Poucos apostariam que o Chelsea, impedido de contratar e com um técnico de pouca experiência – mesmo que esse seja Frank Lampard, estaria no posto de agora. Sete vitórias seguidas, incluindo dois jogos pela Champions League. 20 pontos em 30 possíveis e uma boa perspectiva de futuro se desenha para o clube azul de Londres.
O começo errático, tomando quatro gols do Manchester United, levantou suspeitas para o recomeço do Chelsea. Lampard, ídolo do clube, foi a aposta da diretoria para o cargo de treinador. Sem poder gastar para transferências e sem Eden Hazard, o principal jogador dos últimos anos, o primeiro jogo oficial não foi nada animador.
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Atualmente, o momento do Chelsea é totalmente diferente. Quase três meses após a primeira derrota, os Blues se reinventaram. A equipe está no G-4 da Premier League, numa sequência de quatro vitórias seguidas na competição e é uma das atrações do Campeonato Inglês.
O bom momento veio após percalços no caminho. O início de agosto e o meio do mês de setembro demarcaram oscilações da equipe londrina. Empates com Leicester e Sheffield United, além da derrota para o Valencia na Champions League mostravam que era preciso amadurecer.
Lampard começou com o time jogando no 4-2-3-1, que pouco rendeu. Quando alterou o esquema para o 4-3-3, apostando na forte base do Chelsea, as coisas mudaram. Os jovens Callum Hudson-Odoi, Tammy Abraham, Fikayo Tomori e Mason Mount, souberam aproveitar as chances dadas por Super Frank.
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Essa inclusive era uma crítica antiga ao Chelsea. Forte nas categorias de base, raramente os atletas formados tinham chance na equipe principal. Títulos ingleses e boas participações na Youth Champions League são fortes credenciais da equipe jovem. Ainda sim, eram raros os jogadores no time de cima.
Forçado a olhar pra base devido a punição que impede o time de contratar, Frank Lampard apostou nos jovens do Chelsea. Ávidos para mostrar serviço, os meninos não decepcionaram. Curto período de adaptação e eles estavam produzindo, tendo bons minutos em campo e decidindo jogos para o Chelsea.
A vitalidade dos garotos parece ter dado nova vida aos mais experientes. Jorginho voltou a ter ótimas atuações comandando o meio-campo, Azpilicueta e Kepa voltaram a ser sólidos pilares dando confiança para o sistema defensivo da equipe.
Um dos símbolos dessa boa fase do Chelsea é Marcos Alonso. O lateral estava na reserva de Emerson Palmieri, e assumiu a posição após lesão do ítalo-brasileiro. Esteve em todos os jogos que o Chelsea venceu, inclusive fazendo gol diante do Newcastle. Ele destaca a importância da mescla no time.
“São muitos novos jogadores que estão aproveitando a chance e mostrando o seu valor. Eles trouxeram uma ótima energia para o time e a mescla com a experiência dos jogadores mais velhos traz um equilíbrio para o time que todos estão aproveitando”, disse o espanhol.
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O setor de mais destaque do time é o ataque. Terceiro melhor da liga (23 gols marcados), conta o vice-artilheiro (Tammy Abraham, oito gols) e é o segundo em finalizações e finalizações ao alvo de acordo com o site da Premier League. Isso mostra como Frank Lampard não abdica do ataque e tenta se impor diante da maioria das equipes que enfrenta.
O começo promissor mostra importantes características do novo treinador: boa capacidade de trabalhar com jovens, inteligência para montar um esquema ofensivo e conseguir extrair o melhor do seu grupo. A defesa ainda é um ponto a ser melhorado, como nos espaços em transições adversárias e bolas paradas, mas o bom começo dá tempo para o treinador.
O desafio principal agora é se manter como um time competitivo e que possa brigar pela vaga na Champions League da próxima temporada – uma vez que o time é inferior a Liverpool e Manchester City, postulantes ao título da PL. Sem ser mais “novidade”, Lampard buscará a consistência para continuar forte na sua primeira temporada como comandante no Chelsea.