Vamos dar continuidade a nossa série especial de matérias sobre os convocados da Inglaterra para a Copa do Mundo! Curiosidades, histórias, estatísticas e muito mais. Vem com a gente que o papo de hoje é sobre John Stones!
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Quem é John Stones?
Stones quer ser uma mistura de John Terry com Rio Ferdinand. “Estou tentando alcançar essa mistura”, admitiu certa vez o defensor do Manchester City.
Tenho certeza que não queremos desencorajar Stones. Afinal, a Inglaterra tem nas mãos um bom zagueiro. Mas cá entre nós: encontrar essa fórmula perfeita me parece um tanto quanto… difícil.
Com 24 anos de idade e a primeira Copa do Mundo logo ali, John Stones ainda tem tempo de sobra para evoluir, crescer enquanto jogador e nos surpreender. Digo isso por três motivos:
Primeiro: o defensor tem potencial. Isso é indiscutível. Stones já nos encantou com algumas boas atuações.
Segundo: seu técnico é Pep Guardiola. O treinador espanhol é mundialmente conhecido por bons trabalhos e por lapidar jovens promessas.
Terceiro e não menos importante: John Stones já superou a desconfiança de treinadores e colegas de trabalho nas categorias de base.
Crescimento tardio
John Stones nasceu em Barnsley, cidade situada entre Leeds e Sheffield, na região de Yorkshire and the Humber. E foi no clube da metrópole que o jovem garoto iniciou a sua trajetória na Inglaterra.
Amante do golfe, o pequeno atleta largou os tacos e os campos acidentados da Grã-Bretanha para se tornar jogador de futebol. Começou como lateral direito, se transferiu para a zaga central aos 8 anos de idade e logo impressionou pelo talento.
A ascensão nas categorias de base do Barnsley, entretanto, foi interrompida por um grande contra-tempo: problemas de crescimento. Com 15 anos completados, Stones foi rebaixado ao sub-14 por não acompanhar o desenvolvido físico dos colegas.
Franzino e baixinho – características inaceitáveis para um atleta da posição – John conviveu com a desconfiança da comissão técnica até deslanchar. Foi apenas com 17 para 18 anos que Stones alcançou a sua altura atual: 1,88m.
Demorou, mas falta de vontade não lhe faltou. O defensor não desistiu da carreira, continuou firme nos treinamentos e logo foi promovido ao elenco principal do time da cidade. Desta vez já grandinho.
Sua primeira partida com a camisa profissional dos Tykes foi no dia 17 de março de 2012, em duelo contra o Reading, válido pela Championship. O zagueiro entrou no lugar de Scott Wiseman aos 52 no relógio.
Foram duas temporadas e 26 jogos disputados desde então. Stones se tornou titular no último ano, ajudou a equipe na luta contra o rebaixamento e finalmente atraiu a atenção de um grande clube da Inglaterra: o time azul da terra dos Beatles.
A diretoria do Everton desembolsou algo em torno de 3 milhões de libras para contratá-lo em janeiro de 2013.
Mudança para Liverpool
Stones deixou a terra natal rumo ao lado azul de Liverpool. A fim de se estabelecer na nova cidade, se adaptar aos treinamentos da nova equipe e sentir o peso da primeira divisão inglesa, o garoto não entrou em campo no restante da temporada 2012/13.
O período em observação parece ter valido a pena. No verão da temporada 2013/14, Stones ganhou tempo de jogo e a confiança do treinador Roberto Martínez. Com moral e ritmo na elite da Inglaterra, se tornou uma opção mais sólida que o colega Sylvain Distin.
Sua estreia como titular do elenco foi no dia primeiro de janeiro de 2014.
Começar 2014 com o pé direito realmente trouxe sorte ao zagueiro inglês. Stones tornou-se titular incontestável, acumulou 26 jogos na temporada e foi indicado ao prêmio Golden Boy junto com o companheiro de Everton Gerard Deulofeu.
John realizou outras duas boas temporadas em Goodison Park: 2014/15 e 2015/16. Somou 69 compromissos como titular, marcou um único golzinho e estendeu o seu vínculo com os Toffees até 2019.
O novo contrato, no entanto, não foi o suficiente para segurá-lo em Liverpool. Na metade de 2015, a diretoria do Everton até repeliu três investidas seguidas do Chelsea: 20, 26 e 30 milhões de libras.
O jogador até chegou a divulgar um transfer request e se declarar publicamente insatisfeito dentro do elenco. Isso não foi o suficiente para tirá-lo da cidade.
A história não se repetiu na janela de verão seguinte. Com £47.5m em mãos, o Manchester City de Pep Guardiola acertou a transferência de John Stones em agosto de 2016. O defensor se tornou, àquela época, o segundo zagueiro mais caro da história do futebol.
Altos e baixos em Manchester
Stones chegou junto de outros reforços defensivos para ser titular na zaga do Manchester City. O zagueiro oscilou entre bons e maus momentos, tanto na temporada 2016/17, quando na temporada 2017/18.
Na primeira temporada com a camisa dos Citizens, o defensor manteve-se praticamente intocável: jogou 39 partidas distribuídas entre Premier League, Copa da Inglaterra, Copa da Liga Inglesa e Champions League.
O setor defensivo comandado por Guardiola, entretanto, foi alvo de críticas durante a campanha de estreia do técnico espanhol na terra da Rainha.
Os Citizens em momento algum brigaram pelo título nacional. Além disso, foram eliminados de forma vergonhosa nas oitavas de final do torneio interclubes mais importante do Velho Continente.
John Stones foi um dos piores jogadores em campo durante a série contra o Mônaco, em especial, na partida de volta. O azuis de Manchester saíram derrotados por 3 a 1 no Stade Louis II e acabaram eliminados da competição.
“Minha consciência tática ainda não é boa o suficiente, mas estou evoluindo sob o comando de Pep Guardiola”, admitiu Stones na metade de 2017.
Em sua segunda temporada no Etihad Stadium, também iniciou a trajetória como titular da equipe azul celeste, mas acabou ficando um longo período no departamento médico após duas lesões seguidas.
Stones ficou aproximadamente 70 dias fora de combate após machucar o tendão e o músculo adutor da coxa. Além disso, também passou uma semana em observação depois de chocar a cabeça contra um colega de profissão durante compromisso internacional pela Inglaterra.
O defensor não obteve uma sequência de partidas satisfatória e às vezes foi preterido à Vincent Kompany, até então reserva do elenco.
Titular na Copa
Apesar dos altos e baixos vividos em Manchester, o zagueiro sempre foi presença garantida no elenco do comandante inglês.
O jogador do Manchester City começou os compromissos contra Eslovênia, Lituânia, Alemanha, Brasil, Holanda, Itália e, neste sábado (2), Nigéria. Foi substituído apenas uma vez, por se tratar de partida amistosa. O atleta até foi convocado para disputar a Euro 2016, mas sequer entrou em campo.
A Copa na Rússia surge em boa hora. A responsabilidade, no entanto, é alta.