A Premier League é uma das ligais mais atraentes do mundo e, a cada ano, atraem craques de todos os cantos do planeta. Mas, para os times recém-promovidos da Championship, o cenário acaba sendo um pouco diferente.
Mesmo com o enorme valor recebido pela conquista do acesso, raramente nomes de impacto são anunciados como reforços para a disputa da Premier League.
Afinal, são poucos os jogadores de grande destaque que trocam a estabilidade em seus clubes, pela aposta de disputar a Premier League por alguma equipe recém-promovida, já que não existe nenhuma garantia que o time permaneça na elite.
Não bastasse a dificuldade que essas equipes possuem em contratar, ainda pesa o fato em manter os jogadores que se destacaram pelo clube em suas campanhas de acesso.
Sendo assim, a PL Brasil traz uma análise de cinco jogadores que permaneceram em suas respectivas equipes que conquistaram o acesso e podem se destacar na elite do futebol inglês.
Veja 5 jogadores que subiram da Championship e podem se destacar na Premier League
Tom Cairney – Fulham
Em meio a tudo o que o Fulham passou nas últimas temporadas, chegando até a brigar para não cair para a League One (equivalente a terceira divisão), o meia Tom Cairney pode ser considerado a melhor contratação dos Cottagers em anos.
Apesar de coadjuvante em sua primeira temporada, os torcedores puderam notar o quão em boas mãos, ou melhor dizendo, o quão em bons pés o meio-campo estava, com o meia marcando oito gols e distribuindo seis assistências.
No ano seguinte, com incríveis 92,6% de precisão nos passes – índice superior ao de nomes como Toni Kroos, Xabi Alonso e Andres Iniesta, e distribuindo 10 assistências para gol, Cairney foi o maestro e liderou a equipe até os play-offs.
Leia mais: Além de recordes de público: o que explica o sucesso do futebol feminino na Inglaterra?
Como mais uma prova do tamanho de sua importância, além de maestro, foi artilheiro da equipe com 13 gols.
Já para 2017/18, com a aposentadoria de Scott Parker, Cairney assumiu a braçadeira de capitão e guiou o time para o seu novo recorde de 23 jogos de invencibilidade, o que acabou culminando com o terceiro lugar na Championship.
No total, anotou seis gols e contribuiu com cinco assistências.
E quis o destino que um desses tentos fosse o gol que garantiu o acesso do Fulham para a Premier League, na vitória sobre o Aston Villa por 1 a 0 na final dos play-offs.
Cairney se mostra um jogador muito inteligente e com uma visão de jogo privilegiada.
Sua capacidade de segurar a bola e aplicar dribles curtos é algo que chama a atenção.
Aliás, o jogador mostrou que, além de assistências, sua perna esquerda é capaz de prover bons chutes de dentro ou fora da área.
Talvez o jogador só não possa ser considerado um meia completo, pelo fato do seu jogo defensivo não ser muito eficaz.
Ruben Neves – Wolverhampton
Quando a equipe do Wolverhampton, que iria disputar a Championship, anunciou a chegada do meia português Ruben Neves, os noticiários esportivos foram abaixo.
Afinal, como um cogitado em Manchester United e Liverpool deixaria de disputar a Champions pelo Porto e reforçaria um time da segunda divisão inglesa?
Ruben Neves recebeu a batuta do técnico – e compatriota – Nuno Espírito Santo e, apesar de ter apenas 21 anos, guiou o Wolves ao título da competição e retorno para a Premier League.
Atuando à frente dos zagueiros, o português pode ser considerado o motor do time. Com qualidade no passe e visão de jogo que impressiona, Neves faz a ligação entre defesa e ataque com maestria.
Não bastasse isso, seus chutes de longe acabam sendo um grande trunfo, visto que todos os seis gols que marcou foram de fora da área.
Mas, sem dúvida, o seu gol diante o Derby County merece uma menção especial, já que rodou o mundo devido a sua beleza ímpar.
O meia fez parte da primeira lista de jogadores da seleção de Portugal do técnico Fernando Santos para a Copa do Mundo da Rússia, mas acabou sendo cortado da lista final, pegando muita gente de surpresa.
