Sem muitos representantes de peso atualmente, os italianos já foram destaques no Campeonato Inglês, principalmente na década de 1990. Jogadores e técnicos da terra da bota tiveram suas glórias e a PL Brasil destaca os 10 maiores italianos que passaram pela Premier League.
Os 10 maiores italianos da Premier League
Benito Carbone
Considerado uma eterna promessa na Itália, Carbone foi estourar mesmo na Inglaterra. Começou no Torino e ainda passou por Napoli e Internazionale antes de ser contratado em 1996 pelo Sheffield Wednesday.
Atuando como um winger, disputou 96 partidas em três temporadas em Hillsborough e anotou 25 gols. Além disso, fez dupla com outro compatriota: Paolo Di Canio, que veremos mais para frente na lista.
“Benny” foi o artilheiro da equipe e escolhido como o melhor jogador do time na temporada 1998/99. Na seguinte, foi então negociado com o Aston Villa. Em Birmingham, teve seu momento de destaque ao marcar um hat-trick contra o Everton pela Copa da Inglaterrap.
Apesar do desejo de voltar à Itália, Carbone ainda jogou pelo Bradford e foi incapaz de salvar o time do rebaixamento. Em 2001, assinou pelo Derby County e no ano seguinte encerrou sua passagem pela Inglaterra no Middlesbrough. É um dos maiores italianos da era Premier League.
Fabrizio Ravanelli
Cria do Perugia, time da cidade onde nasceu, o atacante italiano teve o ápice de sua escalada no futebol italiano na Juventus em 1992. Depois de quatro temporadas pela Velha Senhora, o Middlesbrough o contratou por 7 milhões de libras.
Sua estreia em Riverside foi épica. Hat-trick contra o Liverpool num empate em 3 a 3. No entanto, mesmo marcando 14 gols no campeonato, não evitou o rebaixamento do Boro naquela temporada.
Formou uma parceria com o brasileiro Juninho Paulista, mas o rápido e forte atacante canhoto não deixou uma imagem tão boa ao final de sua passagem. Ravanelli era um crítico frequente das acomodações do clube e do estilo de jogo dos ingleses.
Deixou a Inglaterra para ir à França e depois à Itália, na Lazio. Porém, retornou ao Derby County em 2001 e, mais uma vez, foi rebaixado. Disputou a Championship pelos Rams, mas não obteve o acesso.
Fabrizio encerrou a carreira em 2005 no Perugia, justo onde tinha começado. Hoje em dia, assim como muito de seus conterrâneos e contemporâneos, arrisca-se na vida de técnico, comandando o Arsenal, mas o de Kiev.
Gianluca Vialli
Atacante de muito destaque por Sampdoria e Juventus, Vialli desfilou (ou pelo menos tentou) seu futebol na Inglaterra depois dos 30. Quando chegou ao Chelsea, era considerado um dos melhores da posição na Itália.
Contudo, não conquistou a simpatia do então treinador dos Blues, Ruud Gullit. O holandês mais deixava o italiano no banco do que nos XI iniciais. Apesar disso, Vialli foi capaz de ser o artilheiro da equipe em 1996/97.
Nesta mesma temporada, o Chelsea foi campeão da Copa da Inglaterra e Gianluca teve papel importante na quarta fase da competição ao marcar duas vezes contra o Liverpool. Na final, porém, Gullit limitou sua atuação a meros cinco minutos.
Para a alegria do experiente atacante, o treinador foi sacado em 1998 e o próprio Vialli assumiu o time como técnico-jogador. Era a primeira vez que um italiano comandava um clube inglês.
Nos anos seguintes, venceu a Copa da Liga Inglesa e a Recopa Europeia, se tornando o mais jovem técnico a vencer uma competição da UEFA (recorde batido por André Villas-Boas). No fim de seus três anos de Stamford Bridge, Vialli somou cinco troféus.
Roberto Mancini
Como jogador, Mancini passou quase toda sua carreira na Itália e teve destaque por lá na Sampdoria quando fez dupla com Vialli. Chegou a jogar na Inglaterra, por sinal, no Leicester, por empréstimo, já perto da aposentadoria.
Porém, ele compõe a lista pelo que fez como técnico na Premier League. Mancini participou do processo de crescimento do Manchester City, iniciado em 2008. O então treinador hexacampeão da Inter aceitou o desafio de mudar o clube azul de patamar.
