Meio-campo do Leicester é principal motivo para explicar oscilação do time

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O Leicester City começou a temporada 19/20 da Premier League superando todas as expectativas. Brendan Rodgers conseguiu montar um time que sabe fazer o seu jogo de acordo com o que o duelo lhe oferece. Em certos momentos, adota uma postura mais propositiva. Em outros, atua de maneira reativa, saindo em velocidade com poucos toques e utilizando bem a transição defesa/ataque.

No entanto, nos últimos jogos, os Foxes caíram de rendimento. O Leicester tem apenas duas vitórias em oito partidas – o 4 a 0 sobre o Aston Villa e também o  4 a 1 sobre o West Ham no King Power Stadium.

Mas apesar da queda, o time continua na terceira colocação da Premier League. Porém, já vê os seus rivais bem mais próximos. A fase não é boa. E um dos motivos para isso é o baixo rendimento do principal ponto de equilíbrio da equipe, o meio-campo formado por: Ndidi, Tielemans e James Maddison.

Um início impressionante

PAUL ELLIS/AFP via Getty Images

Nos 15 primeiros jogos da Premier League. o Leicester teve um desempenho impecável. Os Foxes somaram 11 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas. E o time de Brendan Rodgers conquistou 33 pontos dos 45 possíveis, ou seja, um aproveitamento de 73%.

Com uma defesa muito sólida (oito gols sofridos e sete clean sheets) e um ataque poderoso (35 gols em 15 partidas: média de 2,3 tentos por jogo), o Leicester conseguiu superar o fortíssimo Manchester City e ocupar o segundo lugar da Premier League. Ficando atrás somente do Liverpool.

Apesar de ter um setor defensivo regular, formado por Ricardo Pereira, Evans, Söyüncü e Ben Chilwell e um ataque comandado pelo artilheiro Jamie Vardy, o meio-campo foi o ponto de equilíbrio e a principal arma do time neste começo de temporada acima das expectativas.

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O meio-campo e as suas características

Wilfred Ndidi, Youri Tielemans e James Maddison conduzem o meio de campo dos Foxes. Responsáveis por uma forte marcação e compactação, eles também são a chave principal para a construção ofensiva do ataque, principalmente Tielemans e Maddison.

O nigeriano é o famoso “carregador de piano”. Fundamental pelos combates no 1×1, pela imposição física e também por dar sustentação ao setor. Sua principal característica são os desarmes e as interceptações, acelerando o jogo para Tielemans e Maddison.

Tielemans é o meio-campista interior. Com ótima capacidade de criação com passes curtos e também verticais, ele é um dos principais responsáveis pelo setor ofensivo do Leicester. Além da sua característica de organização, aparece na área para finalizar e pode ser decisivo com os arremates de longa distância.

Já James Maddison é a peça fundamental. O jogador que dá ritmo ao meio-campo do Leicester. Seja com passes mais verticais entre as linhas ou também conectando os extremos (Barnes, Ayoze Pérez e Albrighton). O inglês também tem a função de comandar as jogadas de bola parada. Escanteios, faltas frontais e também laterais. Ele é o grande craque do meio-campo dos Foxes.

Declínio técnico do meio-campo e oscilação nas últimas rodadas

Alex Livesey/Getty Images

No entanto, nas rodadas atuais, o Leicester City tem oscilado muito. E nos últimos 14 jogos, os Foxes somaram apenas 18 pontos em 42 disputados (cinco vitórias, três empates e seis derrotas). Isso apresenta um aproveitamento de apenas 42% neste período. Desempenho muito inferior em relação ao início da temporada.

E um dos pontos cruciais dessa “queda” e baixo nível de futebol nos jogos recentes é o desempenho individual das peças do meio-campo: Ndidi, Tielemans e James Maddison. Principalmente do belga e do inglês, já que Ndidi perdeu cinco das últimas 14 partidas da equipe na Premier League por conta de uma lesão no joelho.

Comparativo do meio-campo do Leicester nos 15 primeiros jogos e das últimas 14 rodadas

Wilfred Ndidi

15 primeiros jogos: dois gols em 14 partidas (ficou fora do time diante do Sheffield United)

14 últimos jogos: uma assistência (jogou apenas nove das 14 partidas)

Youri Tielemans

15 jogos primeiros jogos: três gols e três assistências

14 jogos últimos jogos: duas assistências (contra o Chelsea no mesmo jogo). Além disso, Tielemans perdeu a posição no meio-campo. O belga foi suplente nos últimos dois confrontos do time na Premier League (derrota para o Norwich e vitória diante do Aston Villa).

James Maddison

15 primeiros jogos: cinco gols e duas assistências

14 últimos jogos: um gol e uma assistência (são oito jogos sem balançar as redes e 13 sem dar nenhum passe para gol).

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A importância do meio-campo para o jogo de Jamie Vardy

Alex Livesey/Getty Images

O baixo rendimento dos últimos confrontos não impacta somente no jogo do Leicester como um todo, mas também na principal arma ofensiva do time, Jamie Vardy. O início do atacante inglês na Premier League foi arrasador. E isso o colocou como um dos maiores goleadores da temporada.

Nas primeiras 15 partidas da temporada, Jamie Vardy anotou 14 gols e ainda contribuiu com três assistências. Já nas rodadas recentes, o seu nível caiu drasticamente. Foram apenas cinco gols e uma assistência. Porém, na última segunda-feira (9), na goleada do Leicester sobre o Aston Villa por 4 a 0, Vardy marcou duas vezes e quebrou um jejum de sete partidas sem balançar as redes.

O fato é que a boa campanha do Leicester é fruto do seu grande início de temporada. E para o time voltar ao nível do princípio da campanha, Ndidi precisa voltar ao seu melhor nível físico e técnico, Tielemans tem de ser mais influente na construção ofensiva do jogo e recuperar a sua posição no time titular, e Maddison ser ainda mais criativo e decisivo com seus gols e assistências.

Richard Militão
Richard Militão

Um completo apaixonado por esportes. Além de outras modalidades, como futebol americano, basquete e tênis, tenho o futebol como o grande xodó. Um fã completo de futebol inglês e da Premier League