Depois de passar 12 anos e capitanear o Liverpool em uma de suas fases mais vitoriosas dos últimos tempos, o meio-campista Jordan Henderson deixou o clube e foi para o Al-Etiffaq, da Arábia Saudita. Agora, ele explicou os motivos.
Em entrevista ao “The Athletic” publicada nesta terça-feira (5), o jogador de 33 anos revelou que não se sentia mais tão bem-vindo no clube e que, se os Reds quisessem que ele ficasse, ele não teria saído.
Henderson não sairia do Liverpool
O então capitão dos Reds fez a preparação de pré-temporada com a equipe e, apesar dos rumores de sua saída, estava preparado para começar 2023/24 no elenco de Jürgen Klopp.
— Tive uma conversa com o treinador no final da última temporada, que foi sobre a temporada que estava por vir, os jogadores que estávamos procurando trazer e quais eram seus planos. Fui embora (para as férias) durante o verão e tive um período intenso de treinamento para garantir que estivesse na melhor forma possível quando voltasse ao Liverpool – disse o meio-campista.
Mesmo assim, Henderson sabia que teria menos tempo de jogo. Ao The Athletic, revelou que teve uma conversa transparente com Klopp, que o mostrou seus planos com novos reforços para a posição.
— Houve algumas coisas que me deixaram em alerta. Tenho um relacionamento muito bom com o Jürgen. Ele foi muito honesto comigo. Não vou entrar em detalhes sobre a conversa porque é privada, mas me colocou em uma posição em que eu sabia que não ia jogar tanto. Eu sabia que novos jogadores viriam para a minha posição – recordou o jogador.
Liverpool fez “pouco caso”?
Henderson disse que, a essa altura de sua carreira, ele não pode se dar o luxo de ficar sem jogar, “principalmente quando está no clube e foi capitão há tanto tempo”. Ele também ressaltou que a chance de seguir na seleção inglesa também foram levadas em conta.
— Temos a Eurocopa chegando. E então houve uma abordagem do Al-Ettifaq ao clube para ver se seria possível eu ir para lá.
No entanto, se sentiu desvalorizado quando, em meio a proposta dos sauditas, os Reds não fizeram pulso firme para manter seu capitão:
— A reação do clube novamente não foi um não. Naquele momento, senti que meu valor ou o desejo de me manter, com o treinador e dentro do clube, talvez tivesse mudado. Eu sabia que esse momento chegaria. Não achei que seria agora. E tive que aceitar isso.
Continuar jogando e, de quebra, reencontrar um amigo em Steven Gerrard foi um bônus para aceitar a oferta do Al-Ettifaq. Para Henderson, o mais importante era jogar constantemente, e não queria ficar na Europa como reserva.
— Estou na fase final da minha carreira e quero ser feliz jogando futebol. Quero jogar. Não quero ficar no banco e entrar por apenas 10 minutos nos jogos. E eu sabia que isso afetaria minhas chances de jogar pela Inglaterra – reforçou.
Henderson não tem mágoas, mas…
O meio-campista reforçou que seu relacionamento com Klopp, com a direção e os donos do clube é muito boa “O que construímos nesses 12 anos foi incrível”, disse. Mas, ao mesmo tempo, revela ter sido difícil aceitar que estava sendo substituído.
— Se uma dessas pessoas dissesse para mim: “Agora queremos que você fique”, não estaríamos tendo essa conversa. E eu teria que pensar sobre o que vem a seguir na minha carreira. Isso não quer dizer que eles me forçaram a sair do clube ou disseram que queriam que eu saísse, mas em nenhum momento eu me senti desejado pelo clube ou por alguém para ficar – afirmou.
Na entrevista, ele revelou como seus treinos árduos pareciam fazer cada vez menos sentido e relembrou como estava em boa forma na pré-temporada, em uma imagem do seu corpo definido que viralizou.:
— Eu estava trabalhando tão duro e as pessoas viram a forma em que eu voltei. Mas quando voltei, a situação ainda era a mesma, o que me fez pensar: “Na verdade, desta vez, importa o que eu faça?”