Mancini chegou em dezembro de 2009 e ganhou altos investimentos no plantel. Com o italiano no comando, o City conquistou sua melhor posição na Premier League até então: o quinto lugar na temporada 2009/10.
Apesar de ter ficado de fora da Champions League, Mancini foi mantido. Os donos do City incrementaram ainda mais o elenco com nomes como David Silva, Yaya Touré e Aleksandar Kolarov, chegando em terceiro na liga em 2011.
Mas foi na temporada 2011/12 que sua passagem ficou marcada. Foi quando trouxe Sergio Agüero do Atlético de Madrid. No final do campeonato, estava comemorando o gol nos acréscimos do argentino, dando o primeiro título do City na era moderna do futebol inglês. É um dos poucos italianos que foi jogador e técnico da era Premier League.
Carlo Ancelotti
Um dos maiores meio-campistas italianos da história e ídolo do Milan, Carlo Ancelotti também fez história como técnico, obviamente. Extremamente vencedor, o treinador cansou de empilhar troféus.
Comandou esquadrões históricos na Itália, como a Juventus e o Milan, até que aceitou a chamada do Chelsea em 2009, que acabara de perder Guus Hiddink. Ancelotti teve que enfrentar o domínio do Manchester United, então tricampeão.
Foi Ancelotti quem quebrou a hegemonia vermelha na Inglaterra e levou os Blues ao título da Premier League em sua campanha de estreia. Ancelotti se tornou o primeiro técnico italiano a vencer o campeonato.
O time, além de campeão por um ponto, quebrou o recorde de gols marcados na liga. Foram 103 em 38 rodadas. Era a primeira vez que um time marcava mais de 100 gols desde o Tottenham de 1962/63.
A temporada seguinte, entretanto, foi amarga. Eliminações nas competições domésticas e na Champions deixaram o italiano instável. Sua demissão do clube de Londres foi decidida após uma derrota para o Everton.
Claudio Ranieri
Mais um treinador que comandou o Chelsea. Foram quatro temporadas em Stamford Bridge fazendo parte do projeto de engrandecimento do clube, mas sem títulos. Em 2004, com a chegada de Roman Abramovich, Ranieri deu então lugar a José Mourinho.
Voltou à Itália para treinar Juventus, Roma e Inter, porém sem sucesso. Chegou até à seleção grega. Mas o destino quis que sua maior conquista fosse na Inglaterra mesmo.
Assumiu o Leicester em 2015 com uma dose de ceticismo por parte da imprensa, mas logo se provou contrário. O time que tinha se salvado do rebaixamento na campanha anterior começou a vencer seguidamente e, em dezembro, brigava com o Arsenal pela ponta.
O futebol apresentado era simples, porém eficiente. Bolas longas e rápidos contra-ataques comandados por Jamie Vardy fizeram aquela equipe entrar para a história. Ranieri conquistou seu maior título como treinador com a equipe mais improvável possível.
Apesar do título de melhor técnico do campeonato, Ranieri não durou muito. Após uma sequência de resultados ruins e com os Foxes a um ponto da zona de rebaixamento, foi demitido. Atualmente, tenta livrar o Fulham da segundona.
Antonio Conte
Vencedor de cinco troféus da Serie A e uma Champions League, Antonio Conte é ícone da história da Juventus e da seleção italiana. O meia inventivo foi capitão da Velha Senhora por muito tempo e, depois, treinou o clube alvinegro.
Foi campeão em cada um dos três anos que esteve por lá. Em um deles, terminou invicto. Deixou o clube do coração para treinar a seleção azzurra na campanha da Euro 2016, eliminando a Espanha.
A proposta de jogo chamou a atenção do Chelsea (mais uma vez), que o contratou em abril de 2016. Implementou o esquema 3-4-3 no time, algo raramente visto naquelas terras.
Numa temporada em que a disputa imaginada era entre Mourinho e Guardiola, a tática de Conte encaixou e os Blues sobraram no campeonato. Foram 30 vitórias em 38 jogos. Recorde.
Na campanha seguinte, problemas de relacionamento com jogadores fizeram o italiano perder prestígio no vestiário. O Chelsea terminou em quinto, fora da Champions League, e Conte, consequentemente, foi demitido. É um dos maiores italianos da era Premier League.
