A PL Brasil apresenta abaixo o guia da Premier League do Arsenal 2019/2020.
Se é possível utilizar uma palavra para definir o momento atual do Arsenal, ela seria reconstrução. Em 2018, os Gunners passaram por uma mudança grande e até certo ponto inesperada: depois de 21 anos, Arsène Wenger deixou o comando do clube, dando lugar a Unai Emery.
O treinador espanhol chegou assumindo um elenco com deficiências e vendo rivais bem acima em muitos quesitos. Passo a passo, o Arsenal foi se acertando e parecia estar no caminho certo para o grande objetivo: a vaga na Champions League. Mas não aconteceu.
Na reta final da Premier League, o time chegou a ser o terceiro colocado a sete rodadas do fim, mas tropeçou nas próprias pernas e ficou em quinto, com 70 pontos – a um do top 4. Já na Europa League, goleada sofrida na final para o rival Chelsea por 4 a 1. O fim de temporada foi doloroso e trouxe um prognóstico difícil para 2019/20.
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A não ida à Champions prometia pesar na montagem do elenco. Não só pela dificuldade em atrair grandes nomes, mas também pela atitude da diretoria: segundo a imprensa inglesa, sem a UCL, a verba de contratações seria de 40 milhões de libras – além dos valores da fornecedora de uniformes (Adidas, que retorna após 25 anos) e possíveis vendas.
Com isso, a temporada já começava turbulenta fora de campo. A torcida tem protestado bastante contra Stan Kroenke, o bilionário dono da Kroenke Sports & Entertainment, que detém 100% do clube. Chegou a ser criada a campanha “We care, do you?” (“Nós nos importamos, e você?”) como forma de pressionar o americano a investir no time.
Em julho, por exemplo, torcedores enviaram uma carta aberta à direção cobrando mais atenção ao clube. Questões como a baixa verba de transferências, falta de ambição e o clima frio da torcida do Emirates Stadium foram questionadas. Não há como negar que o ambiente pesado interfere no campo.
Na temporada passada, ficou latente a necessidade de reforços e mudanças, especialmente no setor defensivo, com muitas lesões. Mas por incrível que pareça, mesmo com tantos problemas, o que se viu foi um Arsenal – agora com Edu Gaspar como diretor de futebol – forte no mercado.
A primeira contratação anunciada foi a do atacante brasileiro Gabriel Martinelli, vindo do Ituano. Depois foram confirmados o zagueiro francês William Saliba, do Saint-Étienne (ele será emprestado de volta aos Les Verts e chega em 2020/21), e o meia espanhol Dani Ceballos, emprestado pelo Real Madrid.
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A quarta contratação foi a maior delas. Superando a concorrência de clubes como Liverpool e Napoli, os Gunners pagaram £72 milhões pelo atacante marfinense Nicolas Pépé, do Lille. É o jogador mais caro da história do clube.
Faltavam ainda nomes para a defesa, e eles vieram no deadline day. Primeiro, o jovem lateral esquerdo escocês Kieran Tierney, do Celtic. E depois uma surpresa da semana final de janela: o experiente zagueiro brasileiro David Luiz, de sete temporadas e títulos da PL e da UCL no Chelsea.
O Arsenal vive momento instável, mas depois de uma forte janela, com um Manchester United como incógnita e um Chelsea vivendo a chegada de Frank Lampard como treinador e o embargo para contratações, a chance de briga pelo top 4 é real.
O time de Unai Emery, que mostrou um estilo ofensivo, de troca de passes e muita garra em campo, vai precisar superar os problemas para fazer uma boa campanha. A Premier League que não vem desde 2003/04 é fora de cogitação, mas mesmo com tantos percalços, os Gunners podem sonhar com algo positivo.
Informações gerais
- Estádio: Emirates Stadium;
- Cidade: Londres;
- Posição na última Premier League: 5º lugar;
- Títulos do Campeonato Inglês: 13;
- Rival: Tottenham;
- Apelido: Gunners.
Vai e Vem
VAI: Krystian Bielik (Derby County, £7.3m), Takuma Asano (Partizan, £900 mil), David Ospina (Napoli, £3.5m), Aaron Ramsey (Juventus, free-agent), Petr Cech (aposentadoria), Danny Welbeck (dispensado), Stephan Lichtsteiner (dispensado), William Saliba (Saint-Étienne, empréstimo), Laurent Koscielny (Bordeaux, £4.6m), Carl Jenkinson (Nottingham Forest, valor não divulgado), Eddie Nketiah (Leeds United, empréstimo), Alex Iwobi (Everton, £38m).
VEM: Nicolas Pépé (Lille, £72m), William Saliba (Saint-Étienne, £27m), Gabriel Martinelli (Ituano, £6m), Dani Ceballos (Real Madrid, empréstimo), Kieran Tierney (Celtic, £25m), David Luiz (Chelsea, £8m).
Jogador destaque
Indiscutivelmente, Pierre-Emerick Aubameyang é o grande destaque do Arsenal. O atacante gabonês desembarcou em Londres na janela de inverno em 2017/18 e mostrou adaptação automática. Com a histórica camisa 14 de Thierry Henry, ele chegou a, por exemplo, ser o jogador mais rápido da história dos Gunners a fazer 25 gols na liga.
A fase dele não teria como ser melhor. Com 23 gols na Premier League passada, ele foi um dos artilheiros do campeonato (ao lado de Mohamed Salah e Sadio Mané, do Liverpool).
Agora em sua terceira temporada no Emirates Stadium, a torcida já pode dizer que deposita nele a principal esperança de gols e sucesso.
Fique de olho
Em tempos de vacas magras nas contratações, olhar para os jovens é uma das saídas do Arsenal. E um dos nomes de maior expectativa dentre estes é o de Reiss Nelson.
O atacante de 19 anos foi emprestado na última temporada para o Hoffenheim e, alternando entre titulares e reservas, fez sete gols em 41 jogos na Alemanha.
A esperança no inglês se dá não apenas pela falta de grandes contratações e pelo talento, mas também por sua função. No esquema ideal de Unai Emery ele deve se encaixar no lado do campo pelo ataque, onde os Gunners têm jogadores instáveis como Alex Iwobi e Henrikh Mkhitaryan. Ou seja: será possível ver Nelson tendo bons minutos.
Time-base
4-5-1: Leno; Bellerín, Sokratis, David Luiz, Tierney (Monreal); Xhaka, Torreira, Aubameyang, Özil (Ceballos), Pépé (Mkhitaryan); Lacazette. Técnico: Unai Emery.
Palpites
- Eduardo Costa (PL Brasil): briga por vaga na Champions;
- João Castelo-Branco (ESPN): briga por vaga na Champions;
- Victor Canedo (Globoesporte.com): briga por vaga na Champions;
- Renato Rodrigues (ESPN): briga por vaga na Champions;
- Gunners BR: briga por vaga na Champions.