Fabricio Oya almeja sucesso no Torpedo Zhodino: “Quero marcar o meu nome na história”
Fabricio Oya com a camisa do Torpedo Zhodino. Foto: Divulgação/Instagram
Em suma, atuar em ligas não tão conhecidas no futebol é um grande desafio para os jogadores profissionais, esse é o caso do meia-atacante Fabricio Oya, de 22 anos, que após anos no Corinthians, decidiu aceitar a proposta do Torpedo Zhodino, e ir jogar na Bielorrússia. Desse modo, em entrevista exclusiva a PL Brasil, o jogador contou como está sendo o seu começo na Europa, objetivos na temporada e sua história no Timão.
Primeiros passos
Em primeiro lugar, natural da cidade de Campinas, a 93 Km da capital São Paulo, Oya sempre teve o sonho de se tornar jogador profissional. Assim, foi revelado nas categorias de base do Corinthians. Logo, o atleta vestiu o manto Alvinegro de 2011 a 2021.
“Se você perguntar para os meus pais, a primeira coisa que eu pedi quando nasci foi uma bola. minha vida inteira sempre foi futebol. Meu começo foi difícil, fui reprovado duas vezes (Corinthians), na terceira consegui entrar . De lá pra cá foram só alegrias, diversos gols e títulos, foi tudo um sonho. A base do Corinthians é muito vitoriosa”.
Oya no Sub-13 do Corinthians. Foto: Divulgação/GE
Fabricio Oya foi multicampeão pelo Corinthians
No Timãozinho, o jogador conquistou mais de 10 títulos, dentre eles, a Copa São Paulo de Futebol Junior em 2017 e a Copa do Brasil Sub-17, além de ter sido vice-campeão Brasileiro Sub-20. Desse modo, o meia tem um carinho especial pela Copinha, sendo para ele o sonho de todo garoto da base poder disputar.
“O título mais marcante da base foi o da Copinha em 2017, até por ser o principal torneio da base. Para nós da base, a Copinha é igual a uma Copa do Mundo, ainda mais para os times pequenos que tem a oportunidade de enfrentar os clubes maiores. Fora que jogar no Corinthians para 10, 15, 20 mil torcedores é algo sensacional, uma pressão boa, é uma competição surreal, que abre portas para vários jogadores”.
Oya é o camisa 10 na Copinha
Sendo assim, em 2019, assumiu o protagonismo do elenco que disputou a Copinha e que acabou sendo eliminado na semifinal para o Vasco. O fato de ter que assumir a responsabilidade mesmo sendo tão novo não abalou Oya, pelo contrário, o motivou ainda mais, pois ele marcou sete gols em oito partidas na competição.
“Quando eu era mais novo, e comecei a ganhar destaque, fui lidando com esse protagonismo e passei a gostar disso, gosto de chamar a responsabilidade e ser o cara do time, sei lidar com a pressão. Me considero um jogador técnico, penso rápido, sou bom em bola parada, tenho um bom chute, trabalho as duas pernas, é algo que me ajuda dentro de campo“.
Fabricio é o grande nome do Corinthians na Copinha de 2019. Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians
Fabricio Oya estreia no profissional
Após o torneio, Fabricio subiu para o profissional com Fábio Carille, chegando a fazer sua estreia no Paulistão daquele ano contra o Ituano.
“Entrei após o intervalo, o auxiliar me chamou e me pediu para aquecer, esse curto espaço de tempo entre aquecer e pisar em campo durou uma eternidade, mas na hora que pisei no gramado foi uma felicidade enorme , ainda mais no lugar do Jadson que tem uma história muito grande. Depois comemorei muito com a minha família, foi uma sensação indescritível”.
Oya recebe proposta do Torpedo Zhodino
Por outro lado, no decorrer da temporada, acabou não tendo espaço e foi emprestado ao São Bento e Oeste. De volta ao Corinthians em 2021, Oya foi integrado a equipe Sub-23, mas foi avisado que não fazia parte dos planos da atual comissão técnica. Quando surgiu o interesse do Torpedo, o jogador viu com bons olhos a proposta e decidiu ir para a Europa.
“O meu contrato estava no final, eu jogava no Sub-23, e foi quando me chamaram para dizer que eu não seria aproveitado no profissional naquele momento. quando surgiu o interesse do Torpedo, conversei com a diretoria, seria um desafio diferente, uma oportunidade de respirar novos ares, atuar na Europa. então foram diversos fatores que levaram a essa decisão”.
Amadurecimento profissional e pessoal de Fabricio Oya
O jogador tratou de dizer que o seu tempo no Corinthians foi fundamental para o seu crescimento tanto como atleta quanto no lado pessoal, sendo grato ao período que esteve no Parque São Jorge.
