Guilherme do Prado Raymundo nasceu em Campinas e surgiu para o mundo do futebol na Portuguesa Santista. Em 2002, aos 20 anos, transferiu-se para o Catania Calcio. Na Itália, virou Guly do Prado, também jogou por Perugia, Fiorentina, Spezia, Mantova, Pro Patria e Cesena.
Em 2010, foi para o Southampton, por empréstimo, e, seis meses depois, contratado em definitivo, por 600 mil euros. Nos Saints, viveu o grande momento de sua carreira, como titular, referência e ídolo da torcida.
Pelo clube, foram 118 partidas, com 23 gols e 15 assistências. Acostumado a ser volante, jogou de meio-campo, extremo e até centroavante. Com “Do Prado” no uniforme, utilizou os números 11 e 21, além da camisa 10.
Nas duas primeiras temporadas na Inglaterra, foram dois acessos: da League One para a Championship e da Championship para a Premier League. E Guly foi fundamental na trajetória rumo à primeira divisão.
Já nas duas últimas temporadas pelo clube, sofreu com lesões e não conseguiu ter o mesmo destaque. Mas o jogador lembra com orgulho do momento, de estar entre os 11 brasileiros da Premier League.
Após os anos em Southampton, ainda defendeu o Chicago Fire, em 2015. Depois, de volta ao Brasil, jogou por Ituano, Botafogo-SP, Luverdense, XV de Piracicaba, Osasco e Caldense.
Aos 37 anos e com muita experiência no futebol, Guly do Prado conversou com a PL Brasil sobre sua chegada na Inglaterra e seu período no Southampton.
PL Brasil entrevista Guly do Prado
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PL Brasil – Você saiu muito jovem do Brasil para jogar no futebol italiano, onde ficou por oito temporadas. Como você avalia seus anos por lá?
Foi uma boa etapa na minha vida. Aprendi muita coisa e isso me fez chegar pronto para o Campeonato Inglês.
PL Brasil – Em 2010, você vinha de boa temporada como titular do Cesena, conquistando com o clube o acesso à Serie A. Por que então se transferir para o Southampton, à época, na League One? E depois de tantos anos na Itália, como foi se adaptar ao futebol inglês?
Eu queria outros ares, queria elevar meu nível, e fui feliz com minha escolha. Foi super-rápida (a adaptação), só a língua que no começo foi difícil, mas tudo foi resolvido.
PL Brasil – Pelo Southampton, foram dois acessos, na League One e na Championship, e duas temporadas de Premier League. Como você compara as três principais divisões do futebol inglês?
Em termos de torcidas são iguais, com os estádios sempre cheios. Me lembro dos jogos na League One, de terça-feira, às 20 horas, com 20 mil pessoas. Isso é uma coisa que não me esqueço. Mas é normal que, quando você sobe de categoria, o nível aumenta.
PL Brasil – Como era a sua relação com a torcida? E quais as lembranças que mais te marcaram com a camisa dos Saints?
Uma relação ótima até hoje. O carinho que eles têm por mim é algo fora de série, e eu por eles. Negativamente não tem nenhuma (lembrança) e, positivamente, a torcida gritando meu nome era algo incrível.
PL Brasil – Já são quatro anos desde que retornou ao Brasil, uma outra realidade. O que acha que o futebol brasileiro tem mais a aprender com a Inglaterra?
Acho que o Brasil precisa ser o Brasil, sem querer ser os outros. Quando começaram a querer imitar a Europa, o Brasil perdeu um pouco da alegria no futebol. Mas, vendo o futebol, aqui é muito diferente.