Manchester City e Arsenal estão entre os principais clubes da Inglaterra atualmente. Boa parte do sucesso que cada time vem tendo nos últimos anos se deve justamente ao rival. Mas… como assim?
De início, pode ser difícil entender como o City é, em partes, responsável pelo bom momento do Arsenal, assim como os Gunners ajudaram na fundamentação do quão gigante que os Sky Blues são hoje em dia. Porém, basta visitar a história para compreender como os dois adversários se copiaram em momentos de crescimento.
Em busca de uma identidade, Manchester City contratou pilares do Arsenal de Wenger
No começo dos anos 2000, o Arsenal de Arsène Wenger foi a grande equipe da Inglaterra ao lado do Manchester United. O time venceu a Premier League duas vezes – forma invicta em 2004 – e chegou à final da Champions League de 2006. Além dos bons resultados, os Gunners se diferenciavam pelo jogo vistoso, de cunho ofensivo e baseado no talento de seus jogadores.
O Manchester City se tornou um time rico em 2008. Com dinheiro no caixa, o modesto rival do United precisava encontrar uma filosofia de jogo para criar um time competitivo. Inicialmente, o Arsenal de Wenger se tornou um espelho para aquela equipe em formação.
Logo na segunda janela de transferências de sua fase rica, os Citizens investiram quase 50 milhões de euros para tirar uma dupla titular do Arsenal. Os valores eram considerados altos em 2009.
- Kolo Touré – 18,7 milhões de euros (2009)
- Emmanuel Adebayor – 29 milhões de euros (2009)
Esses dois atletas chegaram ao Etihad Stadium para serem pilares do time que Mark Hughes começava a construir. As contratações geraram polêmica na Inglaterra e semearam uma rivalidade entre as equipes. Em 2010, Fábregas, então maestro dos Gunners, cutucou o City e deu a entender que dinheiro não comprava tradição.
–Você não pode comprar o espírito de campeão em um ano. Você precisa de alguns anos com todos juntos para todos se conhecerem, não é fácil — disse Fábregas.
Mas não parou por aí… Em 2011/12, os Citizens voltaram a incomodar o Arsenal e fechou com Clichy e Nasri, dois atletas que foram lapidados por Wenger ao longo dos anos. Novamente, o dinheiro se sobrepôs à criatividade e ao trabalho do técnico francês. O último “gunner” que trocou Londres por Manchester foi Sagna, titular por anos no Emirates Stadium.
- Samir Nasri – 27 milhões de euros (2011)
- Gael Clichy – 7,7 milhões de euros (2011)
- Bacary Sagna – Transferência gratuita (2014)
Além das contratações diretas, a equipe azul buscou atletas com passagens anteriores no clube londrino. Sylvinho, que foi o primeiro brasileiro da história do Arsenal, encerrou sua carreira no City, em 2010. Patrick Vieira também pendurou as chuteiras no Etihad. Lenda e capitão dos Gunners, o francês ofereceu doses de experiência e espírito vencedor aos Citizens nos primeiros anos de cofres cheios.
Arsenal apostou em ‘guardiolismo’ de Arteta, além de Gabriel Jesus e Zinchenko
Quase 15 anos depois, foi a vez do Arsenal olhar para o Manchester City. Desde que Arsène Wenger se despediu, em 2018, o Arsenal ampliou um processo de dificuldades que já existia mesmo nos últimos anos do francês. Cada vez mais, o clube terminava a Premier League em posições inferiores, se afastava das competições europeias e se tornava cada vez mais coadjuvante.
O jogo virou. Quem estava na crista da onda? Os Citizens. Com Pep Guardiola, o time passou a empilhar títulos nacionais e se tornou um modelo para outros clubes. Todo mundo queria jogar com eles. Depois da decepcionante passagem de Unai Emery, o Arsenal estava em busca de um novo estilo de jogo e apostou no “guardiolismo”.
Edu Gaspar contratou Mikel Arteta em dezembro de 2019. Catalão, o treinador foi auxiliar de Guardiola no Manchester City e se tornou mais um dos “aprendizes” do genial comandante. É possível ver traços do que os Citizens apresentam em campo no jogo do Arsenal.
O mercado da bola, claro, foi mais um palco. O clube londrino entendeu que precisava de jogadores que eram acostumados a vencer, então, nada melhor que contratar dois multicampeões pelo City. Gabriel Jesus e Zinchenko chegaram ao Emirates Stadium mostrando que uma “nova era” viria.
- Oleksandr Zinchenko – 35 milhões de euros (2022)
- Gabriel Jesus – 52 milhões de euros (2022)
Junto com o Liverpool, os dois times são quem dão as cartas no futebol inglês. Manchester City e Arsenal disputaram o título da Premier League na última temporada e agora, mais uma vez, estão na luta pela taça. Os rivais se reencontrarão neste domingo (31), às 12h30 (de Brasília), no Etihad Stadium, em um novo episódio desse duelo de clubes diferentes que, mesmo assim, são repletos de semelhanças.
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Man City - Arsenal
England Premier League - Etihad Stadium