‘Sem ele, não dá para jogar’: Guardiola admite City ’em apuros’ após lesão de Stones

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O técnico do Manchester City, Pep Guardiola, revelou grande preocupação depois de confirmar a lesão de John Stones na última terça-feira (7), após a vitória por 3 a 0 diante do Young Boys na Champions League. Segundo o treinador, mudanças no estilo de jogo serão necessárias.

Stones foi substituído durante a partida em que desempenhava uma função ligeiramente nova: tornou-se um volante isolado, como pivô único — antes, geralmente dividia a faixa de campo com Rodri. Sem o inglês, no entanto, Guardiola admitiu que “não dá para jogar da forma como queremos”.

‘Impossível’ jogar sem Stones

Contra o Young Boys, o inglês deixou sua posição de zagueiro e avançou, mas não se juntou a outro meio-campista como de costume — ele permaneceu sozinho, como um primeiro volante. Isso permitiu que todos os outros meio-campistas do City avançassem e formassem uma linha de três mais avançada, buscando receber a bola entre as linhas do adversário.

Isso parecia uma opção útil caso o time de Manchester tenha que jogar sem Rodri novamente, e Guardiola também foi questionado sobre isso em sua coletiva de imprensa. No entanto, ele apontou um grande problema: sem Stones, a versatilidade da equipe fica severamente comprometida.

John Stones e Kyle Walker comemoram título da Premier League pelo Manchester City - Icon Sport
Foto: Icon Sport

O técnico se sentiu confortável para descansar Rodri, algo raro, justamente porque tinha Stones disponível. Sem os dois, no entanto, o esquema de jogo dos Citizens terá de mudar.

— O problema é quando não temos John e Rodri ao mesmo tempo. Agora estamos em apuros, porque temos que jogar de forma um pouco diferente, como o que aconteceu contra o Arsenal (a derrota por 1 a 0 na Premier League) e lá não nos sentimos confortáveis, ainda não estamos preparados para fazer muitas variações – afirmou o treinador em entrevista à “TNT Sports” após o jogo.

Na última segunda-feira (6), Guardiola reforçou que “se sente muito seguro quando tem muitos jogadores no meio”, incluindo Stones na equação: “John pode fazer isso. Ele é tão inteligente e esperto, faz corridas incríveis na frente, é um bom defensor. Foi por isso que achei que ele poderia fazer isso.”

— Tentei jogar com laterais dentro de campo e eles têm a habilidade para jogar ali, e agora estou jogando mais com John no meio-campo porque é o John. Sem o John, eu não poderia jogar desse jeito. Eu me adapto o tempo todo à qualidade e habilidades dos jogadores – disse.

Por que Stones se tornou crucial para o Manchester City

A razão pela qual ele se tornou tão vital está ligada à chegada de Erling Haaland ao Etihad Stadium. Guardiola precisava encontrar uma nova maneira de equilibrar a equipe e estabelecer o mesmo controle sobre as partidas que o City teve entre 2020 e 2022, quando não tinha um camisa 9 dominante.

Isso aconteceu porque, apesar de Haaland oferecer muitas coisas, ele não tem a capacidade de sair da área e ligar o jogo tão bem quanto os atacantes baixos e rápidos do City que brilharam como falsos nove, como Foden e Bernardo. Com esses jogadores, o City podia superar seus adversários trocando passes em alta velocidade.

Haaland comemora gol do City na Champions (Foto: Icon sport)
(Foto: Icon sport)

Mas ter Haaland os forçou a jogar de outra maneira e Guardiola teve que encontrar uma nova solução. Isso só aconteceu em março, e a resposta foi mover Stones do setor defensivo para o meio-campo e, em seguida, até a frente, com essas “corridas incríveis na frente” que o treinador mencionou na segunda-feira.

— Sempre tenho alguns princípios que não mudam muito, mas depois disso, eu garanto que me adapto aos jogadores que tenho, não vou pedir aos jogadores para fazer algo que não são capazes de fazer. Eu não vou jogar com Haaland como falso nove, ele não tem essa habilidade, a habilidade dele é entrar na área. Eu me adapto – disse o treinador.

As alternativas de Guardiola

Normalmente, o City enfrenta qualquer lesão ou suspensão com tranquilidade. Sem lateral-esquerdo? Sem problema. Sem atacante? Eles pareciam até melhores sem um.

No entanto, a suspensão de Rodri, há pouco mais de um mês, provou ser um problema: os Citizens perderam os três jogos em que ele esteve fora. Para Guardiola, isso estava ligado à ausência simultânea de Stones devido à lesão.

Guardiola em jogo do Manchester City
Foto: Icon sport

Não é que Guardiola não tenha alternativas para essa função: foi Lewis, o jovem de 18 anos, quem o ajudou a perceber já no final do ano passado que a solução para seus problemas no terço final do campo poderia estar na defesa, mas foi Stones, devido à sua experiência adicional e tamanho, que se destacou como a melhor opção para desempenhar essa função.

— Acho que Kalvin Phillips jogou muito bem e os minutos que Nathan Ake jogou nessa posição, como Manu Akanji jogou às vezes… eles podem jogar, nos dão estabilidade e controle nas transições, e Manu e Nathan podem fazer as coisas simples bem, então temos outra opção – revelou o treinador.

Lewis pode ser uma opção novamente agora. Ele evoluiu bastante mesmo desde o início do ano, embora isso seja complicado porque ele teria que fazer isso como lateral-direito, que era o plano inicial

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Guilherme Ramos

Jornalista pela UNESP. Escrevi um livro sobre tática no futebol e sou repórter da PL Brasil. Já passei por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e TechTudo.

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