Erica Cantona foi um craque com a bola nos pés e um ícone no futebol inglês, tornando-se um marco na equipe do Manchester United. Em contrapartida, era dono de um temperamento explosivo, visto que o jogador colecionou polêmicas praticamente por todos os times em que passou, incluindo a seleção francesa.
Quem é Eric Cantona, ídolo do Manchester United?
Ao mesmo tempo que o francês é lembrado por suas jogadas e belos gols, é impossível não lembrar de algum de seus atos de indisciplina, como por exemplo a icônica voadora no torcedor do Crystal Palace.
O início de sua carreira (e das confusões)
Após passar dois anos nas categorias de base da equipe francesa do Auxerre, subiu para o time principal em 1993, e em novembro do mesmo ano, fez sua estreia entre os profissionais tendo apenas 17 anos.
Mas ao completar a maioridade, acabou tendo de interromper sua carreira por uma temporada, devido à prestação do serviço militar obrigatório.
Tendo sido dispensado em 1985, retornou ao futebol, mas acabou atuando na segunda divisão francesa, sendo emprestado para a equipe do Martigues por um ano e retornando ao Auxerre em seguida, quando assinou seu primeiro contrato como profissional.
Foi então que com apenas 21 anos e em sua segunda temporada no Auxerre, Cantona começou a aparecer para o mundo.
Em 1988, foi convocado para defender o sub-21 da França, onde disputou o Campeonato Europeu de Futebol Sub-21. Ajudou a seleção francesa a conquistar o único título do país na competição, marcando três gols.
Certo dia, o Stade l’Abbé-Deschamps, estádio do Auxerre, acabou sendo castigado por uma forte nevasca. Então todo o time foi até o gramado ajudar na remoção de toda a sujeira, com exceção do goleiro Bruno Martini.
Leia mais: Ryan Giggs: a carreira e os compromissos da lenda do Manchester United
Então um funcionário do clube questionou se o goleiro não poderia ajudar os demais companheiros. Martini acabou fazendo um sinal de desdém da situação, sendo o estopim para que Cantona partisse para cima do seu companheiro e o acertasse com um soco.
Para evitar um alarde ainda maior, o então técnico do Auxerre, Guy Roux, informou ao Canal+ que Martini havia se machucado durante um treinamento de cabeçadas.
Ainda atuando pelo Auxerre, em certo momento da partida contra o Nantes, acabou dando um carrinho com extrema violência em Michel Der Zakarian. Por isso, recebendo uma punição de 60 dias de afastamento dos gramados.
Apesar de todos os problemas causados e a suspensão recebida, o francês conseguiu anotar 13 gols naquela temporada, onde atraiu a atenção do Olympique Marseille – sua equipe de coração, que apesar dos problemas causados, resolveu apostar no atacante e o contratou.
E bastaram apenas seis meses em seu novo clube para que começasse a causar novos problemas.
Primeiro, após a conquista da Campeonato Europeu de Futebol Sub-21, Cantona esperava ver seu nome na lista de convocados pelo técnico Henri Michel para a disputa da Eurocopa daquele ano.
Leia mais: Das minas à estátua: a história de Herbert Chapman no Arsenal
O atacante acabou ficando fora da competição e demonstrou toda sua indignação ao disparar que Michel era um “saco de m…”. Não por menos, acabou suspenso por tempo indeterminado da seleção francesa.
Em seguida, já atuando pelo Olympique Marseille, durante um amistoso contra a equipe russa do Torpedo Moscou, acabou sendo substituído.
Demonstrando toda sua insatisfação com o ocorrido, acabou chutando a bola contra os torcedores adversários, tirou sua camisa e a jogou contra o árbitro. Como resultado, acabou sendo afastado do elenco por um mês.
Com isso, a diretoria optou por emprestá-lo para o Bordeaux até o término da temporada 1988/89, e depois para o Montpellier na temporada seguinte.E de acordo com o publicado no livro “Cantona: The Rebel Who Would Be King”, também não demorou muito para que se envolvesse em confusão no Montpellier.
Após a oitava derrota da equipe no campeonato, Jean-Claude Lemoult conversava com Zakaian – o do carrinho criminoso – demonstrando sua revolta com a facilidade com que o adversário marcou o gol.
