Vamos dar continuidade a nossa série especial de matérias sobre os convocados da Inglaterra para a Copa do Mundo. Vem com a gente que o papo de hoje é sobre Gary Cahill!
Quem é Gary Cahill?
Sabe aqueles jogadores que parecem ter nascido para vencer? Com a camisa do Chelsea, o zagueirão conquistou tudo: Champions League, Europa League, Premier League, Copa da Inglaterra e Copa da Liga Inglesa.
O pequeno Cahill cultivou uma grande paixão pelo Sheffield Wednesday durante a infância, já que sua cidade natal, de apenas 20 mil habitantes, não possuía nenhum clube de alguma expressão no cenário inglês.
Apesar da proximidade entre Dronfield e Sheffield (cerca de 10 quilômetros de distância), Gary Cahill ganhou a chance de entrar no mundo do futebol um pouco mais longe dali, na conhecida Birmingham.
O jovem zagueiro despertou a atenção do Aston Villa, que logo visitou a pequena cidade para contratá-lo. Foi com apenas 15 anos de idade que Gary Cahill arrumou as suas malas rumo ao famoso centro de treinamento Bodymoor Heath.
Detalhe: Cahill só se tornou zagueiro, por que cresceu em altura de forma surpreendente entre os 15 e 16 anos de idade! Antes disso, o até então defensor atuava como meio-campista central no pequeno time de Dronfield.
Agora imaginem Gary Cahill de meia… Ainda bem que a gente cresce, né?
Após brilhar nas categorias de base do Villa, o zagueiro foi promovido para a equipe principal em 2004, mas não chegou a estrear. Foi logo emprestado para o Burnley. E olha… decisão sábia da diretoria, viu? O jogador arrebentou com a camisa dos Clarets!
Altos e baixos
O jogador chegou para ajudar o Burnley na Championship 2004/05. Embora os Clarets não tenham conquistado o acesso à Premier League naquela ocasião (o clube terminou no meio da tabela), Gary Cahill foi o destaque e o grande atleta do elenco.
O inglês surpreendeu a todos com a titularidade na equipe, 32 partidas disputadas, um gol marcado e dois prêmios memoráveis: melhor jovem da segunda divisão e melhor jogador do Burnley. E isso com apenas 18 anos de idade!
Após grandes performances na Championship, a diretoria do Aston Villa recebeu Gary Cahill de volta com os braços abertos. Afinal, não é todo dia que se tem uma jovem promessa com grande potencial no time, certo?
Sob o comando do técnico Martin O’Neill, o zagueiro até ganhou chances no time titular durante as temporadas 2005/06 e 2006/07, mas suas atuações foram aquém do esperado.
Durante este meio tempo, os Villains acertaram as contratações de 5 defensores: Zat Knight, Curtis Davies, Carlos Cuellar, James Collins e Richard Dunne. O’Neill estava claramente insatisfeito com as apresentações de Gary Cahill.
Cahill jogou 21 vezes antes de ser emprestado novamente, desta vez, para o Sheffield United. Lembra que o garoto era um apaixonado torcedor do Sheffield Wednesday? Ele teria de jogar pelo rival a partir de 2007.
O empréstimo, entretanto, foi curto: apenas três meses. Cahill voltou ao Aston Villa arrumou as malas rumo ao Bolton em uma negociação que girou em torno de 5 milhões de libras.
O legado em Bolton
Se Gary Cahill trilhou um caminho de certa irregularidade em Birmingham, a história se tornou diferente em Bolton, cidade localizada na região metropolitana de Manchester. Foram 130 jogos e 13 gols marcados em cinco temporadas disputadas.
Por ironia do destino, o defensor chegou a formar uma dupla de zaga com Zat Knight, aquele mesmo jogador que foi contratado no Aston Villa para substituir o seu lugar na equipe treinada por O’Neill.
Cahill ficou conhecido pelo jogo aéreo, pelo posicionamento dentro do setor defensivo e pela força física. O zagueiro se destacou na Premier League e foi convocado pela primeira vez em junho de 2009.
Cahill, no entanto, só entraria em campo oficialmente com a camisa dos Três Leões um ano depois, após substituir Michael Dawson em duelo contra a Bulgária.
As constantes convocações para a seleção nacional e o bom desempenho mantido durante sua estadia no Bolton Wanderers renderam ao defensor uma transferência para o Chelsea. Os Blues o contrataram por 7 milhões de libras em 2011.
Sucesso em Londres
Cahill foi reserva de John Terry e David Luiz em sua primeira temporada pelo clube londrino, mas depois se tornou titular absoluto da equipe. Foram 189 partidas e 13 tentos anotados em 7 anos com a camisa azul.
Pelo Chelsea, foi campeão da Champions League (2011/12), da Europa League (2012/13), da Copa da Inglaterra (2017/18), da Copa da Liga Inglesa (2015/15) e duas vencedor campeão da Premier League (2014/15 e 2016/17).
Suas boas atuações também lhe renderam um lugar de honra em três seleções do campeonato, honraria votada pela Player’s Football Association (PFA): em 2013/2014, 2014/2015 e 2016/2017.
Titularidade contestada
Apesar de já ter atuado 58 vezes pela seleção principal, ter participado da Copa do Mundo 2014, no Brasil, e ter sido vice-capitão da Inglaterra, Gary Cahill deve esquentar o banco de reservas na Rússia.
O jogador não foi muito bem na temporada 2017/18 junto com o restante do elenco treinado por Antonio Conte. O capitão dos Blues caiu de rendimento em relação ao ano anterior, foi expulso logo na primeira partida da Premier League e deixou a desejar.
Os reflexos podem ser observados na própria seleção da Inglaterra: o defensor foi reserva na maioria dos compromissos ingleses válidos pelas Eliminatórias Europeias, mesmo em um sistema tático formado por três zagueiros.
Southgate tem preferido ir a campo com outras opções defensivas: John Stones, Kyle Walker (improvisado) e o próprio Harry Maguire, zagueiro do Leicester. Os 11 titulares para a Copa, no entanto, ainda não estão definidos.
É verdade que a fase de Gary Cahill não é a das melhores, mas caso seja acionado, o zagueiro terá experiência e rodagem de sobra para ajudar a Inglaterra na luta pelo bicampeonato.