Leia mais: Quem é Ryan Sessegnon, uma das principais joias do futebol inglês?
Ryan Sessegnon – Fulham
Bom, seria praticamente impossível fazer essa lista sem citar a jovem sensação inglesa de apenas 18 anos.
Cria das categorias de base do Fulham, Ryan Sessegnon foi chamado pelo técnico Slavisa Jokanovic para treinar junto com o elenco principal, sendo integrado ao time para a temporada 2016/17. Ora atuava como lateral-esquerdo, ora como meia-atacante.
E após quatro jogos, Sessegnon marcou seu primeiro gol na Championship, tornando-se o jogador mais jovem a ter feito um gol na história da competição, com 16 anos e 94 dias. Terminou sua primeira temporada profissional com sete gols em 30 jogos.
Se o seu primeiro ano como profissional foi de experiências, a temporada seguinte foi de afirmação.
Antes da chegada de Aleksandar Mitrović, e com a ausência do capitão Tom Cairney, Sessegnon foi um dos responsáveis por manter a equipe viva na competição.
Antes que Mitrović começasse a enfileirar seus gols pelo clube, a joia Cottager foi responsável por 12 gols e quebrou mais um recorde. Ele foi o primeiro jogador com 17 anos a marcar um hat-trick em todas as quatro divisões do futebol inglês.
Sessegnon participou de todos os jogos do Fulham na Championship, incluindo os três jogos dos play-offs, finalizando a campanha do acesso com 16 gols marcados e sendo o artilheiro do time na temporada.
Com oito assistências, os torcedores puderam conhecer – além da sua velocidade, habilidade, poder de finalização e um incrível senso de posicionamento, o lado garçom da promessa inglesa.
Diogo Jota – Wolverhampton
Mais um dos vários jogadores portugueses que chegaram ao Wolverhampton, Diogo Jota foi uma das grandes surpresas da última Championship.
O jogador foi um pedido do técnico Nuno Espírito Santo, visto que os dois trabalharam juntos na temporada 2016/17, quando estavam na equipe do Porto. E o meia-atacante de apenas 21 anos não decepcionou.
Jota mostrou-se um jogador muito versátil. Foi comum ver o português buscando a bola fora da área, se posicionando entre os zagueiros, aparecendo como homem surpresa, partindo em velocidade no contra-ataque ou deixando os companheiros na cara do gol.
E, principalmente, mostrou estar com seu faro de gol bem aguçado.
Marcou 17 gols nos 44 jogos que disputou, sendo o artilheiro da equipe na competição, além de ter colaborado com cinco assistências.
Contratado a princípio por empréstimo de um ano junto ao Atlético de Madrid, o impacto de Jota no time foi tão grande que a diretoria do clube não quis esperar a temporada terminar, e em janeiro anunciou que exerceria a cláusula de compra.
Callum Paterson – Cardiff
Apesar de estar se recuperando de uma grave lesão no joelho sofrida em dezembro de 2016, o Cardiff resolveu apostar no escocês Callum Paterson.
E, apesar de ter estreado somente em outubro, sua primeira temporada nos Bluebirds acabou sendo acima das expectativas.
Lateral de origem, o jogador se destaca pela sua polivalência e capacidade ofensiva.
Uma prova disso foram seus 38 gols marcados nos cinco anos em que esteve na equipe do Hearts.
Após ter sido liberado pelos médicos para voltar aos gramados, até o final de 2017 acabou alternando entre jogos como titular e saindo do banco, atuando como lateral e meia, e marcando seu primeiro gol depois de seis jogos.
Mas foi após a virada do ano que a situação de Paterson no time também sofreu uma virada.
O escocês virou titular, com o técnico Neil Warnock bancando o jogador no meio-campo. E o resultado deu certo.
Com 32 jogos disputados, Paterson foi o artilheiro do Cardiff na Championship com 10 gols, além de 4 assistências.
Com apenas 23 anos, foi eleito pelos torcedores do Cardiff como o Jovem Jogador da Temporada.