A indagação feita por William Shakespeare em Hamlet, nos idos do século XVI, e presente no título deste post, é, até hoje, um dos pontos mais conhecidos da obra do autor inglês.
Quase 500 anos depois, o que ele não imaginaria, é que um xará seu seria responsável por comandar o time de Leicestershire, região próxima a onde morou, a seguir vivendo o sonho.
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Depois de chocar o mundo sob o comando de Claudio Ranieri ao conquistar a Premier League na temporada 2015/16, o Leicester voltou a dura realidade de brigar contra o rebaixamento nesta temporada.
Porém, contrariando mais uma vez as casas de aposta, os Foxes avançaram com tranquilidade na primeira fase da Champions League, em meio a péssima campanha no campeonato nacional.
O resultado? Demissão do técnico italiano, considerado o melhor do mundo em 2016 pela Fifa, com o auxiliar Craig Shakespeare assumindo interinamente em seu lugar.
Com o novo treinador, o espírito de raça, as linhas de quatro compactas, os chutões para frente procurando Jamie Vardy e as vitórias voltaram com tudo. E a classificação para as quartas de final da Champions League veio de brinde, após um triunfo com ares de tragédia shakespeariana sobre o Sevilla.
O Leicester ainda vive o sonho (de uma noite de verão?). Mas qual será o time da próxima fase?
Ser novamente aquela equipe que se entregava 100% dentro de campo ou não ser, eis a questão que mais deve ecoar na mente dos torcedores dos Foxes. E, a princípio, ela parece ter sido respondida.
“Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e flechas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.”
Morrer? Dormir? Não mais. Assim como Hamlet, o Leicester vai deixando para trás as adversidades, lutando contra o improvável, contra o imponderável. Até onde as raposas vão? Ninguém pode prever. Chegou a hora, mais uma vez, de esperar o inesperado.