O Manchester United vem numa crescente na temporada desde que Cristiano Ronaldo deixou o clube em novembro do ano passado. As atuações dos Red Devils nos últimos três meses tem deixado torcedores esperançosos. Hoje, o time comandado por Erik Ten Hag briga na ponta da tabela na Premier League e decide a final da Copa da Liga Inglesa neste domingo, às 13h30, contra o Newcastle, em Wembley.
A chegada de Cristiano Ronaldo ao United, em agosto de 2021, foi vista como uma volta triunfal de um ídolo a um clube que o consagrou no futebol mundial.
Em 2008, o português se tornou o segundo atleta a conquistar no mesmo ano os prêmios de Melhor Jogador do Mundo da Fifa, Chuteira de Ouro e Bola de Ouro da revista France Football, algo que só havia sido acontecido com o brasileiro Ronaldo em 1997.
Pelo United, CR7 ainda foi eleito duas vezes o FIFPro Player Special Jovem do Ano (2006 e 2007), Melhor Jogador do Ano da FWA em 2007, esteve entre os nomeados melhores da Premier League de 2006-07 e levou o primeiro Prêmio Puskás da FIFA, em 2009.
Na primeira passagem de Cristiano pelo clube, o Manchester United conquistou três Premier League (2006-07, 2007-08 e 2008-09), uma Champions League (2007-08), um Mundial de Clubes (2008), duas Copas da Liga Inglesa (2005-06 e 2008-09), uma Copa da Inglaterra (2003-04) e duas Supercopas da Inglaterra (2007 e 2008). Porém, a passagem do jogador cinco vezes Bola de Ouro esteve longe de ser como foi no clube de Old Trafford entre 2003 e 2009.
Desgaste do ídolo
Apesar de não ter sido brilhante, o desempenho de CR7 em 2021/22 foi bom. O atacante de 37 anos foi o artilheiro do time, com 24 gols em 39 jogos.
Porém, com a chegada de Erik Ten Hag nesta temporada, o português perdeu espaço. Cristiano não participou de grande parte da pré-temporada do United, o que gerou certo desgaste com o treinador. Essa sequência de fatos fez o holandês colocar o craque no banco de reservas.
Ten Hag começou a utilizar o atleta em partidas da Liga Europa, contra adversários de menor evidência. CR7 não ficou contente com a reserva e deixou o banco durante uma partida contra o Tottenham pela Premier League, gerando ainda mais desgaste com o treinador.
O estopim da relação entre o jogador, o técnico e o clube foi quando Ronaldo, em entrevista ao jornalista Piers Morgan, fez críticas pesadas à diretoria do United e ao Ten Hag. Cristiano Ronaldo chegou a dizer que se sentia traído, que nunca tinha ouvido falar do seu treinador antes dele ir para os Reds e que não tinha visto nenhum progresso do Manchester United desde a saída do Sir Alex Ferguson.
Depois disso, o clube imediatamente iniciou o processo de rescisão com o craque. Cristiano Ronaldo se despediu do United pela segunda vez com 27 gols e cinco assistências em 53 jogos nas temporadas 2021/22 e 2022/23.
Sem CR7, desempenho melhora
A saída de Cristiano Ronaldo teve o efeito de tirar um grande peso das costas do Manchester United. Depois que o atacante deixou o Old Trafford, o clube teve 12 vitórias, três empates e três derrotas, o que corresponde a 80% de aproveitamento. O rendimento é considerado alto, ainda mais traçando o paralelo com o aproveitamento do time com CR7, que era de 62,2%.
Manchester United com Cristiano Ronaldo | Manchester United sem Cristiano Ronaldo | |
Vitórias | 34 | 15 |
Empates | 13 | 3 |
Derrotas | 14 | 2 |
Aproveitamento | 62,8% | 80% |
Fator Rashford
Sem CR7, Marcus Rashford assumiu o protagonismo do time. O inglês de 25 anos, revelado na base do Manchester United, está voando em campo e é o destaque da equipe após a Copa do Mundo. Em 18 jogos, ele marcou 16 gols e deu duas assistências. Sua média é de quase um gol por partida. O camisa 10 ainda estufou as redes adversárias em cinco dos últimos seis jogos dos Red Devils:
- Man United 2×1 Crystal Palace – Premier League
- Man United 2×2 Leeds – Premier League
- Leed 0x2 Man United – Premier League
- Barcelona 2×2 Man United – Europa League
- Manchester United 3×0 Leicester – Premier League (marcou duas vezes)
Os Red Devils estão na terceira posição da Premier League, com 49 pontos, apenas cinco atrás do líder Arsenal e três do vice Manchester City.
Além da briga pelo título no Campeonato Inglês, o United terá a oportunidade de levantar a primeira taça após seis anos de seca neste domingo, contra o Newcastle.
A decisão deste final de semana é vista pelo torcedor como uma oportunidade de ter o Manchester United de volta como protagonista do futebol inglês. Acostumado a levantar taças, o clube não sente o gosto ser campeão desde 2017, quando conquistou a Liga Europa da UEFA. Além disso, o maior campeão inglês vive um hiato de 10 anos sem conquistar a Premier League. É o maior tempo sem ser campeão da liga desde 1992, quando a equipe ficou 26 anos sem o troféu.
A final da Copa da Liga Inglesa
O Manchester United chega com moral para a final da Copa da Liga, mas terá um adversário que também está em boa fase. O Newcastle está na cola do time de Old Trafford na Premier League, na quarta posição, com 41 pontos. Os comandados de Eddie Howe estão invictos há sete jogos e com 65,5% de aproveitamento na temporada.
A final deste domingo tem tudo para ser um duelo equilibrado. Além da fase e dos números de Manchester United e Newcastle serem parecidos, o tempo de seca sem títulos também é igual. A última vez que o clube do St. James’ Park levantou uma taça foi em 2017, na conquista da Championship de 2016-17. Porém, o título da Copa da Liga Inglesa seria algo inédito no currículo do time alvinegro.
No retrospecto do confronto, o Manchester leva uma extensa vantagem, com 90 vitórias, 41 empates e 43 derrotas. O United marcou 100 gols a mais do que sofreu contra o Newcastle, com 343 tentos marcados e 243 sofridos.
Manchester United e Newcastle já decidiram três torneios, todos conquistados pelos Red Devils. A primeira foi a final da Copa da Inglaterra de 1998/99, vencida pelos Red Devils por 2 a 0. As outras duas conquistas sobre os alvinegros foram pela Supercopa da Inglaterra de 1952 e 1996. A primeira acabou vencida pelo time de Old Trafford por 4 a 2 e a segunda por 4 a 0.