A temporada dos Arsenal até aqui não é das melhores. Após terminar 2019/2020 de forma positiva, vencendo a FA Cup, a expectativa cresceu. Porém, com desempenhos preocupantes, péssimo aproveitamento em casa (quatro derrotas em oito jogos) e queda individual de alguns jogadores, a parte de baixo da tabela se tornou realidade. Dito isso, o otimismo voltou a partir da vitória sobre o Chelsea. Não por acaso, esse jogo inaugurou duas novidades implantadas por Arteta: o 4-2-3-1 e o ingresso do jovem Emile Smith Rowe ao time titular.
Com uma sequência de três vitórias seguidas, vamos buscar entender o impacto do meio-campista de 20 anos nesse bom momento.
Leia mais: Todas as contratações de Pep Guardiola no Manchester City
A trajetória de Emile Smith Rowe até o Arsenal
Emile é cria da base do Arsenal. Além de jogar nas categorias inferiores, teve empréstimos para o RB Leipzig e Huddersfield Town em um curto espaço de tempo. Sua passagem pela equipe alemã teve muito pouco destaque por conta das lesões, um empecilho que ajudou a brecar sua evolução.
Porém, sua temporada no Huddersfield em 2019/2020 teve destaque e ele foi um dos nomes importantes para a equipe na disputa da Championship. Enfim tendo uma sequência de jogos, foi titular em 13 partidas das 19 em que esteve em campo.
Além disso, contribuiu com dois gols e duas assistências. Mais que os números, seu futebol esteve em evidência e garantiu seu ingresso ao time de cima do Arsenal após o empréstimo, em julho desse ano.
Sua função em campo
O garoto vem atuando como um meia-central no 4-2-3-1 utilizado por Arteta, jogando atrás do atacante. Se no 3-4-3 utilizado por quase toda temporada faltava alguém que fizesse essa ligação no meio-campo, agora não falta mais.
Mais do que suas ações com a bola, sua movimentação talvez seja o que mais chama atenção em seu jogo. Mesmo sendo esse meia, ele constantemente cai pelo lado para gerar triangulações e oferecer opção de passe. Ou seja, ele possui características associativas, de aproximação. E faz isso tanto pela esquerda, como pela direita.
O torcedor deve lembrar da dificuldade que o time vinha tendo de propor o jogo, construir jogadas contra defesas fechadas. Com a dinâmica de Smith Rowe, o time fica mais leve e com um jogo mais fluido, já que ele sempre acaba se posicionando por onde a bola está.
Além disso, o jovem sabe pisar na área, ser um infiltrador. Sua assistência para Bukayo Saka, no segundo gol contra o West Bromwich, mostra como é boa sua leitura de espaço para fazer esse tipo de movimento.
Melhorou, mas o caminho é longo
Essa nova versão do Arsenal, com novo esquema e o surgimento de Smith Rowe anima os torcedores. É a chance de o time voltar a ter uma consistência e ganhar pontos que não vinha ganhando.
Claro que ainda é cedo para fazer grandes projeções. Ainda estamos falando de um jogador de 20 anos que naturalmente pode oscilar e, com certeza, não vai ser o diferencial para o time mudar de patamar.
Os Gunners ainda têm carências claras no elenco e precisa se ajustar para voltar a competir de fato por coisas grandes. Mas, para quem estava sem um norte, o cenário já começa a mudar. Muito por conta de uma cria da base do Arsenal.