Vindo da Lazio por cerca de 36 milhões de libras, tornando-se assim a maior contratação da história do West Ham, Felipe Anderson demorou para “engrenar” com a camisa dos Hammers, tendo marcado apenas um gol nas primeiras dez partidas pelo clube.
No entanto, após a adaptação ao esquema montado pelo técnico Manuel Pellegrini, o brasileiro de 25 anos se tornou importantíssimo para o time de Londres, liderando diversas estatísticas e sendo, no momento, o terceiro brasileiro com mais gols na Europa nesta temporada.
Início de Felipe Anderson no West Ham: adaptação a uma nova função
Atuando pela Lazio na temporada passada, Felipe Anderson registrou quatro gols e sete assistências na liga italiana. O brasileiro atuou de forma consistente como um segundo atacante, sendo um apoio para o centroavante Ciro Immobile.
No 3-5-2 de Simone Inzaghi, o brasileiro era escalado em uma posição mais central, atrás da referência do time. Apesar do ex-santista ter liberdade para correr pelos lados do campo, sua função principal era estar no meio e criar oportunidades claras de gol para a referência do time.
Ao chegar no West Ham, o argentino Pellegrini manifestou o desejo de fazer os Hammers jogarem com um trio de meio-campistas à frente da zaga, dando liberdade para os pontas auxiliarem o atacante central.
Felipe Anderson foi encaixado como um ponta-esquerda, com a clara ideia de ter três atacantes na fase ofensiva do time.
Apesar de já ter atuado nessa função em outras oportunidades, o jogador canarinho sofreu à princípio para entender como se adaptar a função de um “ponta construtor”, criando oportunidades a partir dos lados do campo. Nas primeiras dez partidas, o brasileiro marcou apenas um gol.
A boa fase de Felipe Anderson no West Ham se traduz no excelente momento do West Ham
Nas últimas cinco partidas dos Hammers, a equipe londrina marcou 14 gols. O brasileiro contribuiu com cinco tentos e uma assistência, tendo uma participação direta de aproximadamente 43% do total de gols do time.
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Neste período, os Hammers somam quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota, contra o Manchester City. São 13 pontos conquistados de 18 possíveis.
Para se ter uma ideia da dimensão de progresso: o time londrino somou apenas oito pontos em dez partidas disputadas antes disso.
Felipe Anderson que é, ao lado do goleiro Lukasz Fabiansky, o jogador que atuou em todas as partidas da equipe nesta Premier League (16 jogos), é também o artilheiro do time com seis gols.
O brasileiro também é o líder em passes importantes por jogo, tendo uma média de 1.8.
As boas estatísticas não param por aí. Além de já ter criado quatro chances claras de gol para o time, Felipe Anderson também se aproveita da sua habilidade para driblar e é o líder do time neste quesito, efetuando 1.6 dribles bem-sucedidos por jogo.
É inegável que a ascensão do time de Londres tem como um dos fatores a boa fase do brasileiro. Ele se sente agora confortável com sua posição e tem contribuído com o que tem de melhor: visão de jogo, velocidade e finalização.
A seleção brasileira é uma realidade
Um dos motivos para que Felipe Anderson se transferisse para a Inglaterra na última janela de transferências foi, dita pelo próprio jogador, a possibilidade de estar em uma liga mais atrativa e desta forma receber a sua oportunidade neste novo ciclo da seleção brasileira.
O atleta é, neste momento, o terceiro brasileiro com mais gols atuando na Europa. Ele só perde para Neymar (11) e Richarlison (8) e tem cada vez mais mostrado que merece uma oportunidade no esquadrão do técnico Tite.
Mantendo esta regularidade, é bem provável que esta chance possa aparecer.
Com o 4-3-3 sendo implantado pelo treinador brasileiro e com a fixação cada vez mais imutável de Richarlison como um centroavante, abre-se teoricamente uma vaga para um substituto imediato de Neymar.
A possível convocação de Felipe Anderson abre uma possibilidade segura para que Neymar também possa atuar mais centralizado, como vem fazendo no Paris Saint-Germain.
Por motivos táticos ou não, poucos jogadores brasileiros vem merecendo vestir a camisa da Seleção como Felipe Anderson vem merecendo. O West Ham – e o Brasil – só tem a ganhar.