O Manchester United revelou diversas estrelas ao futebol mundial. Muitas vezes, não as deu oportunidade inicialmente, e as viu brilhar em outros clubes. Foi o que aconteceu com Angel Gomes.
O jovem meia, que recebeu sua segunda convocação para a seleção inglesa na última lista, era uma promessa no United, mas foi “chutado” do clube. Agora destaque no Lille, ele ainda abre as portas para voltar.
Gomes de volta ao Manchester United?
Em longa entrevista ao jornal inglês “The Times”, o meia do Lille comentou sobre seu passado em Old Trafford e a possibilidade de voltar ao clube no futuro.
Torcedor do clube, ele se recusou a descartar um retorno ao United, dizendo que sempre haverá carinho sentimental pelo clube. Mas entende que a Premier League não precisa ser o destino máximo da carreira de ninguém.
— Por mais incrível que seja, depois de encontrar a felicidade no exterior, sei que [jogar na Premier League] não é o fim de tudo — disse o jogador.

Gomes se tornou o jogador mais jovem do United na Premier League quando estreou em 2017, entrando no lugar de Rooney, ainda aos 16 anos. Ele fez dez aparições no time principal.
Antes um camisa 10, agora ele é destaque no Lille como segundo volante, posição na qual o jovem também jogou na Inglaterra ao lado de Declan Rice. E um retorno ao United nessa posição seria positivo.
A história de Gomes com o Manchester United
Quando fez sua estreia pelos Red Devils, revelou que era como um “torcedor em campo” e nunca imaginou sair do clube. Ele recebeu mais oportunidades depois da saída de José Mourinho e a chegada de Ole Gunnar Solskjaer, mas não o bastante.
— Às vezes penso onde estaria agora [se tivesse ficado no United]. Acho que é normal sentir isso, mas o salto e a trajetória que eu dei, os lugares que eu fui, o que aprendi com os diferentes treinadores ao longo do caminho, o detalhe, o esforço e o amor que eles têm colocado no meu jogo, eu não acho que estaria onde estou agora sem isso.

Ele se sentiu negligenciado pelo clube na reta final do seu contrato, que acabou em 2020. Segundo ele, não havia um plano de desenvolvimento dos Red Devils, o que o afastou do clube.
— Foi o período mais difícil da minha carreira. Dentro de campo, fora de campo, eu não sabia o que estava acontecendo. Eles queriam que eu fosse emprestado, mas (…) eu senti que, depois de estar lá toda a minha vida na academia, haveria um plano mais elaborado para que eu progredisse. Essa foi a pílula mais difícil de engolir. Nos últimos seis meses, eu só queria que isso terminasse mesmo” — disse.
Ele deixou o clube em 2020 e passou pelo futebol português antes de se destacar no Lille. E seus planos para o futuro já envolvem ser treinador — o fascínio por táticas cresceu no videogame com o irmão:
— Ele levava muito a sério. Jogávamos no mesmo time e, se eu errasse um passe ou um passe por cima, ele parava, rebobinava a TV e dizia: ‘Irmão, o que você está pensando? Por que você jogou isso no chão quando eu fiz esse movimento?’ Eu não sabia se ele estava fazendo isso para me ensinar posicionamento. Eu tinha apenas dez ou onze anos, mas sempre amei aprender sobre futebol.