O Manchester City faz o clássico contra o rival Manchester United no início da manhã deste sábado, às 11h (horário de Brasília), em Wembley, para decidir o campeão da Copa da Inglaterra. Esta é a oportunidade do técnico Pep Guardiola manter viva a possibilidade que conquistar o a tríplice coroa, algo que só os Red Devils têm no futebol inglês.
Em entrevista exclusiva à ESPN, o técnico do Manchester City exaltou a importância da final decidida em um clássico e brincou com o fato do United já ter ganhado muitos títulos.
— Eu não sabia que nunca uma final da FA Cup havia sido entre United x City, City x United. E que sorte poder jogá-la. Antes que eu chegasse, desde a saída de Sir Alex Ferguson (as coisas mudaram). Antes, (o City) ganhou com (Roberto) Mancini, com Manuel Pellegrini, já haviam vencido o United. Mas é verdade fomos melhores que eles nestes anos. Eles (United) passaram muitos anos vencendo sempre. Não tem problema ficarem alguns anos sem ganhar — brincou.
Final da Champions League
A outra final que o Manchester City disputará nesta temporada é a da Champions League. Guardiola, que já conquistou três com o Barcelona, busca sua primeira fora do clube catalão, que também será a única na história do clube inglês.
O Manchester City enfrentará a Inter de Milão, três vezes campeã, na tarde de sábado (10), às 16h (horário de Brasília), no Atatürk Olympic Stadium, em Istambul, na Turquia.
— As pessoas vão falar, mas ela não vai tirar o que fizemos. O que fizemos foi extraordinário. Mas se chegamos aqui, (para ir) ao próximo nível, temos que ganhar a Europa. Para ser uma equipe reconhecida de verdade, goste ou não, temos que ganhar a Europa — declarou Guardiola.
Conquista da Premier League
Depois de uma longa perseguição ao então líder Arsenal, o Manchester City conseguiu ultrapassar os Gunners na reta final e conquistar o terceiro título de Premier League consecutivo, o quinto da “era Guardiola”. O comandante dos Citizens comentou sobre os altos e baixos que tiveram na temporada e como fizeram para “tomar” o caneco da equipe londrina.
— Uma temporada sempre tem momentos de altos e baixos. Momentos em que você está melhor. Os adversários também jogam. O importante é saber que você vai ter momentos ruins. No campo e fora dele. E como agir para que os momentos ruins durem pouco. E os momentos bons durem mais tempo. No geral, o ânimo estava muito bom. Na primeira metade, não estávamos bem porque havia outra equipe, o Arsenal, que estava excepcional. Contra isso, vamos, seguimos, sempre próximos. Não faltava muito, fomos pressioná-los. E no final, voltamos a ter esta alma tão competitiva destes jogadores que estão assim há tantos anos — afirmou.
Seleção brasileira
Guardiola já manifestou sua admiração sobre a seleção brasileira de 1982, que acabou não ganhando a Copa do Mundo, mas ficou conhecida por praticar um futebol vistoso. Desta vez, o técnico do Manchester City pregou a mudança do estilo de jogo no futebol mundial. O treinador que ficou muito marcado pelo “tik-taka” com o Barcelona de 2008 a 2012, agora prega um futebol mais pragmático.
— Os êxitos só chegam se as pessoas que agem, o treinador, o clube, os jogadores, acreditem naquilo que fazem. Em 1982, não ganharam (a Copa). E tivemos um mundo mais pragmático no Brasil. A pergunta é, o Brasil sempre ganhou o Mundial jogando igual ou de outra maneira? Foi pragmático porque os treinadores desses momentos queriam jogar desta maneira. No fim, as equipes jogam como o treinador quer. E pelos jogadores que têm. Se essas coisas caminham juntas, as equipes jogam. Se ganhamos assim, todos que ganham fariam assim. É um equívoco. O treinador tem que fazer o que sente — disse.
No fim da entrevista, Pep Guardiola elegeu o melhor jogador brasileiro com quem trabalhou: Ronaldo Nazário de Lima. O Fenômeno jogou junto com o espanhol de 1996 a 1997. Juntos, foram campeões da Supercopa da Espanha, da Copa do Rei e da Recopa Europeia da Uefa, todos em 1996-97.
“Que tristeza quando ele foi (do Barcelona) para a Inter (de Milão). Que tristeza. Que jogador. E que grande cara!”, disse Guardiola.
Guardiola escolheu Ronaldo em uma lista que conta com nomes como Romário, Giovanni, Rivaldo e Sonny Anderson, como jogador; e Sylvinho, Daniel Alves, Maxwell, Adriano e Thiago Alcântara (naturalizado espanhol), como treinador.
