A audiência sobre as supostas 115 violações financeiras do Manchester City já tem uma data para começar. Atual campeão da Premier League, o City é acusado de não cumprir as regras da liga e corre o risco de graves punições.
De acordo com o jornal “The Times”, a audiência irá começar entre meados e o final de setembro, a menos que haja mais atrasos legais. No entanto, não afirma quais são os primeiros passos que a Comissão Independente irá dar para tratar sobre o caso.
A audiência está programada para durar dez semanas. Os torcedores terão que aguardar até o resultado da sentença, que irá sair apenas no início de 2025.
Audiência sobre caso do Manchester City tem data marcada
A audiência para analisar o cosa sobre as supostas violações do City iria começar em novembro deste ano. No entanto, conforme relatado pelo “The Times”, a data foi adiantada e irá iniciar no próximo mês.
Segundo a reportagem, a mudança de data se dá pelo fato de outro caso envolvendo o Manchester City. No início de junho, o clube entrou com um processo judicial contra a Premier League alegando que as regras de transações com partes associados (ATP) são ilegais. O resultado está previsto para ser divulgado em duas semanas.
O City acusa a liga de “discriminação contra a propriedade do Golfo” — é o nome dado aos países do Golfo Pérsico, região em que do Oriente Médio em que está localizado Irã, Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, entre outros — e está processando a organização por danos. O clube alega que os patrocinadores deveriam ter a liberdade para decidir quanto irão pagar e não ter um valor verificado de forma independente. As regras de ATP da Premier League regulamentam mais os clubes que assinam acordos de patrocínio com empresas ligadas aos seus proprietários.
Com o resultado do processo das regras da ATP, as atenções da Premier League e Manchester City estarão todas voltadas para as supostas 115 violações.
O “The Times” tentou entrar em contato com a Premier League e City, mas ambos se recusaram a comentar sobre o assunto.
O caso do Manchester City
Em 2018, a Premier League iniciou uma investigação sobre o City depois do vazamentos de documentos pelo site “Der Spiegel”. O caso ficou conhecido como “Football Leaks”.
As acusações contra o Manchester City:
- Não divulgar informações financeiras de forma precisa. Isso engloba suas receitas (incluindo as de patrocínio) e custos operacionais.
- Não fornecer detalhes da remuneração de Roberto Mancini durante os quatro anos em que ele esteve no comando técnico.
- Violar as regras de fair play financeiro (FFP) da Uefa, bem como o PSR (lucro e sustentabilidade, que é o equivalente ao fair play financeiro) da Premier League. A liga inglesa alega ainda que o clube não cooperou totalmente com as investigações.
Não está claro as possíveis sanções que o Manchester City pode sofrer caso seja declarado culpado. O “The Times” alega que, se as acusações mais graves forem comprovadas, o clube corre o risco de ser rebaixado.
Durante o período em que é acusado de violar as regras da liga, o City conquistou oito títulos: três Premier League, três Carabao Cup e duas FA Cup.
O Manchester City nega veemente todas as acusações. O clube alega que tem evidencias irrefutáveis que os inocentam.
Embora outros clubes já tenham sido punidos por violações financeiras, como o Everton e o Nottingham Forest, o caso do Manchester City não é tão simples. Os Toffees e o Forest sofreram dedução de pontos por ultrapassarem o limite de 105 milhões de libras em prejuízo, que é permitido pela liga, no período de três anos. O Chelsea também é acusado por outras violações e ainda não foi investigado.
Manchester City já foi punido pela Uefa
Um ano depois do vazamento dos documentos do “Football Leaks”, a Uefa baniu o Manchester City das competições internacionais. Porém, a decisão foi anulada pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
Em 2023, o “The Times” divulgou um relatório da Uefa, criado em 2020, afirmando que uma figura misteriosa dos Emirados Árabes Unidos pagou ao City 30 milhões de libras. Esse valor deveria vir da companhia de telecomunicações Etisalat.
O TAS alega que o pagamento dos 30 milhões de libras em financiamento de capital próprio supostamente disfarçado da Etisalat não poderia ser tratado como violações financeira. A justiça afirma que os valores estavam prescritos.
O comitê do relatório do Conselho de Controle Financeiro de Clubes (CFCB) da Uefa concluiu que os pagamentos, que deveriam ser feitos pela Etisalat, eram “financiamento de capital disfarçado”. Esse financiamento veio dos proprietários do clube inglês, a Abu Dhabi United Group (ADUG) e o Sheikh Mansour bin Zayed Al Nahyan.
Os pagamentos da Etisalat podem ser investigados pela Premier League. Isso se dá pelo fato de que, ao contrário da Uefa, o caso ainda não prescreveu para a liga inglesa.