Ouvimos cada vez mais falar do Fair Play Financeiro no futebol europeu, mas como isso funciona?
O que é o Fair Play Financeiro? Para que serve?
Os clubes europeus precisam adequar suas finanças, com receitas superiores aos seus gastos. Ou seja, não pode gastar mais do que recebe. O Fair Play Financeiro traz lisura, transparência, credibilidade e inibe a lavagem de dinheiro.
“O Fair Play Financeiro não foi criado para punir ninguém, nem criar sanções. Ele visa apenas o desenvolvimento sustentável, explicou o diretor-executivo da Ernst & Young, Pedro Daniel, ao site de apostas online Betway Esportes.
O que os clubes precisam fazer para cumprir com suas obrigações?
Os clubes precisam equilibrar as despesas relacionadas ao futebol – transferências e salários – com as receitas de televisão e ingressos, além das receitas obtidas por seus departamentos comerciais. O dinheiro gasto em estádios, instalações de treinamento, desenvolvimento de jovens ou projetos comunitários está isento.
“Os donos têm permissão para fazer aportes de até 30% da receita do clube. Se não passar disso, não há porque punir”, destaca Pedro Daniel.
“A partir do momento que você tem uma gestão eficaz, com a visão de que as despesas não podem superar as receitas, cresce a possibilidade de atrair os investidores”, completa Maurício Corrêa. .
Quem investiga?

O Órgão de Controle Financeiro de Clubes (CFCB) foi criado pela Uefa para supervisionar a aplicação de seu Sistema de Licenciamento de Clubes e Regulamentos de Fair Play Financeiro.
Como os clubes podem ser punidos se desrespeitarem o Fair Play Financeiro?
O órgão de investigação pode oferecer acordos aos clubes, com punições, incluindo advertências, multas, retenção de prêmios em dinheiro, proibições de transferência, dedução de pontos, proibição de registro de novos jogadores e restrição do número de jogadores que podem ser inscritos nas competições da Uefa .
Como ficou a situação da punição ao Manchester City?
Em março de 2019, a Uefa começou a investigar uma suposta irregularidade financeira do Manchester City. Agora em 2020, a entidade baniu o clube de todas as competições europeias por duas temporadas. A alegação era de que os donos do clube tinham feito aportes ilegais, camuflado receitas.
Mas a Corte Arbitral do Esporte (CAS) reverteu a punição. A multa de 30 milhões de euros foi diminuída para 10 milhões. O clube foi condenado apenas por não ajudar nas investigações, mas não por irregularidades contábeis.
Enquanto o técnico Pep Guardiola apoiou a decisão do CAS de não punir o Manchester City, os treinadores Jürgen Klopp e José Mourinho, de Liverpool e Tottenham, respectivamente, se clocaram contrários.