gillingham foi extremamente mal nas cobranças, enquanto o autor do quarto gol do jogo desperdiçou do outro lado. 3 a 1, e o milagre se tornara realidade: o Manchester City virou nos acréscimos e subiu para a segunda divisão em 1999.
Manchester United – 1998/99:
Com a chegada de Alex Ferguson, os Red Devils tiveram um ânimo a mais, lembrando-se dos maravilhosos anos da década de 1960. Garimpando ótimos jogadores das categorias de base, o time voltou a figurar entre as forças da Terra da Rainha.
Até hoje, torcedores se lembram com saudades do maravilhoso time daquele ano – o único inglês a alcançar o feito.
Campeão da Inglaterra, da Europa e do mundo, o Manchester United certamente marcou história, surpreendendo todos com a incrível Tríplice Coroa.
A reviravolta na Catalunha
“Grupo da morte”. Assim que muitos definem os grupos que prometem ser os mais disputados. Bayern e Manchester participaram de um em 1998/99. Ambas as equipes passaram no mesmo grupo.
Porém o que poucos se lembram é que o time eliminado – além do Brondby, da Dinamarca – foi o Barcelona, um dos maiores times do mundo na época. A equipe inglesa se classificou de maneira invicta, porém só ficou em segundo lugar com dez pontos – dois na frente do time catalão e um atrás do alemão.
Oitavas, quartas e semifinal ficaram para trás, até que o United chegasse à grande final. Lutando contra um tabu histórico que vivia na época, o time entrou na decisão buscando conquistar a Europa, o que um time inglês não conseguia há cerca de vinte e cinco anos. Tudo colaborou para que aquela final fosse um dos maiores jogos do século. E como foi.
O Bayern começou a partida marcando um gol com Basler, aos seis minutos de partida. Os ingleses tiveram dificuldade de atacar, já que a dupla Yorke-Cole estava sendo muito bem marcada pelos alemães, que contra-atacavam de maneira feroz e constante.
Só que, no segundo tempo, Alex Ferguson mostrou que seria um dos maiores treinadores da história do futebol mundial. Aos sessenta e sete minutos de jogo, ele começou a mudar o time. Mas as mudanças só viriam fazer efeito aos noventa e um minutos da partida.
Leia mais: 1991: quando o Tottenham conquistou sua última e inesquecível Copa da Inglaterra
Sheringham, que entrara no decorrer do jogo, marcou o primeiro gol da virada depois de uma cobrança de escanteio que até Peter Schmeichel brigava pela bola. O estádio já explodia de felicidade, mas nem sabiam o que viria acontecer.
No último lance do jogo, Beckham cobra mais um escanteio. A bola voou… e caiu nos pés de Solskjaer, que mandou direto para o gol, marcando o seu nome na história do clube. Nos minutos finais, o United conseguia o “impossível” e conquistava a Champions League.
Leia mais: Pai contra filho: a relação de Inglaterra e Brasil no futebol