Cantona então teria entendido que Lemoult estava reclamando dos seus companheiros de ataque e, dias depois, após uma discussão entre dois grupos de jogadores, arremessou sua chuteira na cara do seu companheiro de equipe.
Com os ânimos acalmados, Louis Nicollin, presidente da equipe do Montpellier, se irritou com o atacante.
“Em meus quinze anos como presidente, esta é a primeira vez que um dos meus jogadores acerta um companheiro. É sério, é inaceitável – você está demitido”.
Leia mais: Terry Cooke: o ‘aluno esquecido’ da Classe de 92
Apesar de um grupo de jogadores terem sido favoráveis a sua saída, Laurent Blanc e o colombiano Carlos Valderrama, dois dos principais nomes do time, agiram a favor do jogador.
Eric então acabou ficando e ajudou o Montpellier a conquistar a Copa da França de 1990, tendo inclusive marcado o gol da vitória na semifinal contra o Saint-Étienne.
Mesmo com mais uma confusão em seu currículo, suas boas atuações fizeram com que o Olympique Marseille o chamasse de volta.
Fez parte do elenco que conquistou o título do Campeonato Francês 1990/91, mas acabou perdendo seu lugar no time durante a temporada após sofrer uma lesão no joelho.
Pelo visto seus oito gols marcados na campanha do título acabaram não convencendo a diretoria, e o jogador acabou sendo negociado com o Nîmes para a temporada seguinte.
E, claro, logo o jogador se viu envolvido em uma nova polêmica em seu novo time. Durante uma partida contra o Saint-Étienne, Cantona discordou da marcação do árbitro e atirou a bola contra ele.
Leia mais: Vinnie Jones: o bad boy da Premier League que virou ator de Hollywood
A princípio recebeu uma suspensão de um mês, mas durante audiência disciplinar, o atacante chamou cada um dos membros presentes de idiota. Resultado: acabou sendo punido com mais dois meses de suspensão.
Então, de certa forma surpreendente, anunciou sua aposentadoria dos gramados aos 25 anos.
Foi então que surgiu a figura de Michel Platini, um dos principais responsáveis por fazer o atacante repensar essa sua decisão de se aposentar.
Platini assumiu o comando da seleção francesa e por ser um grande fã do jogador, afirmou que Cantona seria convocado caso ainda estivesse jogando, e recomendou que o jogador reiniciasse sua carreira na Inglaterra.
Primeiros passos na Terra da Rainha
O atacante então resolveu voltar ao futebol, e sua trajetória na Terra da Rainha quase teve início atuando pelo Liverpool.
Após uma partida entre Liverpool e Auxerre em 1991, Michel Platini procurou o então técnico dos Reds, Graeme Souness, dizendo que tinha um jogador muito talentoso, mas ao mesmo tempo bastante problemático.
Mas o fato de ser problemático acabou tendo um peso maior na balança, o que levou Souness a recusar o jogador.
A equipe do Sheffield Wednesday então demonstrou interesse em contratar o jogador, o convidando para um período de testes.
Mas o inverno acabou castigando a cidade de Sheffield, fazendo com que participasse de apenas um jogo-treino pelos Owls, em uma quadra fechada devido à forte neve.
Leia mais: David Seaman, um goleiro muito além da falha no gol de Ronaldinho em 2002
De acordo o Daily Mail, o então técnico do Sheffield, Trevor Francis, pediu para que o francês permanecesse por mais uma semana na equipe, contando que o tempo melhorasse, o que possibilitaria que o atacante demonstrasse melhor o seu futebol.
Cantona acabou recusando, e em seguida assinou com a equipe que, finalmente, abriu as portas para o francês na Inglaterra: o Leeds , comandado por Howard Wilkinson.
Apesar de ter assinado já em fevereiro de 1992, marcou três gols e teve sua parcela de contribuição na conquista do título do Campeonato Inglês. Era a última temporada antes da era Premier League.
E a temporada 1992/93 não poderia ter começado melhor para o francês. Em agosto de 1992, marcou um hat-trick e ajudou o Leeds a vencer o Liverpool e ficar com o título da Supercopa Inglesa.
