Contratado junto ao Sunderland em julho de 2011, Jordan Henderson chegou ao Liverpool após duas boas temporadas nos Black Cats. Logo de imediato, em sua primeira temporada nos Reds, o meio-campista atuou em 31 jogos como titular e contribuiu com dois gols e uma assistência.
Atuando como primeiro homem do meio-campo, Henderson era responsável por ser o principal marcador do setor e iniciar a saída de bola. Ao lado de Steven Gerrard, nas temporadas seguintes, Henderson incorporou o espírito e a liderança do eterno capitão de Anfield. Teve, na temporada 13/14, uma grande importância no vice-campeonato da Premier League.
Portanto, após a saída de Gerrard ao fim da temporada 2014/2015, tornou-se natural que Henderson assumisse a capitania do time e, por sua vez, a liderança da equipe, confirmando sua evolução enquanto jogador, após marcar seis gols e distribuir nove assistências naquela temporada.
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O início do declínio
Contudo, o peso da responsabilidade e a implantação de um novo estilo de jogo após a chegada de Jurgen Klopp acabaram exibindo algumas fragilidades no futebol do meio campista inglês. Isso acabou resultando em uma queda considerável de desempenho e uma quantidade crescente de críticas sobre o seu futebol.
Em baixa, o inglês era apontado por quebrar o dinamismo da equipe. A insistência em passes longos ineficazes acabavam quebrando a velocidade do jogo do time de Klopp. Nesse sentido, Henderson acabou sendo preterido por jogadores como Emre Can e James Milner
Diante disso, ao fim da temporada, Henderson atuou em apenas 15 jogos como titular naquela Premier League. Isso representou uma queda de mais da metade nesse quesito, tendo em vista a temporada anterior, na qual o inglês esteve presente em 36 dos 38 jogos da competição.
As atuações inconstantes e as críticas sobre o futebol de Henderson continuaram aumentando. Contudo, após um processo de adaptação ao novo estilo de jogo, o inglês teve um pequena retomada, muito mais em função do crescimento coletivo da equipe.
Uma mudança fundamental
O cenário de críticas a Henderson permaneceu quase inalterado até a chegada de Fabinho, na temporada seguinte. Isso acabou proporcionando uma mudança fundamental na trajetória do capitão dos Reds, encabeçada por Jurgen Klopp.
Portanto, com Fabinho assumindo a posição de primeiro volante, Henderson fora deslocado para o lado direito do meio-campo. Isso proporcionou ao inglês liberdade para atuar naquela faixa, tanto exercendo uma ótima marcação quanto fazendo triangulações com Mohammed Salah e Alexander Arnold.
A conquista da Champions League deu a confiança necessária e o estofo para que Henderson, ainda mais adaptado àquela função na temporada seguinte, mostrasse de vez a sua importância fundamental no time.
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Na primeira metade da temporada, atuando pelo lado direito do campo, o inglês demonstrou uma capacidade ainda maior de influenciar o jogo do Liverpool, chegando de forma mais impactante ao ataque.
Desse modo, Henderson seguiu até dezembro com atuações sólidas naquela função, até a lesão de Fabinho, em jogo contra o Napoli, pela Champions League. Automaticamente, dúvidas e temores pairaram sobre o retorno de Henderson à função de primeiro homem do meio-campo. Fabinho era, até aquele momento, o melhor volante da Premier League.
Diante disso, cercado de nova desconfiança, o inglês substituiu Fabinho de forma primorosa, confirmando sua evolução e versatilidade enquanto jogador. Ele garantiu a segurança e dinâmica necessárias, para exercer a marcação-pressão, além de participar ativamente das jogadas de ataque. Ao contrário do que se imaginava, Henderson continuou se destacando naquela posição.
O jogo contra o Wolverhampton, um dos mais difíceis na jornada histórica dos Reds na Premier League, é uma das constatações do impacto que o meia exerce. Ele contribuiu com um gol e uma assistência na vitória por 2 a 1. Após o retorno de Fabinho, Henderson voltou à faixa direita do campo e manteve atuações extremamente sólidas.
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A enorme temporada do inglês pelo Liverpool se comprova a partir das discussões sobre o melhor jogador dessa temporada na Premier League. Seu nome é um dos mais bem avaliados na disputa.
Nesse sentido, outro fator preponderante que embasa a importância determinante do inglês é que, após a sua lesão sofrida em jogo contra o Atlético de Madrid, o Liverpool sofreu uma queda vertiginosa em seu desempenho, que, por sua vez, culminou com a perda da invencibilidade na Premier League para o Watford e, também, a eliminação da Copa da Inglaterra em disputa contra o Chelsea.
Diante disso, a caminhada de Henderson com a camisa do Liverpool se associa a uma trama digna de um bom livro. História essa que conta com uma reviravolta bastante digna de um dos principais protagonistas do processo de reconstrução dos Reds.