Confira nossa entrevista exclusiva com Richarlison!
Read the exclusive interview with Richarlison in English!
Cinquenta milhões de libras. O valor desembolsado pelo Everton para tirar o brasileiro Richarlison do Watford foi surpresa pra muita gente.
Depois de apenas uma temporada pelos Hornets, Richarlison chegou aos Toffees na última janela cercado de dúvidas e olhares tortos. Mas isso sempre foi assim. E não é mais um problema pra ele.
O tamanho da desconfiança sempre foi proporcional à velocidade com a qual Richarlison a rebate – e não foi diferente em sua estreia pelo Everton, quando marcou duas vezes no empate com o Wolverhampton.
Em entrevista exclusiva com Richarlison, a PL Brasil conversou com o jogador sobre a carreira meteórica, a infância difícil e a vida na Inglaterra. Confira a íntegra da entrevista!
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PL Brasil: Você sempre fala da infância difícil que você teve. Qual foi a sua maior dificuldade e como você começou a jogar futebol?
Richarlison: Acho que a maior dificuldade foi ver minha família passando por momentos difíceis. Aquilo é complicado, mexe com a cabeça da gente. Ainda mais quando você é criança. Eu estudava à tarde e vendia picolé e doce de manhã. Tentava ajudar como podia. Comecei a jogar na minha cidade, lá em Nova Venécia, na escolinha do Régis (ex-Flamengo) e fui parar no Real Noroeste, antes de fazer teste no Figueirense, no Avaí e ir para o América.
PL Brasil: Depois de se destacar por América e Fluminense, você foi direto pra Premier League – algo raro pra jogadores brasileiros, que geralmente passam por outras ligas antes. Como você lidou com essa ascensão rápida na carreira?
Richarlison: Se você pegar a minha carreira, foi tudo muito rápido desde o começo. Saí do Real Noroeste, fui pro América. Lá, eu não fiz nem 15 jogos oficiais na base antes de chegar no profissional.
Quando as coisas são assim, precisa ter cabeça boa e pés no chão. Não pode se iludir, acreditar em tudo que prometem pra você e nem achar que já chegou no topo. Eu tenho consciência de que ainda falta muito pra mim. Tenho só 21 anos, estou começando e ainda tenho muito que conquistar.
PL Brasil: Ao chegar ao Watford, você teve muitas dificuldades com a língua e o clima?
Richarlison: É complicado (risos). Aqui é frio pra caramba e eu cheguei sem falar uma palavra em inglês. Ainda não falo bem, mas pelo menos já entendo e consigo me virar. São as coisas que você precisa enfrentar pra poder crescer e estou muito feliz com esse momento.
PL Brasil: Em 17-18, seu início de temporada foi incrível – e a do Watford também. Porém, ao longo do ano, a equipe teve uma queda de rendimento. A diferença entre os seis grandes e os outros times é uma explicação pra alteração de ritmo durante a temporada?
Richarlison: Acho que foi uma temporada boa pro Watford. No começo do ano, todo mundo falava que a gente iria brigar pra não cair. Só que fizemos um ano muito bom, na minha opinião.
O problema foi que o time não conseguiu manter o ritmo depois de um determinado ponto do campeonato. Normal, é uma competição longa, desgastante. No meu caso, acho que pesou muito a parte física. Eu vinha de quase três temporadas seguidas sem férias. As pernas começaram a pesar e eu senti um pouco.
PL Brasil: O Marco Silva fez questão de levar você pro Everton. Mais uma vez, é um salto alto e rápido na sua carreira. O que você pode dizer do técnico português?
Richarlison: Marco Silva é um grande treinador e tem sido muito importante pra mim aqui. É muito atencioso com os jogadores, explica certinho o que quer que você faça dentro de campo, faz o estilo professor mesmo.
Não tenho dúvidas de que será um dos grandes treinadores da Europa em pouco tempo. Eu sempre joguei bem com ele e espero que possa retribuir essa confiança que ele tem no meu trabalho dentro de campo, entregando o que ele espera de mim para o clube e para os meus companheiros.
PL Brasil: Como foram seus primeiros dias no Everton? Como são seus novos companheiros e quem já é seu amigo nos Toffees?
Richarlison: Tem sido muito bacana. Fui muito bem recebido pelo clube e também pela torcida. Achei muito bacana que, antes mesmo de fazer uma partida oficial, já ganhei música e esse carinho dá moral, né? Estou conhecendo a rapaziada, todo mundo tem sido muito bacana comigo. Me sinto querido aqui.
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PL Brasil: Com os reforços pra essa temporada, até onde você acha que o Everton pode chegar?
Richarlison: Acho que nosso time pode surpreender muita gente. O primeiro objetivo é fazer uma temporada melhor do que a passada e brigar por uma vaga nas competições européias. Mas é um time que está ganhando reforços de peso e pode entrar na Premier League como uma daquelas equipes difíceis de serem batidas.
PL Brasil: Qual é o jogador mais monstro que você enfrentou na PL até agora? Aquele que claramente domina o campo? E qual foi seu melhor companheiro até aqui?
Richarlison: O mais monstro é difícil dizer, em uma liga que só tem monstros (risos). Mas acho que o cara que mais me impressionou foi o De Bruyne. Ele colocou o nosso time na roda no ano passado.
Perdemos de 6, dentro de casa, e saímos aplaudidos. Melhor companheiro, vou escolher não só por ser um grande goleiro, mas também por ter se tornado um grande amigo, que é o Gomes. Tem o Gray também, que é um cara muito legal. Acho que me dei bem com todo mundo, até agora.
PL Brasil: Qual estádio é o mais legal e qual é o mais difícil de jogar?
Richarlison: Eu estava acostumado a jogar nos estádios daqui pelo videogame. É muito surreal estar aqui e jogar em Wembley, no Old Trafford… é um sonho. Não dá pra escolher um.
Difícil todos são, porque os jogos são complicados e a distância da torcida pro gramado é muito pequena. Como os estádios estão sempre cheios, é muita pressão. E eu gosto muito disso.
PL Brasil: Qual torcida mais te encantou na Inglaterra?
Richarlison: A do Watford e a do Everton, com certeza. Fui recebido com muito carinho quanto cheguei ao Watford e agora não foi diferente. A torcida do Everton é muito fanática e, ao mesmo tempo, muito carinhosa com os jogadores. Espero que a gente possa retribuir todo esse afeto dentro de campo, fazendo todos eles felizes nessa temporada.
PL Brasil: Se pudesse contratar só um jogador de outro clube pra ser seu companheiro no Everton, quem seria e por quê?
Richarlison: Acho que o Neymar. É um grande craque, um ídolo de muitos no Brasil, e queria ter a chance de jogar com ele. Tenho certeza que a gente ia dar trabalho ali do lado esquerdo (risos)
PL Brasil: Você prometeu pra PL Brasil a dança do pombo quando fizesse gol e cumpriu, né?
Richarlison: Cumpri minha promessa (risos). O pessoal aqui gostou da dança, até me perguntaram na coletiva sobre isso. E bom que já saiu o gol logo de começo. Isso dá confiança e ainda mais moral. Tomara que venham mais gols.
PL Brasil: Tem alguma história engraçada ou algum perrengue que você passou e pode contar pra gente?
Richarlison: Tem uma história que o Gomes adora me zoar. Uma vez eu pedi pra ele me ajudar a comprar umas roupas novas. Ele disse que ia me levar na Diesel, eu achei isso era posto de combustível e não entendi nada. Depois que ele me falou que era uma marca e me gasta até hoje com essa zoeira (risos).
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