“O Corinthians me ajudou a ser o jogador e o homem que sou hoje. amadureci muito, conheci pessoas e atletas diferentes, jogadores experientes. nesses dois anos que passei no profissional aprendi muito e sou grato”.
Início na Bielorrússia
Na 10ª posição do Campeonato Bielorrusso com 30 pontos em 26 jogos, o Torpedo Zhodino só foi poder contar com Fabricio após dois meses. Já no começo, o atleta buscou mostrar serviço tanto para os companheiros de time quanto para os dirigentes e torcedores do clube
“O começo sempre é difícil. as pessoas aqui são mais reservadas. Nesses cinco meses que estou aqui percebi que o nível é mais físico e organizado“.
Fabrício Oya pelo Torpedo Zhodino. Foto: Victor Glushko/Torpedo Zhodino
Frio extremo e dificuldades com o idioma
Em solo europeu, um dos primeiros fatores que chamaram atenção de Oya foram o clima e o idioma. Na Bielorrússia, a língua oficial do país é o russo, sendo considerada uma das mais difíceis de aprender.
“Está começando a chegar o inverno. No jogo passado meus dedos ficaram roxos devido ao frio. Aqui todo mundo fala russo. Estou aqui a sete meses e já consigo me comunicar bem, falar com todo mundo, não fluente por enquanto”.
Relação com o treinador
O idioma foi um dos obstáculos que o meia-atacante precisou superar nesse inicio, pois o treinador não fala inglês, então Oya tratou de aprender a língua até para melhorar o entendimento do que era pra ser feito dentro de campo pelo técnico.
“Quando eu cheguei o treinador era outro, ele não falava inglês então a comunicação era complicada. o novo técnico fala russo, então decidi focar no aprendizado da língua e assim conseguir entender melhor o que ele espera de mim dentro de campo”.
Estreia na Conference League
A princípio, sendo um dos clubes mais tradicionais da Bielorrússia, o Torpedo Zhodino disputou nesta temporada as qualificatórias da Conference League, novo torneio da UEFA. Assim, a equipe acabou sendo eliminada pelo Copenhagen (DIN), na 2ª rodada. Na ocasião, o brasileiro conseguiu marcar o único gol do time no confronto.
“foi uma oportunidade de fazer história, joguei em um estádio da Eurocopa para 40 mil pessoas, é um clima que eu gosto de jogar”.
Brazucas na Bielorrússia
No campeonato nacional, Oya tem a companhia de outros brasileiros, além de seus colegas de clube, Felipe Veloso (ex-Corinthians) e Matheus Monteiro (ex-Internacional). Desse modo, quando estão de folga, eles se reúnem e até realizam churrascos para diminuir a saudade do país natal.
“Tem um grupo só com os atletas brasileiros que jogam aqui, procuramos sempre estar em contato um com outro, quando estamos de folga nos reunimos e fazemos um churrasco, para matar a saudade de casa e até nos ajudarmos”.
Pandemia e relação familiar
A princípio, Fabricio ainda estava no Brasil, quando a pandemia da Covid-19 começou. E, diferente de boa parte dos atletas em geral, o lado físico não foi o que mais acabou sendo prejudicado.
“Quando começou eu estava no Oeste ainda. eu tenho uma academia e consegui me manter na ativa, pesou mais no lado da rotina, sabe? me afetou mais nessa parte. Meus pais me apoiam muito, não me pressionam e deixam eu decidir o meu futuro. É a primeira vez que eu fico longe mesmo deles, então quando a saudade bate eu ligo para eles, é difícil até acostumar, mas é a vida que eu escolhi”.
La Liga e Seleção Brasileira
Tendo como inspiração na posição, nomes como Iniesta e Xavi, Oya tem o desejo de um dia poder atuar na La Liga. Pois, acha seu estilo de jogo compatível com o que é exigido no Campeonato Espanhol. Além disso, um dos seus grandes objetivos a longo prazo é vestir as cores da Seleção Brasileira. Vale dizer, que o atleta tem passagens pelas categorias de base da Amarelinha.
“A Seleção é um sonho. é algo que enquanto eu estiver jogando profissionalmente é o meu maior sonho”.
Oya na Granja Comary pela Seleção Brasileira. Foto: Divulgação/Meu Timão
Focado para 2022
Em suma, por conta das baixas temperaturas no país, o calendário das competições é similar ao brasileiro. Assim, Fabricio Oya tem como metas para a próxima temporada, poder se destacar com a camisa do Torpedo, e conquistar títulos. Por fim, ao todo, são 15 jogos e dois gols marcados no Leste Europeu.
“O calendário aqui é igual ao brasileiro. em dezembro já estamos de férias devido ao frio extremo. Assim, Na próxima temporada, eu quero fazer o máximo de jogos e gols possíveis. ser campeão da liga e marcar o meu nome na história do clube”.