Leia mais: Bobby Moore, o zagueiro temido até por Pelé
O Manchester United vinha de um jejum de 25 anos desde o último título da primeira divisão. No ano em que o Leeds foi campeão, os Red Devils acabaram ficando em segundo, aumentando ainda mais a frustração.
Já na temporada 1992/93, a situação dos comandados de Ferguson não levava a crer que o título viria, já que a equipe havia conquistado apenas seis vitórias nos 16 jogos que antecederam a vinda do atacante (com seis empates e quatro derrotas).
Surge uma lenda no lado vermelho de Manchester
Eis então que, no dia 26 de novembro de 1992, Eric Cantona foi anunciado como mais novo reforço do Manchester United, pela “bagatela” de 1,2 milhão de libras, mudando a história do clube.
Fez sua estreia dez dias depois, na partida contra o Manchester City. E três jogos depois, marcou seu primeiro gol com a camisa vermelha, no empate contra o Chelsea por 1 a 1.
Mas não demorou muito para que o jogador voltasse a mostrar seu lado explosivo. No seu primeiro retorno ao Elland Road, um torcedor do Leeds estava importunando-o. Resultado? O francês acabou cuspindo no torcedor e levando uma multa de mil libras.
Confusões à parte, participou de 22 jogos, anotou nove gols e ajudou o Manchester United, 26 anos depois, a voltar a conquistar o título inglês e o primeiro com o atual nome Premier League.
Se mesmo chegando com o campeonato em andamento o jogador já teve um impacto imensurável, estando a temporada seguinte desde o começo mostrou que o francês era o jogador certo para o Manchester United.
Leia mais: Mirandinha: o primeiro jogador brasileiro a jogar na Inglaterra
Foi o artilheiro da equipe com 25 gols marcados, conduzindo a equipe na conquista da Copa da Inglaterra – marcando dois gols na final contra o Chelsea – e do segundo título consecutivo da Premier League, marcando 18 gols na competição.
Para coroar a sua grande temporada, foi eleito o melhor jogador da Inglaterra.
Mas, claro, não poderiam faltar as confusões. Manchester United e Galatasaray se enfrentaram pela segunda fase da UEFA Champions League. No primeiro jogo em Old Trafford, empate em 3 a 3, com o francês marcando o terceiro gol e assegurando a igualdade no placar.
Como o time inglês precisava da vitória no jogo da volta, acabou se irritando com a cera feita pelos donos da casa. Então, ele foi até a beira do gramado e chutou a bola sobre um membro da equipe turca.
Já após o final do jogo, o francês acabou sendo expulso e acabou causando uma grande confusão, tendo que ser escoltado pelos policiais até o vestiário. E o jogador também acabou se desentendo com os policiais na descida para os vestiários.
O volante Roy Keane contou a seguinte história em sua autobiografia:
“No vestiário, Eric ficou louco. Enquanto o resto de nós só queria sair de lá, ele estava determinado a voltar para fora para resolver as coisas com o policial desonesto que estava empunhando seu cassetete. Eric era um rapaz grande e forte. Ele estava falando sério. Ele insistiu que ele ia matar ‘aquele filho da…’. Foram necessários os esforços combinados do auxiliar Brian Kidd, e alguns dos jogadores para contê-lo. Normalmente, eu não teria desistido de uma luta, mas nem mesmo eu estava disposto a lutar. Haviam muitos turcos ali!”
Leia mais Dennis Bergkamp: o símbolo da elegância e genialidade
Bom, se as coisas estavam indo bem em Manchester, pela seleção francesa as coisas não foram como o esperado.
Mesmo contando com grandes nomes, os franceses acabaram ficando de fora da disputa da Copa do Mundo de 1994.
Leia mais: Os 70 anos de Sir Trevor Brooking, elegante meia do West Ham e da seleção inglesa
A voadora de Cantona que deu muita polêmica
Na temporada 1994/95, tudo caminhava para o mesmo roteiro dos dois últimos anos, com o Manchester United caminhando para ficar com mais um título. Ainda mais após a chegada do atacante Andrew Cole, em janeiro de 1995, vindo da equipe do Newcastle e artilheiro da temporada anterior com 34 gols.
Eis então que no dia 25 de janeiro de 1995, acabou sem envolvendo na polêmica pela qual o jogador é lembrado até os dias atuais: o “chute kung-fu”.
