Em 2018, Bradley Wood foi impedido de jogar futebol por seis anos. O lateral-direito inglês do Lincoln City foi considerado culpado por ter recebido propositadamente cartões amarelos nos jogos contra Ipswich Town e Burnley, ambos pela Copa da Inglaterra. A investigação provou que duas pessoas próximas apostaram que Wood seria advertido, rendendo um bom dinheiro para os envolvidos.
Seis anos depois, um indicativo de que os casos relacionados a apostas teriam punições cada vez mais severas. Em outubro de 2022, Kynan Isaac foi banido por 10 anos do futebol. O então defensor do Stratford Town foi considerado culpado por ter recebido intencionalmente um cartão amarelo para beneficiar apostas feitas por amigos dele na partida contra o Shrewsbury Town.
A acusação havia sido feita em agosto. Ou seja, o caso demorou apenas dois meses para ser julgado por uma comissão independente. O jogador inglês foi punido por ter infringido a regra E5.1 da Football Association (FA), que proíbe qualquer atleta de participar na manipulação de resultado ou de condução de uma partida.
Estes são os dois casos mais próximos da denúncia que a Federação Inglesa de Futebol apresentou contra Lucas Paquetá. Depois de quase nove meses de investigação, a FA considera que o meia brasileiro cometeu quatro violações da Regra E5.1.
O texto é claro: “Um jogador não pode, direta ou indiretamente, tentar influenciar, para fins impróprios, o resultado, o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência em conexão com um jogo ou competição.”
Caso Paquetá não tem precedentes no futebol inglês
Para piorar ainda mais a situação, o caso de Paquetá é mais grave do que os dois citados no início do texto. Kynan Isaac recebeu 10 anos de punição por causa de um cartão. Bradley Wood foi banido por seis anos graças a dois amarelos. Já o meia do West Ham é acusado de receber de maneira premeditada cartões em quatro partidas diferentes da Premier League.
E sim, por serem jogos da Primeira Divisão Inglesa, e em grande quantidade, é de se esperar uma punição ainda mais severa caso ele seja julgado culpado.
O jogador reagiu rapidamente nas redes sociais, escrevendo estar surpreso e decepcionado, já que cooperou em todas as etapas da investigação. Mas, se a acusação foi entregue, depois de tanto tempo de análise, é difícil imaginar que não haja evidências robustas.
Pior: Paquetá ainda foi enquadrado duas vezes no artigo F3 por, teoricamente, não ter passado informações completas durante a investigação.
O cenário é assustador
A punição prevista vai de uma suspensão de seis meses até o banimento do futebol. Paquetá tem até o dia 3 de junho para apresentar defesa. Depois, acusação e defesa se dirigem ao Comitê Independente, responsável pelo veredicto. Depois disso, é possível ainda enviar recurso para o Comitê de Apelações.
Ou seja, a tendência é que o caso se estenda por um longo período. Até lá, o meia de 26 anos poderá continuar atuando normalmente. Por enquanto, uma coisa é certa: a possível transferência para o Manchester City, mais uma vez, foi por água abaixo.