Os maiores vexames de times ingleses na Champions League

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Se outrora o futebol inglês era visto como feio e pobre tecnicamente, desde a virada do século o mesmo não pode ser dito da liga inglesa. Com a contratação de craques, a Premier League foi catapultada para o cargo de principal liga de futebol. E isso, claro, gera altas expectativas em relação ao desempenho dos clubes nas competições europeias, no entanto, nem sempre essas expectativas são correspondidas. Por isso, vamos listar os dez maiores vexames de times ingleses na Champions League.

Os maiores vexames de times ingleses na Champions League 

  • AS CONTRATAÇÕES MAIS CARAS DA HISTÓRIA DE CADA TIME DA PREMIER LEAGUE

10 – Manchester United 1994/1995

Não temos dúvidas que os times de Alex Ferguson tinham o DNA de vitórias, no entanto, algumas vezes isso não era o suficiente. Na temporada 1994/1995, o Manchester United chegou como atual campeão inglês e caiu num grupo relativamente fácil ao lado de Göteborg, Galatasaray e Barcelona.

Mike Hewitt Allsport
Mike Hewitt Allsport

O que ninguém esperava, no entanto, era que os Red Devils fossem ser eliminados já na fase de grupos. E foi uma derrota pro Göteborg na penúltima rodada que acabou pesando. Incríveis 3 a 1 para os suecos. Antes disso, o United levou acachapantes 4 a 0 do Barcelona. Resultado? 3º lugar do grupo e eliminação precoce. Certamente, um dos maiores vexames de times ingleses na Champions.

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9 – Arsenal 1998/1999

Algumas temporadas depois, foi a vez do Arsenal protagonizar uma campanha vexatória. Se no grupo do United ao menos tinha o Barcelona, no grupo do Arsenal tínhamos Dínamo de Kiev, Lens e Panathinaikos. A campanha foi exatamente a mesma do United na temporada 1994/1995: duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

E a eliminação veio na penúltima rodada, quando, jogando no Wembley, os Gunners viram o Lens vencer por 1 a 0 com gol de Debève. Nesta temporada, inclusive, Wenger assinou com nomes de peso para buscar a inédita Champions League: Ljunbjerg, Vivas e Kanu foram contratados, mas não conseguiram evitar a eliminação na fase de grupos.

Clive Mason Allsport
Clive Mason Allsport

8 – Spartak Moscou 4×1 Arsenal 2000/2001

Mas não foram só campanhas que deixaram traumas e machucaram bastante o coração do torcedor. Existem jogos que também marcaram negativamente o ego dos apaixonados pelo futebol inglês. Um deles, sem dúvidas, é a goleada sofrida pelo Arsenal em 22 de novembro de 2000, diante do Spartak Moscou.

Clive Brunskill/ALLSPORT
Clive Brunskill/ALLSPORT

Viajar para o Leste Europeu nessa temporada não foi muito agradável para os Gunners. Ainda na primeira fase de grupos, o Arsenal foi derrotado por 3 a 0 pelo Shakhtar Donetsk.

Mas foi a derrota no primeiro jogo da segunda fase de grupos que marcou. Acachapantes 4 a 1 diante do Spartak Moscou. O detalhe é que a equipe comandada por Wenger chegou a abrir o placar com dois minutos, mas depois foi atropelada pelos russos.

Apesar da derrota, o Arsenal ainda avançou para as quartas de final, onde foi eliminado para o Valencia pelo critério do gol marcado fora de casa.

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7 – Liverpool 0x1 AK Graz 2004/2005

Esse foi um dos maiores vexames de times ingleses na Champions. O Milagre de Istambul esteve ameaçado ainda na fase prévia da Champions. Após vencer a partida de ida por 2 a 0, o Liverpool, em casa, tinha a fácil missão de carimbar sua ida para a fase de grupos diante do modesto AK Graz, da Áustria.

Sean Gallup Getty Images
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No entanto, Anfield Road viveu momentos de agonia ao ver o time austríaco vencer por 1 a 0. Rafa Benítez tinha promovido três mudanças no time titular, mas o gol de Mario Tokic no começo do segundo tempo deixou a partida imprevisível e o clima de apreensão tomou conta do estádio.

Apesar da derrota e do susto, o Liverpool seguiu adiante e terminaria conquistando o título daquela edição de forma memorável. Ainda assim, a derrota pro AK Graz entrou para a história.

6 – Arsenal 2×3 Olympiakos 2015/2016

A longínqua trajetória de Wenger pelo Arsenal rendeu grandes frutos, mas é fato que a equipe deixou a desejar quando o assunto é Champions League. Foram inúmeras derrotas inexplicáveis e essa foi mais uma delas.

Curiosamente, antes dessa partida, Arsenal e Olympiakos já tinham se encontrado na fase de grupos em três temporadas recentes: 2009/2010, 2011/2012 e 2012/2013. Em todos os confrontos, as equipes que jogaram em casa acabaram saindo com a vitória.

Glyn Kirk AFP Getty Images
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Após ter sido derrotado na estreia para o Dínamo Zagreb por 2 a 1, os Gunners tinham a chance de se recuperarem ao jogar em casa contra o time grego, mas acabaram sendo surpreendidos e derrotados. O clima, obviamente, não ficou nada agradável e as cobranças em cima de Wenger pesaram bastante.

Apesar disso, o clube ainda conseguiu avançar para as oitavas de final, mas foi eliminado para o Barcelona tomando um sonoro 5 a 1 no placar agregado.

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5 – Manchester United 2015/2016

Após a saída de Sir Alex Ferguson, o Manchester United mergulhou numa espiral negativa inacreditável. Outrora bastante imponente na principal competição de clubes da Europa, os últimos anos foram vexatórios para os Diabos Vermelhos. E na temporada 2015/2016, as coisas saíram totalmente dos trilhos.

