Agora ex-jogador do Tottenham, Lucas Moura deu uma entrevista exclusive para o jornal francês “L’Équipe”, onde fala sobre a passagem que teve pelo Tottenham, os planos para o futuro da carreira e até dá um conselho ao ex-companheiro de clube e seleção, Neymar.
Aos 30 anos, o brasileiro se despediu dos Spurs com um golaço marcado contra o Leeds, na última rodada, e agora terá a chance de escolher seu futuro sem se preocupar com acordo entre clubes pela primeira vez na vida. Entre as prioridades, segundo o próprio jogador, está permanecer na Europa e até na Premier League.
— Não descarto nenhuma possibilidade. A Premier League é a melhor liga do mundo e, se eu tiver uma proposta de um clube inglês, vou estudar cuidadosamente. Mas também estou aberto a outros campeonatos. É a primeira vez que estou livre, então vou ouvir todas as propostas e tomar a melhor decisão escolha possível com a minha família. Um retorno para a Ligue 1 também não é impossível — declarou o jogador.
Por enquanto, o que ele admite é que não deve voltar para o São Paulo, clube que o revelou e que chegou a ser cotado como um possível destino. “Não está nos meus planos ou nos da minha família. Quero usar essa camisa de novo, mas agora não é o momento. Ainda tenho coisas para conquistar na Europa“, garantiu.
Lucas Moura tem propostas concretas da Arábia Saudita, apurou João Vítor Castanheira na PL Brasil.
Obrigado pelas lembranças, @LucasMoura7! 💙🇧🇷
Podemos confirmar que Lucas Moura vai deixar o Clube no final da temporada, após a conclusão do seu contrato. pic.twitter.com/py5xOUeAeP
— Tottenham Hotspur (@Spurs_PT) May 18, 2023
Passagem pelo Tottenham
Lucas Moura nunca foi um dos maiores destaques do elenco dos Spurs, mas teve uma passagem marcante pelo clube londrino. O brasileiro foi o responsável pelos três gols na épica virada contra o Ajax que valeram uma vaga na inédita final da Champions League, em 2019. O time acabaria derrotado pelo Liverpool na decisão.
Ao todo, foram 219 jogos e 26 gols pelo Tottenham. Apesar de ter vivido seu melhor momento sob o comando de Mauricio Pochettino, o argentino não foi o treinador preferido do atacante na Inglaterra.
— O treinador com quem me senti melhor foi o Mourinho. Falamos a mesma língua, o que ajudou muito, e eu gosto do seu estilo e da sua transparência. Era com quem mais eu tinha afinidade, com quem mais conversava. Ele me fez evoluir e isso me marcou — revelou o brasileiro.
Entre os companheiros, Lucas citou Moussa Sissoko, Son, Dier e Lloris, além dos brasileiros Carlos Vinícius, Richarlison e Emerson Royal, como os com quem mais criou amizade durante os anos de Inglaterra.
Conselho a Neymar
Na mesma entrevista, o brasileiro também falou sobre a relação com Neymar. Juntos, os dois atacantes fizeram sucesso pela seleção brasileira de base, jogaram juntos na principal e também no PSG.
Frente a uma janela de transferências na qual Neymar é cotado para sair do PSG, principalmente após a torcida francesa ir protestar contra o jogador na frente da sua casa, Lucas Moura disse que aconselharia o ex-companheiro a ir para a Premier League.
— Depende o que ele quer para o futuro da carreira. Não gosto de dar conselho porque é uma decisão pessoal. Se ele pensa em sair do PSG, eu diria para ele jogar na Premier League. É a melhor e mais empolgante liga do mundo — pontuou Lucas.
O jornal francês ainda lembrou os tempos de Lucas Moura no PSG, onde o brasileiro era considerado um jogador subestimado — “brilhante nos treinos e não tanto nos jogos”. O brasileiro citou algumas justificativas para seu desempenho abaixo da expectativa, como a falta de sequência e o modo como é avaliado o futebol atualmente.
— É mais fácil brilhar nos treinos que nos jogos. O que eu senti falta foi a confiança dos treinadores. Mas o problema é que, hoje em dia, nós valorizamos muito estatísticas como gols e assistências. Se eu fazia boas partidas mas não participava diretamente de gols, não falavam de mim. Eu achava isso um pouco injusto. Tem que ser considerado o que você faz pelo time, os movimentos, o respeito pelas táticas, a ajuda defensiva… — defendeu o atacante.