A Inglaterra voltou a campo neste domingo (30), para enfrentar a Eslováquia, em partida válida pelas oitavas de final da Eurocopa. A partida acabou em vitória inglesa na prorrogação por 2 a 1.
Apesar de começar perdendo com gol de Schranz, os Três Leões acabaram empatando com o gol de Bellingham no fim do segundo tempo e viraram com gol de Kane no começo da prorrogação.
Problema óbvio se manteve na Inglaterra
O principal problema da seleção inglesa se mostrou ainda mais presente contra a Eslováquia. Os ingleses sofreram com a marcação adversária em bloco alto e não conseguiram construir com clareza durante todo o jogo.
Isso ocorreu principalmente pela inexistência de canhotos na primeira fase de construção. Guehi, o zagueiro pela esquerda, e Trippier, o lateral daquele lado, são ambos destros e viraram alvo fácil da marcação.
Sem o pé esquerdo na construção, as opções de passe são limitadas e se tornam previsíveis. A Eslováquia defendia em 4-1-4-1, mas deixando Trippier receber sem marcação antes de ser pressionado no seu pé direito, obrigando-o a fazer o passe para Foden, na esquerda.
No entanto, o passe de perna direita reto no corredor esquerdo, em profundidade, faz uma curva que facilita a marcação e geralmente não é tão proveitoso para Foden, canhoto, receber em boas condições.
Foden acabava recebendo no pé, de costas, e sem possibilidade de progredir pelo meio por conta da ocupação de espaços dos eslovacos. Kucka, o volante pela direita, fechava o meio e Pekarik, o lateral-direito, bloqueava a profundidade — com isso o jogo inglês inexistia pela esquerda.
Jogadores e Southgate sem criatividade
O jogo da Eslováquia foi simples e eficiente. Defenderam muito bem em bloco alto, impediram a criação inglesa e progrediram rapidamente através de passes em profundidade. Mesmo sem ser um time de contra-ataque, aproveitaram os erros ingleses.
O gol surgiu a partir disso. Uma corrida em progressão, o uso do pivô de Strelec e a passagem em profundidade de Schranz para marcar em sua única chance da partida.
Os Três Leões, por outro lado, não finalizaram no gol o jogo inteiro. Excetuando o gol impedido de Phil Foden, o time de Southgate simplesmente não conseguiu chegar em situações limpas para finalizar.
Kane teve poucas oportunidades para criar como gosta em sua função de “quase falso nove”, apesar de ser o principal finalizador do time. O segundo tempo principalmente foi de um jogo unilateral dado o recuo dos eslovacos.
No primeiro tempo, por exemplo, a Inglaterra teve sete finalizações e apenas 0,21 gol esperado — ou seja, o volume não se traduziu em chances boas.
Além disso, Southgate demorou a mexer e foi burocrático nas substituições mais uma vez. Cole Palmer ajudou na criação, mas Eze e Toney foram adições feitas puramente no desespero no fim do jogo, quando ainda estava perdendo.
Muito mais sorte do que juízo
Bellingham não fez um bom jogo de modo geral, mas marcou um gol de bicicleta faltando 40 segundos para os acréscimos de seis minutos que cravariam a eliminação dos Três Leões.
Isso levou a partida praticamente perdida para a prorrogação. Nos lances iniciais do tempo complementar, Kane marcou em um cruzamento com bate-rebate e colocou uma pouco competente seleção inglesa nas quartas.
Ao todo, a Inglaterra acabou com 15 chutes a gol e duas grandes chances, enquanto a Eslováquia, em oito finalizações, teve as mesmas duas grandes chances.