O atacante israelense do Tottenham, Manor Solomon, se manifestou nesta segunda-feira (9) sobre os conflitos entre Israel e Hamas que tomaram conta do noticiário internacional durante as últimas semanas.
O jogador de 24 anos, que chegou aos Spurs após uma boa temporada no Fulham, é natural de Kfar Saba, cidade no território israelense próxima à capital Tel Aviv, mas que também faz fronteira com a Cisjordânia (um território palestino).
— Nos últimos dois dias, meu país, minha família e meus amigos estão passando pelo inferno. Mais de 800 israelenses foram assassinados (o maior número em um dia desde o Holocausto). Mais de 150 pessoas foram sequestradas, incluindo mulheres, crianças, bebês e idosos. Milhares de mísseis foram lançados em direção a civis inocentes! — escreveu Solomon em sua conta no Instagram.
O atacante fez referência direta ao Hamas, grupo islâmico de orientação sunita que fica baseado na Faixa de Gaza, outro território palestino, e assumiu a autoria dos ataques a Israel.
— O Hamas não está fazendo nada (e nunca fez) a favor do povo palestino. O Hamas é uma organização terrorista com apenas uma missão: limpar os judeus do planeta. Apoiar eles é o mesmo que apoiar Al Qaeda, Estado Islâmico e os ataques de 11 de setembro. Israel tem o direito de se defender! — argumentou o jogador, lembrando ataques terroristas anteriores.
Durante o último fim de semana, o lateral-esquerdo do Arsenal, Oleksander Zinchenko, também chegou a manifestar solidariedade ao povo israelense em suas redes sociais.
Tottenham Hotspur winger Manor Solomon has posted a message on Instagram about the shocking and distressing events in Israel. He first moved to England as a result of Russia’s invasion of Ukraine, where he played for Shakhtar Donetsk. pic.twitter.com/2rr8jCgI9c
— Matt Law (@Matt_Law_DT) October 9, 2023
O contexto geopolítico do conflito entre Israel e Palestina
Os ataques que motivaram o post de Solomon começaram no último sábado (7), quando o grupo extremista armado Hamas lançou um ataque contra Israel. A organização direcionou foguetes contra cidades israelenses a partir da Faixa de Gaza, enquanto homens armados invadiam o território israelita por terra, ar e mar.
Mas, apesar do atacante ter um lado claro, a história não é tão simples. As últimas décadas foram marcadas pela exploração israelense em cima dos palestinos — e, inclusive, contasse com o apoio de potências como Estados Unidos e Reino Unido.
Vale lembrar também que o atual território ocupado por Israel existe por conta de uma série de guerras ocorridas ao longo da segunda metade do século 21, na qual a Palestina nunca contou com o mesmo apoio da comunidade internacional.
O próprio Hamas não é considerada uma entidade terrorista pela Organização das Nações Unidas (ONU) ou pelo governo do Brasil, por exemplo, não sendo assim comparada por esses a Al Qaeda, Estado Islâmico ou Boko Haram.
Fato é que o governo de Israel declarou guerra ao Hamas e está no terceiro dia de conflito com os militantes da Faixa de Gaza. O atual primeiro-ministro israelense é Benjamin Netanyahu, político populista de extrema-direita que flerta com ideais antidemocráticos.