Final da Eurocopa: Apesar de tudo, a Inglaterra não tinha o que fazer contra a Espanha

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A Espanha derrotou a Inglaterra por 2 a 1 e levantou a taça da Eurocopa de 2024 no Estádio Olímpico de Berlim na tarde deste domingo (14).

Lamine Yamal deu uma assistência para Nico Williams marcar o gol do título no começo do segundo tempo. Cole Palmer entrou na etapa complementar, recebeu uma ajeitada de Jude Bellingham, e empatou a partida. Mas aos 86′, Cucurella deu um passe para Mikel Oyarzabal marcar o gol do título.

A Inglaterra pareceu ter ganhado otimismo ao ver Rodri, talvez o melhor jogador do mundo na sua posição atualmente, não voltar depois do intervalo por conta de lesão, mas um gol no segundo minuto da etapa complementar jogou um balde de água fria nos ingleses.

Moleques decidem para a Espanha

Nico Williams (22 anos e 2 dias) se tornou o segundo jogador mais jovem marcar em uma final da Eurocopa. O recorde ainda pertence ao italiano Anastasi, que marcou na final de 1968 aos 20 anos e 64 dias.

Outro protagonista da Eurocopa é Lamine Yamal, que completou 17 anos nesse sábado (13) e, logo em sua estreia na competição, se tornou o primeiro jogador a dar quatro assistências para a Espanha em uma única edição de qualquer grande torneio masculino.

Mais assistências fornecidas em uma única Eurocopa:

  • 4 – Ljubinko Drulović (2000)
  • 4 – Eden Hazard (2016)
  • 4 – Aaron Ramsey (2016)
  • 4 – Steven Zuber (2021)
  • 4 – Lamine Yamal (2024)

Jejum intacto para a Inglaterra

Já para o lado da Inglaterra, fica o gosto amargo do segundo vice de Eurocopa seguido. Os ingleses perderam para a Itália em casa na Euro de 2021 e agora se viram superados pela Espanha.

Assim, a Inglaterra segue com a seca de 58 anos sem um título, assim como Harry Kane continua sem conseguir erguer um troféu importante na carreira.

Por que a Inglaterra não tinha o que fazer?

Southgate Inglaterra
Southgate em jogo da Inglaterra (Foto: Imago)

A Espanha foi indiscutivelmente a melhor seleção da Eurocopa. Além do 100% de aproveitamento, a seleção espanhola apresentou um futebol vistoso. O técnico Luis de la Fuente conseguiu resgatar a característica dos espanhóis de ter o controle da bola e ser muito perigoso com jogadores talentosos lá na frente.

Por outro lado, a Inglaterra recheada de craques da Premier League e de Jude Bellingham, concorrente à Bola de Ouro, nunca encantou. Chegou à final aos trancos e barrancos, parecendo frágeis na defesa e emocionalmente.

Southgate atribui a falta de futebol da Inglaterra aos desfalques — Marc Guéhi, Kieran Trippier e Luke Shaw, todos lesionados há meses no final da temporada. John Stones quase não jogou pelo Manchester City em 2023/24.

Mas essa desculpa não é o suficiente para uma equipe que tinha 24 jogadores da Premier League à disposição, com jogadores que seriam titulares em qualquer seleção do mundo.

Apenas uma equipe da final não dependeu de placares mínimos, disputa de pênaltis e gols no final para se classificar. A Espanha venceu todos seus sete jogos, passando pela tetracampeã mundial Alemanha e bicampeã da Copa do Mundo França.

Enquanto isso, a Inglaterra sofreu para passar da fase de grupos em um grupo que tinha Dinamarca, Eslovênia e Sérvia. Passou pela Eslováquia na bacia das almas nas oitavas, pela Suíça nos pênaltis e só foi para a final com um gol milagroso no final de Ollie Watkins contra a Holanda.

A Espanha, maior campeã da Eurocopa (quatro títulos), mostrou ao mundo que é possível ter um futebol envolvente, solto e com jovens talentos desfrutando do seu melhor futebol.

Essa é a lição que a Inglaterra tem que absorver na preparação para a Copa do Mundo de 2026.

Romulo Giacomin
Romulo Giacomin

Formado em Jornalismo na UFOP, passou por Mais Minas, Esporte News Mundo e Estado de Minas. Atualmente, escreve para a Premier League Brasil.