O Chelsea ocupa atualmente a 11ª posição da Premier League e, depois da sua pior colocação desde 1994 na última temporada (12º), vive mais um ano de críticas. Agora, o ex-jogador e ex-funcionário dos Blues, Claude Makélélé, revelou bastidores e “cutucou” a gestão de Todd Boehly.
Em entrevista ao “The Athletic”, o ex-volante abordou sua saída do clube após quase cinco anos, explicou seu trabalho no projeto de desenvolvimento do “DNA do Chelsea” e afirmou que, atualmente, os jogadores “não entendem a cultura do clube”.
Makélélé critica ‘falta de cultura’ no Chelsea
O ex-jogador enfatiza a importância de os atletas entenderem a história e a tradição do Chelsea, algo que ele chama de “DNA do clube”. Ele acredita que essa compreensão é fundamental para o sucesso dos jogadores na Premier League.
— Os jogadores precisam entender isso. Tivemos sucesso (na época em que jogava) e precisamos que esses novos jovens jogadores entendam como se tornar um sucesso novamente na Premier League. Mesmo que o dono seja diferente, o DNA nunca muda — afirmou.
Em cinco anos no clube londrino, de 2003 a 2008, o volante congolês de nacionalidade francesa venceu cinco títulos, incluindo duas Premier Leagues, e foi a epítome da sua posição e crucial para a evolução tática do futebol inglês sob o comando de José Mourinho.
Ele voltou ao clube em 2019, depois de ser convidado pelo então dono Roman Abramovich. Ele faria parte de um projeto de fortificar o DNA dos Blues com outros ex-jogadores no quadro de funcionários: Petr Cech, Paulo Ferreira, Carlo Cudicini e o então treinador Frank Lampard.
Ele entende que as categorias de base do clube “funciona bem, construímos a nova geração, mas com a mentalidade certa”. mas que esses jovens precisam de apoio para entender onde estão.
Chegada de Todd Boehly e perda da cultura
O Chelsea conquistou 18 troféus sob o comando de Abramovich. A mudança forçada para novos proprietários ocorreu oficialmente em maio de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções do governo do Reino Unido a Abramovich.
Makélélé manteve sua posição sob a gestão de Todd Boehly por um ano, mas em setembro de 2023 ele decidiu que era hora de partir, principalmente porque via uma mudança de rumo no trabalho do novo dono.
— Parei há seis meses porque o novo projeto do Chelsea é diferente daquele que construí. Agora é uma coisa diferente, um projeto diferente. Vai levar tempo. É um problema para o Chelsea, porque eles não têm tempo — afirmou.
Os ex-volante reforça que a direção comprou “alguns jogadores incríveis, mas precisam ajudá-los a aprender simplicidade e humildade, o que os ajudará a crescer da maneira certa”.
— Sei que no futebol, em qualquer lugar – não apenas no Chelsea – alguns jogadores não têm o DNA do clube. Quando você compra um clube, precisa entender o histórico e a dificuldade de estar naquele nível — completou.