Há diversos jogadores que ficam marcados na história do futebol por serem fiéis aos clubes que defenderam na carreira. Entre todos os tipos de ídolos que há no futebol, os que causam maiores incômodos às torcidas são aqueles que “viram a casaca”. Diante disso, a PL Brasil listou 7 ídolos de clubes ingleses que já jogaram no rival.
7 ídolos de clubes ingleses que já jogaram no rival
Petr Čech (Chelsea e Arsenal)
Petr Čech desembarcou em Londres na janela da temporada 2004/2005 para ser sucessor de Carlo Cudicini no Chelsea. Os Blues pagaram 13 milhões de euros ao Rennes.
Na ocasião, Čech tornou-se o goleiro mais caro da história do Chelsea. Pelos Blues, entrou em campo em 494 vezes e com o clube londrino foi campeão da Champions League, Europa League, tetracampeão da Premier League e da Copa da Inglaterra, tricampeão da Copa da Liga e bicampeão da Supercopa da Inglaterra.
A passagem de Čech no Chelsea durou até a temporada de 2014/2015. Com pouco espaço nos Blues, o goleiro foi para o rival Arsenal na temporada seguinte. Nos Gunners, Čech entrou em campo em 139 partidas e conquistou uma Copa da Inglaterra e duas vezes a Supercopa da Inglaterra.
O arqueiro anunciou sua aposentadoria dos gramados em janeiro de 2019. Sua despedida dos campos foi justamente contra o Chelsea, na final na Europa League de 2018/2019, na qual o Arsenal foi derrotado por 4 a 1. É um dos ídolos de clubes ingleses que acabou jogando no rival.
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Sol Campbell (Tottenham e Arsenal)
Sol Campbell foi revelado pelo Tottenham na temporada 1992/1993 e defendeu o clube até 2001/2002. O zagueiro atuou com a camisa dos Spurs em 266 jogos e balançou a rede em dez oportunidades.
Em nove anos no Tottenham, Campbell conquistou apenas um título pelo clube. O zagueiro fez parte do plantel que venceu a Copa da Liga.
Com o contrato perto do fim, Campbell recusou renovar o vínculo com o Tottenham e, na temporada 2001/2002, o zagueiro assinou justamente com o maior rival. Como o jogador assinou no final do contrato, os Spurs viu uma de suas maiores revelações transferirem-se ao maior rival sem gerar lucro.
A passagem de Campbell nos Gunners foi repleta de sucesso. O zagueiro conquistou duas Premier League, sendo que a última foi de forma invicta. Campbell ainda levantou os três vezes o troféu da Copa da Inglaterra e dois da Supercopa da Inglaterra.
O zagueiro ficou nos Gunners até 2006/2007, quando assinou com o Portsmouth. Em cinco temporadas no Arsenal, foram 197 jogos e 11 gols marcados.
Na temporada 2009/2010, Campbell ainda teve uma segunda e rápida passagem pelo Arsenal. Com 35 anos, na ocasião, o zagueiro rescindiu com o Notts County e assinou com os Gunners. A segunda passagem durou apenas seis meses. Neste período, Campbell defendeu o Arsenal em 14 partidas e anotou um gol.
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Ashley Cole (Arsenal e Chelsea)
Projetado pelo Arsenal, Ashley Cole atuou na equipe entre 1996 até 2006. No período em que atuou nos Gunners, o ex-lateral esquerdo foi finalista da Champions League com o clube e ainda fez parte dos “Invincibles”.
Por lá, venceu a Premier League em duas oportunidades, foi tricampeão da Copa da Inglaterra e fez parte de duas conquistas da Supercopa da Inglaterra. Ao todo, Cole atuou com a camisa do Arsenal em 227 partidas e balançou a rede em nove oportunidades.
Insatisfeito com a diretoria do Arsenal por não chegar a um renovação de contrato que o satisfizesse, Cole assinou com o rival Chelsea em 2006/2007. Os Blues pagaram cerca de 7 milhões de euros para contar com o lateral. Irritada, a torcida do Arsenal passou a chamá-lo de “Cashley Cole”, em referência ao termo dinheiro (cash, em inglês).
Cole também fez história no Chelsea. Os principais títulos do lateral em oito anos no clube foram as conquistas da Champions League, Europa League e Premier League. O ex-jogador ainda levantou quatro vezes a taça da Copa da Inglaterra, e fez parte do plantel que venceu os títulos da Copa da Liga e Supercopa da Inglaterra.
