Dorival Guidoni Júnior, popularmente conhecido como Doriva, é parte importante da história de um tradicional clube inglês, o Middlesbrough. O volante, que atuou no clube entre 2003 e 2006, fez parte da equipe que foi campeã da Copa da Liga Inglesa, em 2004. “Foi um título inesquecível”, afirmou o jogador em entrevista exclusiva à PL Brasil.
PL Brasil entrevista Doriva, ex-Middlesbrough
Doriva chegou ao Boro por indicação de um outro jogador que também fez história por lá, o meia Juninho Paulista.
“Ele já estava no clube. A equipe precisava de um volante e eu estava sem jogar no Celta de Vigo. Eles entraram em contato comigo e eu fui”.
O jogador brasileiro assinou, a princípio, por empréstimo em janeiro de 2003 até o fim da temporada. De indicado, passou a ser peça importante do elenco durante sua permanência. O volante aproveitou a oportunidade e assinou em definitivo com o clube inglês em julho daquele mesmo ano.
Pelo Boro, foram 110 aparições e um gol. À época, o clube vivia um momento completamente diferente do atual, no qual disputa a Championship.
O auge da passagem do brasileiro pelo nordeste da Inglaterra foi o título da Copa da Liga Inglesa conquistado diante do Bolton, em 2004. Pelo caminho ficaram Brighton, Wigan, Everton, Tottenham e Arsenal. Doriva comentou como foi superar os Gunners, que depois seriam campeões ingleses de maneira invicta.
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“O Arsenal era a equipe a ser batida e na semifinal e conseguimos eliminá-los. Foram dois jogos incríveis, ganhamos deles em Londres e no Riverside Stadium, nosso estádio. Foi uma adrenalina fantástica eliminar um oponente do nível do Arsenal. Nos qualificou e credenciou demais para a final”, lembrou o ex-jogador.
A decisão foi disputada em jogo único, no País de Gales, no dia 29 de fevereiro de 2004. O Bolton contava com um time experiente, tendo como destaques Jay Jay Okocha e Youri Djorkaeff.
A equipe do Middlesbrough tinha nomes como Schwarzer, Southgate, Mendieta, Zenden e Juninho. A partida terminou com a vitória dos vermelhos por 2 a 1.
Doriva chegou na Inglaterra já experiente em conquistas: em seu currículo constavam Copa Libertadores, Recopa Sul-Americana, Mundial de Clubes, Copa Conmebol e até um título de Copa das Confederações. Porém afirma que essa conquista teve um sabor diferente.
“A maneira como o povo inglês desfrutou daquele momento foi fantástico. Me lembro que a comemoração na Inglaterra é diferente de tudo que já tinha visto. Foi marcado uma parada para avisar os torcedores e passamos por um trajeto pré-determinado com os torcedores todos nas ruas. Foi uma comoção grande da cidade e isso, lógico, te envolve de uma maneira muito grande”, conta.
Além da Copa da Liga
Doriva comentou sobre a experiência de ter jogado com o hoje treinador dos Three Lions, Gareth Southgate. O técnico, contemporâneo do brasileiro no Middlesbrough, era o capitão da equipe e o brasileiro classificou Southgate não só como “ótima pessoa”, mas como um ser “humano incrível”.
“Ele era o capitão da equipe e se preocupava muito com as questões do campo e fora dele. Sempre perguntava como estava a família, os filhos, se estava legal na escola, a adaptação ao país”, diz.
Doriva não chegou a ser titular absoluto durante a sua passagem, mas era importante peça no elenco do treinador Steve McLaren. Foi titular em partidas como a final da Copa da Liga, por exemplo, e contribuiu para um dos melhores momentos da história do clube.
“Foi uma fase gloriosa, que o clube disputou duas edições da Europa League, sendo finalista em uma delas, campeão da Copa da Liga, semifinal da Copa da Inglaterra. Além disso, ficamos em sétimo lugar no Campeonato Inglês, então foi um momento muito bacana do clube e fazer parte desse projeto foi um momento ímpar na minha vida”, afirma o ex-jogador.
Além das glórias coletivas, Doriva foi eleito, na temporada 2003/04, como melhor estrangeiro do Middlesbrough, fato que lembra com carinho. “Isso marca a vida da gente”, disse o ex-jogador.
Doriva encerrou sua passagem pelo Middlesbrough em julho de 2006 e considera o período vivido na Inglaterra um dos mais positivos da sua carreira e não só pelo que viveu dentro das quatro linhas.
O ex-volante exaltou as qualidades existentes no cotidiano da vida na Terra da Rainha.
“Foi uma oportunidade maravilhosa que Deus me deu de viver num país de primeiro mundo, dos meus filhos aprenderem aquela cultura, o inglês, de conviver na Inglaterra e ver a organização do país”, comenta.
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