Paul Ellis AFP via Getty Images
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Sob o comando de Louis van Gaal, o United caiu num grupo com Wolfsburg, PSV e CSKA Moscou e, apesar do favoritismo claro, a equipe sequer avançou para o mata-mata. Duas vitórias, dois empates e duas derrotas acabaram eliminando a equipe de forma precoce e mandando para a Europa League.

O detalhe é que ainda havia algo pior esperando na Europa League: o Midtjylland. Sim, a fatídica derrota do United para o modesto time dinamarquês aconteceria meses depois da equipe já ter sido eliminada de forma vexatória da Champions League. Uma temporada para o torcedor esquecer.

4 – Barcelona 4×0 Manchester City 2016/2017

Outro clube inglês que volta e meia apronta das suas presepadas na Champions League é o Manchester City. Após o investimento que o clube recebeu e as inúmeras conquistas domésticas, o sonho dos Citizens é a conquista europeia, mas o time sempre esbarra em alguma coisa.

Na temporada 2016/2017, por exemplo, o City tinha um bom teste na fase de grupos contra o Barcelona. É claro que jogar contra Messi nunca é fácil, mas não é todo dia que um time comandado por Pep Guardiola é atropelado dessa forma. Foram três gols de Messi e um de Neymar.

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Para piorar, Claudio Bravo, que tinha sido contratado por Guardiola por ser um goleiro que sabia jogar com os pés, errou um passe tolo e acabou colocando as mãos na bola fora da área e foi expulso. Um completo pesadelo para Guardiola e para a torcida do City.

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3 – Newcastle 1×4 Inter de Milão 2002/2003

Sim, já houve um tempo no qual o Newcastle frequentava competições importantes e tinha um time bastante competitivo. Na temporada 2002/2003, por exemplo, os Magpies começaram bem mal a primeira fase de grupos com três derrotas consecutivas, mas numa arrancada espetacular, venceram os últimos três jogos e avançaram.

Ben Radford Getty Images
Ben Radford Getty Images

Cheio de moral e bastante animado com a reação, o clube do nordeste da Inglaterra começava a sonhar com algo mais, no entanto, a estréia na segunda fase de grupos foi completamente desagradável. Jogando em casa, o clube sucumbiu diante da Inter de Milão.

Domenico Morfeo, Matias Almeyda Hernan Crespo não deram a menor chance para os donos da casa e fizeram 3 a 0 ainda no primeiro tempo. Na etapa complementar, Nolberto Solano ainda chegou a diminuir para os Magpies, mas Alvaro Recoba deu números finais à sonora goleada.

2 – Bayern de Munique 10×2 Arsenal 2016/2017

A temporada 2016/2017 parecia promissora para o Arsenal na Champions League, afinal, o clube foi líder do seu grupo e terminou sem perder nenhum jogo. O sorteio, no entanto, foi ingrato com Wenger e seus comandados e colocou o Bayern de Munique no caminho.

Arsène Wenger Arsenal AFP Photo IKIMAGES Ian Kingston
Arsène Wenger Arsenal AFP Photo IKIMAGES Ian Kingston

O que ninguém esperava era que os Gunners fossem atropelados nos dois jogos. Foi um dos maiores vexames de times ingleses na competição. Na partida de ida, na Alemanha, o confronto estava empatado até os oito minutos do segundo tempo em 1 a 1. A partir daí, o Bayern não tomou conhecimento e aplicou sonoros 5 a 1.

Mas ainda havia o jogo de volta e, acreditem se quiser, o placar se repetiu. Sim, mesmo jogando fora de casa, o Bayern não quis saber do Arsenal e novamente fez 5 a 1. No agregado, inacreditáveis 10 a 2 para o clube bávaro. Esse duelo foi a última vez que Wenger comandou o Arsenal numa Champions League. Despedida amarga.

1 – Tottenham 2×7 Bayern de Munique 2019/2020

Aparentemente o Bayern de Munique não gosta de clubes londrinos. Na atual temporada da Champions League, o Tottenham sofreu a pior derrota de um clube inglês como mandante na competição europeia.

Sob o comando de Gnabry, velho conhecido do torcedor do Arsenal, rival do Tottenham, o Bayern aplicou um sonoro 7 a 2 nos Spurs. Son até chegou a abrir o placar para o time inglês, mas o Bayern virou ainda no primeiro com gols de Kimmich e Lewandowski.

No entanto, foi no segundo tempo que o francês deu seu show. Gnabry marcou quatro vezes diante do seu ex-rival e ainda provocou após o fim do jogo, quando, em sua conta pessoal no Instagram, postou fotos da partida com a legenda: “O norte de Londres é vermelho.”, fazendo referência ao Arsenal.

A derrota rendeu recordes negativos para o clube. Além de ter sido a pior derrota de um clube inglês como mandante, foi também a pior derrota dos Spurs como donos da casa em toda sua história. Além disso, o time londrino foi o primeiro clube inglês a levar, pelo menos, sete gols numa competição europeia desde o mesmo Tottenham em 1995, pela Copa Intertoto, quando o clube levou 8 a 0 do, também alemão, Köln.

Mauricio Pochettino vinha sendo bastante questionado pelo péssimo início de temporada dos Spurs e, após a goleada, sua permanência ficou ainda mais insustentável. A demissão viria algum tempo depois.

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Guilherme Batista

Apaixonado pelo futebol e suas nuances, cresci nas arquibancadas e carrego essa paixão comigo não importa onde esteja. Não há, no mundo, invenção melhor que o futebol.