Nos Blues, Cole atuou em 338 jogos e marcou sete gols. Na janela da temporada 2014/2015, o jogador transferiu-se sem custos à Roma.
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Cesc Fàbregas (Arsenal e Chelsea)
Cesc Fàbregas fez sua base no Barcelona, mas sua estreia no futebol foi pelo Arsenal, na temporada 2003/2004. Com apenas 16 anos, os Gunners pagaram cerca de 3 milhões de euros para contar com o meio-campista.
Fàbregas chegou como reserva e disputava vaga com Edu, Gilberto Silva e Patrick Vieira. Seu primeiro jogo foi contra o Rotherham, pela Carling Cup. O espanhol foi o jogador mais novo a atuar com a camisa do Arsenal, com apenas 16 e 177 dias. O meia fez parte do plantel que conquistou a Premier League de maneira invicta, mas não recebeu a medalha de campeão pois não jogou uma partida na liga.
Foi em 2005/2006, com as saídas de Vieira e de Edu que Fàbregas passou a figurar entre os titulares. O meio-campista foi um dos destaques do time no vice-campeonato da Champions League e, com boas atuações na temporada, foi convocado pela seleção espanhola para a disputa da Copa do Mundo de 2006.
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Os atos de indisciplina de William Gallas tornaram Fàbregas capitão do Arsenal em novembro de 2008. O antigo camisa 4 dos Gunners ficou com a braçadeira até a temporada 2010/2011.
Com a camisa do Arsenal, Fàbregas disputou 306 partidas, fez 59 gols e deu 92 assistências. O espanhol conquistou apenas dois títulos pelo clube, sendo eles a Copa da Inglaterra, e a Supercopa da Inglaterra, em 2004.
Na janela de verão da temporada 2011/2012, o Barcelona desembolsou 34 milhões de euros para repatriar o jogador. Após três temporadas no clube catalão, Fàbregas voltou à Inglaterra, mas para outro clube de Londres. O Chelsea investiu 34 milhões de euros para contar com o espanhol. E, como no Arsenal, Fàbregas também vestiu a camisa de número 4.
Pelos Blues, Fàbregas disputou 198 jogos, marcou 22 gols e contribuiu com 57 assistências, além de ser campeão duas vezes da Premier League. O espanhol também conquistou a Copa da Liga e a Copa da Inglaterra.
Denis Law (Manchester United e Manchester City)
Denis Law foi projetado pelo Huddersfield Town, em 1956. O ex-atacante defendeu a camisa dos Terriers até 1960, atuou em 91 jogos e balançou as redes em 19 oportunidades.
Em março de 1960, Law transferiu-se ao Manchester City. Sua passagem pelos Citizens durou apenas uma temporada. Na janela de verão da temporada 1961/1962, Law transferiu-se ao Torino, da Itália.
O ex-atacante teve uma breve passagem pelos campos italianos. Pelo Torino, Law fez 28 jogos e marcou 10 gols. Sua aventura durou somente uma temporada. Em julho de 1963, o atacante acertou seu retorno à Inglaterra para atuar no Manchester United, maior rival de seu ex-clube.
Pelos Red Devils, Law marcou época. “The King”, como era conhecido pela torcida do United, teve grande destaque no time de Old Trafford ao lado de George Best e Bobby Charlton.
No Manchester United, Law teve o maior desempenho de sua carreira dentro das quatro linhas. Nos Red Devils, o ex-atacante entrou em campo 405 vezes e marcou 237 gols. Law ainda fez parte do plantel que foi campeão do Campeonato Inglês em duas ocasiões, a Copa da Inglaterra e duas vezes a Supercopa da Inglaterra.
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Todavia, a competição mais importante que Law viria a conquistar foi a Champions League da temporada 1967/1968, o primeiro título da competição europeia da história do Manchester United. Ainda vale destacar que Law é o único jogador escocês da história a vencer o Ballon d’Or.
A passagem que marcou o auge de Law com o United acabaria na temporada de 1973/1974. Dispensado pelos Red Devils, Law assinou com o Manchester City, seu ex-clube, para marcar sua despedida do futebol profissional. O ex-atacante entrou com a camisa do City em 29 partidas na sua última temporada e ainda marcou 12 gols pelos Citizens.
O último jogo da carreira de Law foi justamente contra o Manchester United. A partida aconteceu pela última partida do Campeonato Inglês. Os Red Devils ocupavam a zona de rebaixamento antes de enfrentar o Dérbi de Manchester.