No segundo tempo da partida contra o Crystal Palace, acabou se enroscando com o zagueiro Richard Shaw em uma disputa de bola. O bandeirinha então acusou uma falta cometida pelo francês, que acabou sendo expulso em seguida.
Na saída do campo, o francês simplesmente mudou de direção, saiu correndo em direção às arquibancadas e desferiu uma voadora sobre Matthew Simmons, torcedor do Palace.
Leia mais Paul Gascoigne: as loucuras e vícios de um craque inigualável
Posteriormente, também acabou sendo condenado a 14 dias de prisão, mas a sentença acabou sendo anulada e revertida em 120 horas de serviço comunitário.
Sem poder contar com o francês, o Manchester United acabou deixando escapar o seu terceiro título consecutivo da Premier League por apenas um ponto. O Blackburn, do atacante Alan Shearer, se sagrou campeão. Coincidência?
Já não bastasse todas as punições e multas recebidas, o jogador acabou participando de um jogo treino com portões fechados entre o Manchester United e a equipe do Rochdale.
O francês então acabou recebendo uma carta da Federação Inglesa, o alertando sobre a sua participação nesse jogo.
Tal atitude acabou o frustrando ainda mais, fazendo com que cogitasse a se aposentar novamente dos gramados. De acordo com Sir Alex Ferguson, Cantona estava “totalmente aborrecido com a atitude da federação em relação ao jogo que jogou na semana passada”.
Leia mais Alan Shearer: a máquina de fazer gols que dominou o futebol inglês
“Você não pode culpá-lo. Espero ter conseguido convencê-lo de que ele precisa superar o que a FA tem feito, que ele não transgrediu, e disse a ele para ir para casa, para a França, e conversar com sua esposa. Espero que ele mude de ideia”.
Felizmente ele mudou de ideia e, por coincidência, sua primeira partida de retorno acabou sendo justamente contra o grande rival Liverpool.
Cantona era o dono do ataque, e prova disso é que, mesmo perdendo os sete primeiros jogos devido à suspensão, acabou sendo o artilheiro da equipe na temporada.
Resumindo, foi uma peça crucial para que os comandados de Sir Alex Ferguson voltassem a conquistar o título da Premier League. Além do troféu da primeira divisão, a equipe também conquistou o título da Copa da Inglaterra, batendo justamente o Liverpool na final por 1 a 0, com gol do francês.
Como o atual capitão, Steve Bruce, estava lesionado, acabou sendo o escolhido para carregar a braçadeira e assim tornou-se o primeiro jogador não britânico ou irlandês a levantar a taça da competição.
Leia mais Kenny Dalglish: as glórias e tragédias de King Kenny
Na temporada 1996/97, com jogadores como Beckham, Giggs e Scholes se consolidando na equipe, e com a chegada de Solskjær, Cantona seguia regendo o time.
E sob a batuta do francês, que junto com o goleiro Peter Schmeichel foram os jogadores que mais partidas disputaram na Premier League daquele ano (36), os Red Devils levantaram novamente o troféu da competição.
Acabou perdendo o posto de artilheiro para o próprio Solskjær, mas ao final se consagrou como o líder de assistências, totalizando 12 passes para gols e ajudando para que o United fosse a equipe com o melhor ataque da competição com 76 gols.
Mas ao final da temporada, com apenas 31 anos, anunciou – dessa vez de forma definitiva – sua aposentadoria dos gramados, surpreendendo a todos com sua decisão.
Durante sua entrevista para James O’Brien, o jogador revelou que já havia tomado sua decisão antes mesmo do término da Premier League.
Leia mais Gary Lineker, artilheiro carismático e ídolo nacional nos anos 80
O Manchester United enfrentou o Borussia Dortmund na semifinal da UEFA Champions League daquele ano, tendo perdido os dois jogos por 1 a 0. Foi então após a partida de volta em Old Trafford que o atacante acabou informando a Sir Alex Ferguson sua decisão de se aposentar.
Como estava entrando no seu último ano de contrato com o time, Ferguson chegou a pedir para que Cantona permanecesse e o cumprisse, mas o francês já estava decidido.
