O City tem tudo para viver o seu momento dos sonhos em 2021. Virtual campeão da Premier League, o time comandado por Pep Guardiola está a poucos passos da sua segunda semifinal de Liga dos Campeões da história. Mas, assim como em outros anos, a dificuldade na Champions League pode estar não no adversário, mas sim no próprio Manchester City.
Desde a temporada 2011/2012, quando o clube chegou à competição pela primeira vez após o investimento árabe, os Citizens colecionaram mais fracasso do que sucessos. De início, as expectativas não eram tão altas. Dentro de um contexto no qual o clube estava se moldando dentro da nova realidade, o sucesso imediato estava mais próximo da utopia que da realidade.
Eliminado na fase de grupos em 2011/2012 e 2012/2013, a gradatividade foi sendo iminente. Não atoa, o time chegou às oitavas de final nas duas temporadas seguintes. Entretanto, por ter passado em segundo lugar, acabou encontrando o Barcelona nas duas oportunidades e sendo eliminado.
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Conforme o tempo passou e o clube se consolidou na Inglaterra e na Europa, a falta de protagonismo na Champions League passou a ser tratada muito mais como fracasso do que como processo. Principalmente após a chegada de Pep Guardiola.
O treinador espanhol desembarcou na terra da rainha justamente no ano seguinte a melhor campanha, em 2015/2016. Comandados por Manuel Pellegrini, os azuis de Manchester conseguiram, pela primeira vez, a primeira posição de seu grupo naquele ano. Em um grupo com Juventus, Borussia Monchengladbach e Sevilla, os Citizens passaram com quatro vitórias e dois empates.
Líder, o time conseguiu um caminho mais tranquilo do que os anos anteriores. Nas oitavas, classificação tranquila diante do modesto Dynamo Kiev. Nas quartas, enfrentou o também novo milionário PSG e triunfou novamente. Semifinalista pela primeira vez na história. Todavia, quis o destino que o City encontrasse o justamente o Real Madrid, no início de sua hegemonia, e mesmo num confronto muito parelho, terminou eliminado.
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Desde então, o time nunca mais conseguiu chegar tão próximo da final. Apesar de avassalador na Inglaterra, no contexto europeu o destaque passou longe de ser o mesmo. Cada vez mais sólido durante a fase de grupos, o time parou uma vez nas oitavas de final e três vezes consecutivas nas quartas. Duas delas com tons de crueldade e não cumprindo o papel de favorito.
Em 2018/2019, em um dos jogos mais históricos da Champions League, eliminado para o Tottenham no Etihad Stadium. Com direito a gol anulado pelo recém-chegado VAR nos últimos instantes, os Citizens tiveram aquela que foi, talvez, a derrocada mais dramática de sua história.
Na última temporada, o drama foi menor, mas a frustração foi semelhante. Diante de um modesto e nem um pouco favorito Lyon, os ingleses abusaram das chances perdidas e da péssima noite vivida por Ederson. Considerados classificados antes mesmo do confronto acontecer, os comandados de Guardiola ficaram pelo caminho mais uma vez.
Moussa Dembele was Lyon's hero against Manchester City.
Will he be their super sub again tonight? 👀
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Diante da disciplinada equipe francesa, o City viu o adversário cravar as chances que teve e selar a classificação com vitória por 3 a 1 – a partida aconteceu em jogo único em virtude da pandemia da Covid-19. Esse ano, as expectativas são muito semelhantes.
Novamente favorito, o clube tem mais uma vantagem: venceu a partida de ida por 2 a 1. Apesar de não ser o melhor dos resultados quando se joga dentro de casa, é sabido e notório o quanto o time inglês está numa prateleira acima do rival Borussia Dortmund.
Apesar dos aurinegros contarem com o fenômeno Haaland, artilheiro da UCL com dez gols, o Dortmund não está sequer entre os quatro melhores da Bundesliga. Para além disso, o clube alemão tem sido muito mais uma presa fácil em jogos decisivos do que um time que pune seus adversários.
🔝 Fewest number of games needed to score 20 Champions League goals:
⚽️1⃣4⃣ Erling Haaland
⚽️2⃣4⃣ Harry Kane
⚽️2⃣6⃣ Alessandro Del Piero
⚽️2⃣7⃣ Ruud van Nistelrooy
⚽️2⃣8⃣ Filippo Inzaghi #UCL pic.twitter.com/5TYweaObkS— UEFA Champions League (@ChampionsLeague) April 6, 2021
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Assim, os Citizens novamente têm a responsabilildade de fazer seu papel. Considerado por muitos o melhor futebol da Europa, o contexto só favorece o time inglês. Os jogadores destaque não estão lesionados, o adversário não é dos mais difíceis e a vantagem do empate também é deles.
O desfecho, nós não sabemos. Temos expectativas. Prognósticos. Se vencer, cumprirá o que o script previa. Se perder, entrará em mais um dos momentos onde o time decepcionou quando se esperava solidez em contextos europeus.
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