Mesmo o jogo sendo disputado no Old Trafford lotado de torcedores do United, foi o City que saiu vitorioso de campo. Law foi o autor do único gol da vitória dos Citizens. Com um gol de calcanhar, o ex-atacante decretou o rebaixamento de seu clube para a segunda divisão do Campeonato Inglês.
Michael Owen (Liverpool e Manchester United)
Outro jogador da lista de ídolos de clubes ingleses que jogaram no rival, Michael Owen foi lançado aos profissionais do Liverpool na temporada 1996/1997 com apenas 17 anos.
Destacando-se com os Reds na Premier League na temporada 1997/1998 como substituto de Robbie Fowler, Owen terminou como artilheiro, com 18 gols, e ainda foi convocado pela Inglaterra para disputar a Copa do Mundo de 1998.
Em 2002, Owen conseguiu um feito inédito no futebol mundial. Com 20 anos, o ex-atacante conquistou o Ballon d’Or, tornando-se o único jogador inglês a conquistar tal façanha com apenas 20 anos.
Melhor jogador do mundo, boas participações nas Copas do Mundo de 1998 e 2002 e com grande destaque com a camisa do Liverpool, Owen tinha tudo para marcar história pelo clube que o lançou. O ex-atacante já constava no currículo os títulos da Copa da Inglaterra, duas conquistas da Copa da Liga, a Copa da Uefa e a Supercopa da Uefa.
Até que na temporada de 2004/2005, o ex-atacante recusou renovar seu contrato com os Reds, o clube não encontrou outra alternativa a não ser vender sua grande promessa. O Real Madrid desembolsou cerca de 25 milhões de euros para tirar o atacante do Liverpool, clube que atuou em 297 jogos e marcou 158 gols.
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A passagem do Golden Boy no Real Madrid foi abaixo do esperado e o jogador retornou a Inglaterra na temporada seguinte para defender o Newcastle.
Após quatro temporadas defendendo os Magpies, o Manchester United confirmou a contratação de Owen em 2009/2010, após o contrato do atacante com o Newcastle expirar.
Sir Alex Ferguson acreditava recuperar o bom futebol do atacante praticado nos tempos de Liverpool. A expectativa da contratação de Owen também era uma busca dos Red Devils suprir a saída de Cristiano Ronaldo.
Em três temporadas no Manchester United, Owen marcou apenas 17 gols em 52 jogos. O jogador ainda conquistou a Premier League, a Copa da Liga e a Supercopa da Inglaterra pelos Red Devils.
Peter Schmeichel (Manchester United e Manchester City)
Peter Schmeichel chegou no Manchester United na janela da temporada 1991/1992, com os Red Devils desembolsando 750 mil euros ao Brøndby, da Dinamarca, para contar com o goleiro.
Schmeichel ficou no United entre 1992 até 1999, entrando em campo em 362 oportunidades e conquistou uma Supercopa da Uefa, uma Copa da Liga, cinco vezes a Premier League, quatro vezes a Supercopa da Inglaterra, três vezes a Copa da Inglaterra e, por fim, a Champions League.
O dinamarquês ainda conseguiu a façanha de balançar a rede pelos Red Devils. Em uma partida da Copa da Uefa na temporada de 1995/1996, contra o Rotor Volgograd, o goleiro marcou de cabeça no último minuto de jogo e empatou a partida.
A despedida de Schmeichel pelos Red Devils ocorreu na decisão da Champions League da temporada de 1998/1999, na qual o United sagrou-se campeão sobre o Bayern de Munique. O arqueiro já havia confirmado a transferência ao Sporting antes da finalíssima europeia.
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A passagem de Schmeichel nos campos portugueses duraram duas temporadas, até que o dinamarquês assinou com o Aston Villa, em 2001/2002, para voltar à Inglaterra. Com 36 anos, o período de Schmeichel pelos Villans durou apenas um ano, até que o dinamarquês fechou com o Manchester City.
Pelos Citizens, Schmeichel entrou em campo por 30 ocasiões e não conquistou nenhum título. No final da primeira temporada e com problemas físicos, o dinamarquês anunciou sua aposentadoria dos gramados.
Vale destacar que Schmeichel nunca foi derrotado em um Manchester Derby, defendendo United ou City. O ex-goleiro ainda colaborou com a construção de um tabu de 14 anos que os Red Devils não derrotavam os Citizens, e conseguiu a façanha de acabar com a sequência negativa em clássicos do Manchester City contra o rival.