Dono do Brighton ‘alfineta’ processo do Manchester City contra a Premier League

5 minutos de leitura

O Manchester City processou a Premier League em junho na tentativa de acabar com as regras de Transação com Partes Associadas (APT) do campeonato.

Essas normas foram instauradas em 2021, quando o Newcastle foi comprado pela Arábia Saudita. Elas visam evitar que clubes inflacionem e recebam valores irreais em acordos com empresas ligadas a seus proprietários.

Em entrevista ao “The Athletic”, o dono do Brighton, Tony Bloom, expôs o que acha do movimento do Manchester City nos tribunais.

— Cada clube, legalmente, pode fazer isso. Não acho que seja ótimo para a reputação da Premier League, mas essas coisas acontecem. Temos que ver como o processo legal se desenvolve. Não acho que será útil para a Premier League perder o caso, mas vamos descobrir o resultado em breve.

Quais são as regras de APT?

Quando uma equipe acerta um patrocínio comercial ou acordo financeiro com uma empresa ou clube que faz parte de seu conglomerado, existe uma avaliação independente da liga para que um valor justo seja recebido. O Manchester City entende que isso tem que acabar.

O clube reivindica que as regras atuais impedem os clubes de comprar os melhores jogadores e terão consequências como ingressos mais caros e cortes de gastos em categorias de base e no futebol feminino.

Manchester City e o fair play financeiro da Premier League

Manchester City Pep Guardiola Al Mubarak
Pep Guardiola e Al Mubarak, CEO do Manchester City (Foto: Imago)

O PSR (sigla em inglês para “regras de rentabilidade e sustentabilidade”, conhecido como Fair Play Financeiro) restringe clubes da Premier League a perder, no máximo, 105 milhões (R$ 655 milhões) em três temporadas. O Manchester City é acusado de 115 possíveis violações financeiras nos últimos anos.

A maior ameaça enfrentada pelo time é o rebaixamento, mas também pode ser punido com dedução de pontos, assim como foi com Everton e Nottingham Forest na temporada passada.

Em abril, os clubes da Premier League votaram a favor de um teto de gastos para a próxima temporada, além de concordarem em seguir os novos regulamentos de fair play financeiro da Uefa a partir de 2025/26, limitando os gastos a 85% das suas receitas totais em salários, pagamentos de transferências e honorários de agentes.

Acho que faz sentido. Todos estão pedindo para ter coisas mais em tempo real, em vez de sanções baseadas em uma temporada anterior. Ninguém é fã de deduções de pontos também — elas ainda podem acontecer, mas com a natureza em tempo real de como as novas regras serão, acho que os torcedores entenderão melhor e é melhor para a Premier League como um todo — opinou Tony Bloom.

O dono do Brighton espera que as novas regras entrem em vigor nos próximos seis meses para reduzir brechas que clubes têm tentado encontrar nas regras de PSR.

Espero que daqui para frente as regras permitam perdas significativas para cada clube, permitam investimentos, e espero que os donos da Premier League (clube) permaneçam dentro das regras muito mais do que talvez tenha acontecido no passado.

Romulo Giacomin
Romulo Giacomin

Formado em Jornalismo na UFOP, passou por Mais Minas, Esporte News Mundo e Estado de Minas. Atualmente, escreve para a Premier League Brasil.