Jogar no Liverpool se tornou um sonho de muitos jogadores nos últimos anos. Um dos que conseguiram realizar esse sonho foi Vitezslav Jaros, jovem goleiro que chegou ao Anfield com 16 anos. Agora aos 22, revelou sobre como é ser contratado pelos Reds.
Em entrevista ao site “This Is Anfield”, o goleiro revela os desafios e recompensas de fazer parte da base do clube inglês. Ele expôs bastidores da rotina, a curiosa proibição de celulares e a situação salarial no clube.
A transferência para o Liverpool
Vitezslav Jaros trilhou um caminho incomum para chegar ao sucesso no futebol. Aos 16 anos, deixou sua casa na República Tcheca para se aventurar em terras estrangeiras e perseguir o sonho de se tornar jogador profissional no Liverpool.
Ele revelou ao site que a decisão de assinar pelo clube inglês foi fácil: “Fiz dois testes e depois do segundo, disseram: ‘Sim, queremos que você assine conosco’”.
O goleiro lembrou da conversa que teve com seus pais, que lhe deram toda a liberdade para tomar sua decisão. No entanto, admite que não teve a maturidade para entender a magnitude do que estava fazendo:
— Eu não sabia no que estava me metendo. Eu sabia que o Liverpool era o maior clube do mundo, mas não sabia onde iria morar, quem seria o treinador, como funcionaria e coisas assim. Então, foi um pouco assustador.
Sete anos depois de sua chegada, Jaros conquistou uma Copa da Inglaterra com o sub-18 dos Reds, a FA Youth Cup, e passou por empréstimos. Foi campeão da Copa da Irlanda pelo St. Patrick’s Athletic em 2021, e agora está prestes a terminar uma temporada com dois títulos no Sturm Graz, na Áustria.
Para ele, isso se dá pelo sucesso das categorias de base dos Reds. E um nome importante vem a cabeça quando comenta sobre: “Acho que Alex Inglethorpe (diretor da base) está fazendo um ótimo trabalho com a academia”.
As regras ousadas do clube
Inglethorpe é o diretor da base do Liverpool desde 2014. Sob sua liderança, o clube introduziu algumas regras ousadas, que o diferenciaram das demais equipes inglesas.
Uma das características marcantes do clube sob o comando do diretor é justamente o rigor com a formação dos jovens atletas. Regras como teto salarial e recolhimento de celulares após o café da manhã visam criar um ambiente propício ao desenvolvimento profissional e pessoal.
Desde a chegada do executivo, passou a existir um teto salarial para os jovens em Anfield. Isso significa que eles não podem ganhar mais de 50 mil libras no primeiro ano de seu contrato profissional.
“Todos os grandes clubes da Premier League dão aos jovens contratos enormes, e eles já pensam que conseguiram tudo”, disse Jaros. Para ele, o teto salarial é excelente:
— Eu acho que [ter um teto salarial] mantém a fome um pouco mais forte. No Liverpool, eles não recebem muito dinheiro logo de cara e precisam trabalhar para ganhar o seu lugar. Então, acho que essa é uma das melhores coisas — afirmou o goleiro.
Sem carrões e celulares
O goleiro afirma que o teto salarial está ainda mais rígido atualmente do que era na sua época, e comenta sobre as outras regras curiosas na base dos Reds:
Na sociedade atual, restringir o uso de celular para os jovens parece algo muito complicado. Ainda mais quando se trata de um garoto estrangeiro, que sequer sabe falar inglês fluentemente.
— Acho que o celular foi a coisa mais difícil porque, quando cheguei, eu não falava inglês muito bem, então ficar no celular no vestiário era como um lugar seguro, mas acho que me fez conversar com os rapazes e me envolver com o grupo, o que foi bom — revela.
Jaros reconhece que nem sempre foi fácil seguir as regras, mas admite que elas o ajudaram a se adaptar ao novo ambiente e amadurecer como jogador. A disciplina no clube o ensinou a ter foco, trabalhar duro e valorizar as oportunidades.