O novo perfil dos jogadores africanos na Premier League

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A Premier League é uma das maiores liga de futebol do mundo. Tal berço sempre foi alvo e abrigou atletas de todas as partes do mundo. Com os jogadores africanos, isso não foi diferente.

324 africanos já passaram pela Premier League

Povo que sempre lutou pela liberdade na época da escravidão, nos últimos séculos foi e vem sendo uma forte máquina na revelação de bons jogadores. Apesar de ter como destaques europeus de diversas partes do continente, a PL é marca registrada na carreira de grandes africanos. Para falar sobre o perfil precisamos primeiramente nos situar.

Ainda nos início dos anos 2000, perto da criação da Premier League, o primeiro africano a se destacar foi o atacante Jay-Jay Okocha. O nigeriano, que já era conhecido no mundo do futebol, com passagens relevantes pelo Paris Saint-Germain (FRA) e Fenerbahçe (TUR), abria as portas desse marcado para os gramados ingleses.

Sua chegada vindo de um gigante francês para um time que brigava para ser rebaixado foi um grande marco não só para jogadores africanos, mas principalmente para o Bolton. O nigeriano ajudou o time de Sam Allardyce a sair da 17ª posição para se classificar para a Copa da Uefa, atual Europa League.

Outro marco do futebol africano na Inglaterra com certeza foi em Londres, mais especificamente no Chelsea. Michael Essien, John Obi Mikel, Salomon Kalou e Didier Drogba, o quarteto africano que chegou aos Blues entre 2004 e 2006, mudou o patamar do time londrino com quase uma década de serviço por lá.

Possivelmente, os primeiros anos de 2000 foram os mais ecléticos de jogadores africanos no futebol inglês.

(Foto/Adrien Dennis – AFP)

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Drogba foi o líder desse grandioso momento do Chelsea, sendo considerado por muitos, o melhor jogador africano a jogar em campos ingleses. Além desses títulos, o marfinense apareceu inúmeras vezes entre os artilheiros e maiores assistentes da temporada.

Se um quarteto teve grande parcela no crescimento do Chelsea, um em específico teve seu nome marcado em outro grande inglês, o Manchester City. Esse outro é nada mais nada menos que Yaya Touré.

(foto: Sharon Latham – Manchester City FC via Getty Images)

Diferente do final da década de 19, os jogadores africanos nos últimos anos marcaram posições mais sólidas. Meio-campistas, zagueiros e atacantes que tinha determinada função, sem muita flexibilidade tática.

Isso não significa que sua habilidade seja menor. Touré, por exemplo, esteve entre os melhores meio campistas do mundo durante algumas temporadas.  Drogba, era gênio. Até Emmanuel Adebayor tinha seu futebol especifico que marcou suas passagens na Inglaterra.

Novo perfil de jogadores africanos

Após longos processos e muita história, um novo perfil foi criado pelos africanos. O perfil de posições mais flexíveis, posições que os jogadores jogam mais pelos lados e tem estilo mais solto, driblador, mas com habilidade semelhante.

A nova onda chegou há pouco tempo, com Riyad Mahrez fazendo história com o Leicester. A partir disso, podemos nomear Sadio Mané, Mohamed Salah e até Wilfried Zaha como pioneiros desse novo estilo de africanos na PL.

O perfil pode ter mudado, mas algo mais importante voltou a ser notável: eles voltaram a ser destaques da competição. É normal vermos ingleses, franceses como marcas da liga, mas nos últimos anos, jogadores africanos se infiltraram nesse holofote tão grande.

Mohamed Salah é a cara da revolução africana. O atacante do Liverpool ficou entre os três melhores do mundo na temporada passada, primeiro africano na história da Premier League a alcançar tal patamar.

Antes dele, Samuel Eto’o havia sido o último africano nomeado entre os melhores. Contudo, o camaronês atuava pelo Barcelona. Salah e Eto’o fazem parte de um seleto grupo de três jogadores africanos que ficaram entre os três melhores do mundo, junto com George Weah (Milan-ITA).

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É notável que o perfil atual se assemelha com o primeiro, que surgiu logo após a criação da liga. A maior diferença é que hoje, os destaques em outras posições são menores e o poderio de atacantes, é maior. George Weah, por exemplo. Teve grande carreira, mas na PL, não fez grandes coisas.

O novo perfil é cotado para seguir por alguns anos entre as cabeças da liga e como principal meta, se destacar no cenário mundial, como fez Mohamed Salah. Com Liverpool e City disputando grandes títulos, isso não será muito difícil.

E aí, qual perfil você gosta mais? O eclético da década de 1990, o sólido dos anos 2000 ou o flexível das últimas temporadas?

Lista de jogadores africanos que já entraram em campo na Premier League 2018/2019

ARGÉLIA – Riyad Mahrez (Manchester City) e Rachid Ghezzal (Leicester City)

BENIN – Steve Mounie (Huddersfield Town)

CAMARÕES – Gaëtan Bong (Brighton), Joel Matip (Liverpool), André-Frank Zambo Anguissa (Fulham)

CONGO – Elias Kachunga (Huddersfield Town), Neeskens Kebano (Fulham)

CONGO – Arthur Masuaku (West Ham)

COSTA DO MARFIM – Sol Bamba (Cardiff City), Jean Michael Seri (Fulham), Wilfried Zaha (Crystal Palace), Eric Bailly (Manchester United), Serge Aurier (Tottenham)

EGITO – Mohamed Elneny (Arsenal), Mohamed Salah (Liverpool)

GABÃO – Pierre-Emerick Aubameyang (Arsenal), Bruno Ecuele Manga (Cardiff City), Mario Lemina (Southampton)

GANA – Jeffrey Schlupp (Crystal Palace), Daniel Amartey (Leicester City), Christian Atsu (Newcastle), Jordan Ayew (Crystal Palace)

GUINÉ – Naby Keita (Liverpool), Ibrahima Cissé (Fulham)

QUÊNIA – Victor Wanyama (Tottenham)

MALI – Yves Bissouma (Brighton), Bakary Sako (Crystal Palace)

MARROCOS – Romain Saïss (Wolverhampton)

NIGÉRIA – Wilfred Ndidi (Leicester City), Alex Iwobi (Arsenal), Kelechi Iheanacho (Leicester City), Isaac Success (Watford), Leon Balogun (Brighton)

SENEGAL – Sadio Mané (Liverpool), Mohamed Diamé (Newcastle United), Pape Souaré (Crystal Palace), Oumar Niasse (Cardiff City), Idrissa Gueye (Everton), Cheikhou Kouyaté (Crystal Palace)

TOGO – Floyd Ayité (Fulham)

Lucas Pires
Lucas Pires

Jornalista em formação que fala sobre esportes