Roberto Di Matteo
119 partidas pelo Chelsea na Premier League, 15 gols e 13 assistências. 55 vitórias, 29 derrotas e 35 empates. Este é o retrospecto de Di Matteo como meio-campista precocemente aposentado aos 31 anos.
Ele contribuiu para o crescimento do clube nos anos 1990 dentro de campo e, dez anos após sua aposentadoria, comandou o time na maior conquista da história.
Foi nomeado técnico interino em março de 2012, na sequência da então demissão de André Villas-Boas. Seu primeiro desafio foi reverter uma desvantagem contra o Napoli na Champions League. Seguidamente, eliminou Benfica e Barcelona.
O jogo contra o Barcelona foi o épico 2 a 2 no Camp Nou com gol no final de Fernando Torres. Na decisão, bateu o Bayern de Munique nos pênaltis em plena Allianz Arena para levantar a tão sonhada orelhuda.
Aparentemente, sua jornada no clube azul seria longa. Entretanto, maus resultados na Premier League e a eliminação precoce na fase de grupos da Champions fizeram Di Matteo ser sacado, à contragosto da torcida.
Paolo Di Canio
Di Canio é o segundo jogador italiano com maior número de aparições na Premier League. Foram 190 jogos no total, contando sua passagem por Sheffield Wednesday, West Ham e Charlton.
O atacante afundou as redes adversárias 66 vezes e distribuiu 49 passes para gol. Mesmo tendo jogado bom tempo na Itália por Lazio, Napoli, Juventus e Milan, sua carreira foi explodir mesmo no Celtic.
Na Escócia, ganhou o prêmio de melhor jogador do campeonato, chamando, assim, a atenção do Sheffield Wednesday. Em duas temporadas pelos Owls, marcou 15 gols em 41 partidas, ganhando admiração imediata dos fãs.
Contudo, Paolo ficou suspenso no começo da temporada 1998/99 por agredir o árbitro Paul Alcock numa partida contra o Arsenal. Paradoxalmente, ganharia o Prêmio Fair Play da FIFA anos depois, ao parar o jogo para atendimento do goleiro adversário, impedindo o próprio ataque.
Ao retornar da suspensão, foi ao West Ham e, mais uma vez, virou o queridinho da torcida. No antigo Boleyn Ground, protagonizou “coisas que as pessoas podem apenas sonhar”, como disse Harry Redknapp, treinador dos Hammers na época.
“Coisas com que as pessoas podem apenas sonhar”
Terminou sua passagem pela Inglaterra no Charlton e se aposentou na Itália, claro. Ainda arriscou-se como técnico e fez bom trabalho no Swindon Town. Depois, salvou o Sunderland do rebaixamento em 2013, mas acabou demitido meses depois. É um dos maiores italianos da era Premier League.
Gianfranco Zola
Sem dúvidas, Zola é o maior italiano a jogar em terras inglesas. Não só por seus números, mas pela magia que proporcionava dentro de campo. Ele foi o principal expoente da evolução do Chelsea nos anos 90.
Em 229 jogos na Premier League, marcou 59 gols e deu 42 assistências, além de participar de 106 vitórias e 65 empates. Por suas apresentações, o icônico camisa 25 ganhou o prêmio de jogador do mês em dezembro de 1996 e outubro de 2002.
Antes de sair de seu país natal, venceu a Serie A pelo Napoli ao lado de Diego Maradona e Careca. Chegou aos Blues em 1996 e, ao lado de Di Matteo, por exemplo, conquistou os primeiros grandes títulos do clube.
Foi o principal homem de frente nas sete temporadas por lá, vencendo a Copa da Inglaterra (duas vezes), a Copa da Liga, a Recopa Europeia e a Supercopa europeia. Ao deixar o clube em 2003 para voltar à Itália, os torcedores o elegeram como o melhor jogador da história do Chelsea.
Assim como muitos de seus companheiros da bota, Zola se tornou técnico. Certamente, sua estreia seria na Premier League. Comandando o West Ham de 2008 a 2010, não conseguiu campanhas memoráveis, mas salvou o time do rebaixamento antes de ser demitido em maio de 2010.
Além disso, trabalhou nas categorias de base da seleção italiana antes de retornar a Inglaterra, no Watford. Sem muito destaque, foi ao Caglirari, depois Al-Arabi e, por último, Birmingham. Atualmente, é assistente técnico de Maurizio Sarri no próprio Chelsea.