Uma das sensações no começo desta Premier League, o Leicester de Brendan Rodgers mostra ser uma equipe com um jogo coletivo extremamente sólido e efetivo. Com talentos individuais se destacando e o esquema tático que funcionou no Swansea e em sua chegada ao Liverpool, Rodgers armou um Leicester veloz, consistente e eficiente.
A PL Brasil analisa os Foxes, destacando os cinco pontos fortes que fazem do time de Maddison, Vardy e companhia um adversário complicado e uma das equipes mais legais de se assistir na atual Premier League.
Listamos 5 comemorações icônicas da era Premier League
1. Defesa eficiente
A saída de Maguire para o Manchester United preocupou bastante os torcedores do Leicester no que diz respeito à defesa, mas a linha formada por Ricardo Pereira, Evans, Söyüncü e Chilwell tem se mostrado bastante segura e bem postada.
Söyüncü, com 23 anos de idade, é uma grata surpresa para Brendan Rodgers: em oito jogos, o defensor turco levou a melhor em 76% das divididas em que disputou, com um total de 17 desarmes. Pelo alto, o aproveitamento de Söyüncü é de 65%, vencendo 28 de 43 disputas de jogo aéreo.
Além disso, o Leicester é o time com mais desarmes na Premier League até aqui: são 177, sendo que desses, 70 são da dupla Ricardo Pereira e Ndidi (35 cada um), os melhores no quesito em toda a competição.
Ndidi, aliás, tem sido um verdadeiro gigante no sistema defensivo do Leicester: além dos desarmes, é o líder da Premier League em passes interceptados (26).
2. Meio-campo jovem, inteligente e versátil
Quando assumiu o time na segunda metade da temporada passada, o técnico Brendan Rodgers começou a implementar a sua filosofia de jogo no Leicester. O posicionamento e a movimentação tática do time são bastante semelhantes ao que Rodgers fez anteriormente no Swansea e no Liverpool.
O Leicester começa a grande maioria dos jogos disposto em um 4-1-4-1, que facilmente se adapta a um 4-3-3 em situações de jogo ofensivas, também podendo formar uma espécie de 4-5-1 quando o adversário ataca.
A chave para essa fluidez de jogo aparece em três jogadores jovens e muito bem qualificados que compõem o meio dos Foxes: Ndidi, Tielemans e Maddison são peças incrivelmente versáteis e capazes de acelerar o jogo, usando as pontas e a referência de Vardy para triangular jogadas no ataque.
Maddison, que já teve um desempenho destacável na temporada passada, mantém o nível de suas atuações na atual Premier League e se torna cada vez mais imprescindível para o time. Com apenas 22 anos, o jovem inglês já chama a atenção dos rivais.
Com essas peças extremamente talentosas, o Leicester dá mostras de que além de um jogo coletivo bastante sólido, pode contar com a qualidade técnica individual de seus jogadores. Tendo boas opções também no banco, como Choudhury e Praet, Rodgers é capaz de fazer alterações pontuais sem prejudicar o esquema.
3. Laterais participativos
Outra prova de que o Leicester tem um ótimo time são as laterais: Ricardo Pereira e Chilwell formam uma dupla forte na defesa e no ataque. Ofensivamente, a dupla está presente em quase todas as construções de jogada, tocando na bola ou ao menos apoiando o avanço dos pontas.
Ricardo Pereira, inclusive, é o segundo jogador com mais toques na bola (784) em toda a Premier League. Com passes rápidos e subidas ao ataque, o português é fundamental para o jogo do Leicester.
4. Verticalidade e intensidade
A velocidade na construção das jogadas e o chamado jogo sustentado é o ponto forte do time de Brendan Rodgers. A partir do momento em que o Leicester tem a posse de bola, ela viaja com rapidez para o campo de ataque e encontra opções para triangulação com Barnes, Gray ou Ayoze Pérez.
Não à toa, os Foxes têm dois jogadores entre os três com mais lançamentos na Premier League: Tielemans (7) e Maddison (6).
A marcação pressão sobre a saída de bola do adversário também é muito bem orquestrada. Quando o marcador do Leicester dá o bote no portador da bola, já encontra uma opção de passe curto, que, por sua vez, tem duas ou três opções à sua frente para acelerar o ataque:
Contra o Sheffield United, a estratégia resultou no primeiro gol do jogo: Pérez recupera a bola, que sobra aos pés de Maddison. Maddison faz o lançamento para Vardy, e Vardy abre o placar para os Foxes.
5. Jamie Vardy
Jamie Vardy toca pouco na bola. Enquanto outros atacantes costumam tocar mais na bola – Aguero, por exemplo, tem mais de 30 toques por jogo e Rashford supera os 40 – Vardy beira os 20 toques na bola a cada partida.
Por quê? Porque ele tem um papel diferente no time de Brendan Rodgers.
Vardy se posiciona bastante à frente no campo de ataque. Com isso, ele atrai os jogadores de defesa oponentes, aumentando a distância entre as linhas defensivas do adversário e criando espaços vazios para as subidas fortes do meio campo do Leicester.
Com isso, Maddison, Tielemans e os pontas sobem ao ataque com espaço para triangular, ocupando o campo adversário. Não é à toa que 11 dos 14 gols dos Foxes foram marcados de dentro da grande área.
Normalmente, quando é acionado, Vardy já está em posição para finalizar, com poucos toque na bola. E, ali, ele é mortal.
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— Leicester City (@LCFC) August 31, 2019
Futuro promissor do Leicester de Brendan Rodgers
Quem vê a maturidade tática do time do Leicester não imagina que seja composto de jogadores tão jovens: Maddison (22 anos), Tielemans (22), Ndidi (22), Söyüncü (23), Chilwell (22), Choudhury (22), Barnes (21) e Gray (23) podem ser a garantia de um time competitivo por algumas temporadas.
A depender da capacidade de segurar seus jogadores e de manter o seu padrão de jogo, o Leicester tem um futuro promissor pela frente e pode voltar a dar alegrias a seus torcedores mais cedo que muitos esperavam.
Título? Bastante improvável. Mas a tendência é que o Leicester de Brendan Rodgers ofereça dificuldades mesmo aos adversários mais fortes. Além disso, os Foxes têm sido, sem sombra de dúvidas, um dos times mais legais de se ver jogar na Premier League. Vale acompanhar.