A PL Brasil apresenta abaixo o guia da Premier League do Sheffield United 2019/2020.
Demorou uma década, mas finalmente o Sheffield United retornou à Premier League. Comandados pelo inovador Chris Wilder, os Blades se impuseram na Championship 2018/2019 e puderam voltar para casa.
Sim, para casa. A equipe pode ter caído no ostracismo nos últimos anos, mas a história não mente: o time de South Yorkshire, com 60 participações na elite do futebol inglês, está em seu devido lugar.
A retomada do Sheffield não tem apenas um dedo de Chris Wilder, mas sim as duas mãos. O treinador também contou com a valiosa ajuda dos petrodólares árabes, o que pôde colocar as contas do clube em dia e condicionar um bom ambiente.
Vale lembrar que Wilder é ex-jogador e um torcedor apaixonado dos Blades. Ter pessoas tão comprometidas e identificadas com a equipe foi vital para a retomada de glórias.
Ainda em 2010/2011, já combalido por causa das dívidas, o Sheffield acabou rebaixado para a League One em uma vexatória vice-lanterna. Algo desse tipo não acontecia desde 1989.
Por lá, acumulou cinco temporadas em seu calvário particular. Até que, já com Wilder no comando, em 2016/2017 se sagrou campeão da Terceirona. De lá para cá, não parou mais de crescer.
Algo a destacar da temporada passada para a que se iniciará em agosto deste ano foi a manutenção da base do time. Até mesmo o goleiro Dean Henderson, que pertence ao Manchester United, retornou novamente via empréstimo. O arqueiro, com impressionantes 21 clean sheets na última Championship, foi peça-chave para o acesso.
Contudo, o Sheffield United está bastante tímido dentro do mercado para alguém recém promovido. Manter a espinha dorsal do clube é importante, mas saber contratar também.
Até porque o que se espera dos Blades para 2019/2020 é uma fuga alucinante contra o rebaixamento. A equipe precisará ser cirúrgica em muitas oportunidades. Para tal, é preciso de peças com qualidade, jogadores capazes de decidir. O salto de nível é grande.
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Entretanto, estou realmente ansioso para ver como o enigmático 3-5-2 de Chris Wilder irá se portar diante de forças como Liverpool, Manchester City, Tottenham e outros. O treinador vem inovando há anos e mais uma vez, provavelmente, terá que se reinventar em várias oportunidades. É esperar para ver.
E agora que me permitam a analogia cinematográfica. Talvez pouca gente saiba, mas o ator Sean Bean, o Ned Stark de Game of Thrones e o Boromir de Senhor dos Anéis, é um torcedor fanático dos Blades. Daqueles de carteirinha e que sempre que pode está utilizando sua influência para lembrar do clube tão querido.
Pois bem, Bean é conhecido por sempre morrer nas obras que participa e nas duas películas supracitadas não foi diferente.
Ao final da temporada, diferente de seu ávido fã nos filmes, tudo que o Sheffield deseja é permanecer com a sua cabeça no devido lugar. Para os Blades, continuar vivo após o passar dos créditos da Premier League é a certeza da manutenção de um projeto que só visa dar seguimento ao atual crescimento do clube. Mais do que um objetivo, precisa ser uma obsessão.
Informações gerais
- Estádio: Bramall Lane;
- Cidade: Sheffield (South Yorkshire);
- Posição na última Championship: 2º lugar;
- Títulos do Campeonato Inglês: um;
- Rival: Sheffield Wednesday;
- Apelido: Blades.
Vai e Vem
VAI: Paul Coutts (Fleetwood Town, free-agent), Martin Cranie (Luton Town, free-agent), Conor Washington (Hearts, free-agent), Daniel Lafferty (dispensado), Caolan Lavery (dispensado), Nathan Thomas (Gillingham, empréstimo), Jake Eastwood (Scunthorpe United, empréstimo).
VEM: Oli McBurnie (Swansea City, £18m), Lys Mousset (Bournemouth, £10m), Callum Robinson (Preston North End, £8m), Luke Freeman (Queens Park Rangers, £5m), Ben Osborn (Nottingham Forest, £3.5m), Phil Jagielka (Everton, free-agent), Muhamed Besic (Everton, empréstimo), Dean Henderson (Manchester United, empréstimo), Ravel Morrison (free-agent).
Jogador destaque
Titular, artilheiro, capitão e até mesmo torcedor. Estou falando de Billy Sharp, o atacante referência dos Blades. Já experiente, no alto de seus 33 anos, o centroavante foi vital para a conquista do acesso à Premier League por parte dos comandados de Chris Wilder.
Todavia, mesmo com o grande lastro de Sharp dentro dos Blades, parte da imprensa e até mesmo da torcida está fazendo o seguinte questionamento: ele é bom o suficiente para a Premier League? Sharp é um matador nato, fede a gol. O futebol já ensinou que alguém assim, compenetrado, é capaz de muita coisa.
Fique de olho
Cria do Nottingham Forest, com mais de 200 partidas pelo ex-clube do lendário Brian Clough, Ben Osborn é um meia com bastante potencial. Polivalente, o jovem atleta pode atuar de forma centralizada ou até mesmo aberto pela esquerda, como um ala.
O técnico dos Blades inclusive já testou Osborn pelo lado esquerdo durante a pré-temporada. Com a saída cada vez mais esperada de Mark Duffy, organizador do time na campanha do acesso, não seria surpreendente se o mais novo centrocampista do United se enfiasse nos onze iniciais. Ele possui talento para tal. Olho nele.
Time-base
3-5-2: Henderson; Jagielka, Egan; Basham; Baldock, Norwood, Fleck, Lundstram, Stevens; McGoldrick (Robinson), Sharp. Técnico: Chris Wilder.
Palpites
- João Pedro Guedes: briga para não cair;
- Fred Jota (O Tempo): briga para não cair;
- Mário Marra (ESPN): briga para não cair;
- Caio Carrieri: briga para não cair;
- Sheffield United BR: briga para não cair.