“Eu era muito apaixonado pelo jogo e sempre disse que quando perdesse essa paixão, eu me aposentava. Claro, ninguém acreditou em mim, mas quando perdi essa paixão, me aposentei. Sem arrependimentos”
Então, após 143 jogos e 64 gols marcados, a camisa sete do Manchester United nunca mais entraria em campo com suas golas levantadas.
O fato de nunca mais ter sido convocado para a seleção francesa desde o incidente da voadora, e vendo que não seria chamado para a disputa da Copa de 1998, também tiveram um peso grande nessa sua decisão de abandonar os gramados.
Não é nenhum exagero afirmar que Cantona nasceu para jogar no Manchester United e também que o jogador foi o responsável pelo ressurgimento do clube. Afinal, o último título da primeira divisão havia sido em 1967, e após a chegada do francês foram quatro títulos em cinco temporadas.
Leia mais Gordon Banks, o melhor goleiro inglês (e um dos melhores do mundo) na história
Tamanha é a sua importância para a história do clube, que em uma votação para a revista oficial dos Red Devils, Inside United, o atacante foi eleito pelos torcedores como o maior jogador da história do clube, recebendo a alcunha de “King Eric”.
Sir Alex Ferguson publicou a seguinte homenagem em um de seus livros.
“Não pretendo rebaixar nem criticar nenhum dos grandes ou bons jogadores durante os meus ano no United, mas havia apenas quatro que eram de classe mundial: Cantona, Giggs, Ronaldo e Scholes.”
Tamanha era a admiração e o respeito de Ferguson com o francês, que o ex-treinador chegou a escrever uma carta para ele, datada em agosto de 1997.
Uma vida agitada mesmo após a aposentadoria
Quatro anos após o adeus dos gramados, Cantona acabou retornando para o futebol, mas dessa vez defendendo a seleção francesa no futebol de areia.
E em 2005, atuando como técnico e jogador, levou a França para a conquista do inédito título da Copa do Mundo de Futebol de Areia.
Em 2002, o Museu Nacional do Futebol Inglês promoveu a estreia do Hall da Fama do Futebol Inglês, e o francês teve seu nome incluído logo nessa primeira edição.
Durante o período em que estava suspenso por conta do incidente com o torcedor do Crystal Palace, atuou na comédia francesa “Happiness Is in the Field”, onde interpretava um jogador de rugby chamado Lionel.
Após a aposentadoria passou a se dedicar ao ramo artístico, não só atuando como também participando da produção e direção de alguns filmes.
Leia mais Didier Drogba: o craque que encantou o Chelsea e infernizou as defesas adversárias
Em 2009, interpretou ele mesmo no filme “Looking for Eric”, onde o carteiro e fanático por futebol, Erich Bishop, contava com os conselhos de seu amigo imaginário, Cantona, para superar os obstáculos que estava passando em sua vida.
O filme foi um dos indicados à Palma de Ouro da 62ª edição do Festival de Cannes, e, inclusive, foi o filme escolhido para a abertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo do mesmo ano.
E não foi somente nas telonas do cinema que o francês deu as caras. Patrocinado pela Nike, era um dos garotos propaganda preferido da empresa, participando de uma série de campanhas da empresa – se lembram da campanha “Joga Bonito”?
O francês acabou retornando ao futebol em janeiro de 2011. O New York Cosmos o apresentou como o novo diretor esportivo do clube, sendo ao lado de Pelé
– Presidente de Honra – um dos pilares para reestruturação do clube.
Mas em 2014 acabou se envolvendo em uma nova polêmica. Cantona estava em um pub londrino acompanhado de uma mulher, quando notou que um paparazzi os estava observando. Foi então que partiu para cima do fotógrafo e o acertou com um soco.
Leia mais Virgil Van Dijk: a ambição, a superação e o domínio do zagueirão do Liverpool
Acabou sendo preso e levado até uma delegacia, sendo liberado algumas horas depois, alegando que socou o fotógrafo por estar sendo “intrusivo demais”.
Após isso, foi demitido do Cosmos. Mas entrou na justiça contra a equipe americana e acabou ganhando a ação, tendo que receber a quantia de 780 mil libras.
Apesar de ter sumido um pouco dos holofotes, o francês as vezes utiliza sua conta pessoal do Instagram para expressar suas opiniões.
Gols bonitos, temperamento explosivo, ídolo, confusões, craque… Enfim, esse é Eric Cantona.