A Inglaterra chega a 15ª participação em Copas do Mundo com menos prestígio que antigamente. Isso se deve às más campanhas na Copa de 2014 e Eurocopa 2016, o que forçou uma renovação durante o ciclo após a chegada do técnico Gareth Southgate. O envelhecimento da seleção inglesa ficou evidente, quando não conseguiu passar do grupo da morte na Copa do Mundo 2014, com grandes seleções como Uruguai, Itália e a surpresa Costa Rica.
Ciclo 2014-2018
A transição pós Copa do Mundo 2014 não foi fácil de início. Em 2016 Roy Hodgson não conseguiu impor sua mentalidade de jogo e isso refletiu numa eliminação para a Islândia nas oitavas de final da Eurocopa.
E o torcedor inglês teve mais motivos para se preocupar. Após a eliminação na Euro, a queda de Roy Hodgson significava uma mudança para melhor. Só que não foi bem assim. O Big Sam, Sam Allardyce, foi o escolhido para ser o novo técnico da seleção inglesa. Um retrocesso.

Big Sam chegou e teve uma passagem relâmpago de dois meses e quatro dias. Comandou a Inglaterra em apenas um jogo das Eliminatórias, contra a Eslováquia (vitória de 1 a 0 fora de casa).
Logo depois, Sam Allardyce pediu demissão, pois estava envolvido em esquema de corrupção. Big Sam entregou o cargo um dia após a divulgação de um vídeo no qual explica como burlar as leis do mercado de transferências de atletas.
E foi a melhor coisa que aconteceu. Ter no comando Big Sam era o pior dos cenários. Sua saída abriu as portas para Gareth Southgate. O ex-jogador era técnico do Sub-21 inglês, o que indicava a intenção de renovar os nomes para as próximas Copas.
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Com uma campanha segura nas Eliminatórias (10 jogos- 8 vitórias -2 empates), Southgate colocou sua ideia de jogar com linha de 5 e não passou por um desafio grande como a Copa do Mundo, o que deixa os torcedores com dúvida.
Southgate chegou como interino após a eliminação da seleção inglesa na Eurocopa e conseguiu resultado imediato nas Eliminatórias. Antes de ser efetivado seu aproveitamento foi de 2 vitórias e 2 empates. Depois de confirmado no comando técnico, alcançou a marca de 14 jogos (8 vitórias – 4 empates – 2 derrotas).

Copa 2018: a redenção da seleção inglesa?
No Grupo G, a Inglaterra tem a Bélgica como o maior adversário. É um caminho que parece ser simples, e a chance de tirar a má impressão deixada em 2014. Tunísia e Panamá completam o grupo.
A seleção inglesa teve sorte em relação à Copa passada. Por ser um grupo acessível e enfrentar Tunísia e Panamá antes da Bélgica, pode encaminhar a classificação na segunda rodada.
Chegar na terceira rodada com a classificação assegurada pode ser um fator que dê confiança para os ingleses para a partida contra a Bélgica, podendo disputar pela primeira colocação sem nenhuma pressão e responsabilidade.

Calendário Inglês na Copa do Mundo
- Tunísia x Inglaterra – Estádio de Volgogrado – Segunda-feira (18/06) – 15:00
- Inglaterra x Panamá – Nizhny Novgorod – Domingo (24/06) – 09:00
- Inglaterra x Bélgica – Kaliningrado – Quinta (28/06) – 15:00
Caso se classifique, a seleção inglesa enfrentará um dos classificados do Grupo H que conta com Colômbia, Japão, Senegal e Polônia. Pode ser interessante passar de fase e não enfrentar um candidato ao título de imediato.
Provável escalação para a estreia vs Tunísia

Por ser um jogo em que a Inglaterra precisa dominar as ações, Gareth Southgate deixará o time mais solto, colocando Lingard de titular no lugar do Dier, para liberar mais o time e ter mais poder ofensivo. O lado preocupante é a sobrecarga que pode ficar com Henderson, que vai ser o cara da sustentação e dos primeiros passes.
Tudo indica que Maguire ganha a posição de Cahill e Walker continue sendo o lateral/zagueiro ajudando a dar velocidade a zaga inglesa. Young sai na frente em briga por posição com Rose.
Até onde vai a seleção inglesa?
Vale ressaltar que o elenco é novo e tem poucos remanescentes de 2014. Apenas Cahill, Henderson, Sterling e Welbeck disputaram a última Copa, no Brasil. Kane, Henderson e Cahill são os caras da experiência nesse elenco que tem média de 25 anos.
A renovação que passa a seleção inglesa é visando às próximas Copas. É importante dar rodagem e experiencia para os novos valores como o lateral direito do Liverpool Alexander-Arnold, 5º jogador mais jovem da Copa (19 anos e 8 meses).
O fato de Gareth Southgate ter trabalhado no Sub-21 ajuda na construção de um novo ciclo mais jovem. Conhece de perto e tem facilidade de lidar com jovens promessas inglesas. Resta saber como será na prática de Copa do Mundo.
Por estar em um grupo nada difícil e ter uma chave que caso se classifique não é tão puxada, o caminho da Inglaterra pode ser até as quartas de finais. Lembrando que nas últimas campanhas em Copas do Mundo, a seleção inglesa chegou até as quartas em 2002 e 2006.