Provável novo dono do United não gosta de brasileiros? Inglês tem curioso histórico de declarações

Favorito para se tornar o novo acionista majoritário do Manchester United, o bilionário inglês Sir Jim Ratcliffe coleciona alguns episódios curiosos com brasileiros ao longo de sua empreitada no esporte.

Recentemente, em meio ao processo em que tenta comprar 25% das ações do United, Ratcliffe declarou que o clube não tem feito contratações muito prudentes. Ele citou nominalmente o caso de Casemiro, que chegou em agosto de 2022 por 60 milhões de euros, já aos 30 anos de idade.

Em julho passado, o bilionário tinha dado uma declaração parecida ao criticar outra contratação de um volante brasileiro: Fred, que chegou ao United em 2018 por 59 milhões de euros.

— Eles (Glazers, atuais donos do clube) não acertaram na seleção do treinador, não compraram bem. Eles têm sido o dinheiro burro, o que é evidente com jogadores como Fred. O United gastou uma quantidade imensa desde que (Sir Alex) Ferguson saiu e foi ruim, para dizer o mínimo. Chocantemente ruim, para ser honesto – afirmou na época Ratcliffe, em entrevista ao jornal britânico “The Times”.

Casemiro e Fred chegaram a jogar uma temporada juntos em 2022/23, sob o comando do atual treinador Erik Ten Hag. Os dois foram campeões da Copa da Liga Inglesa e terminaram em terceiro lugar na Premier League. Na última janela, Fred foi negociado com o Fenerbahçe por 15 milhões de euros.

Ratcliffe comparou United ao Nice, onde também teve desavença com brasileiro

Ratcliffe chegou a dizer que o outro clube do qual é dono, o Nice, seria um exemplo a ser seguido em Old Trafford. O inglês também é CEO da Ineos.

— Temos uma abordagem diferente aqui (no Nice), buscando ser moderadamente inteligentes em relação a isso. Tentamos fazê-lo mais a partir da base, procurando jovens talentos. O United tem feito isso muito mal. Eles perderam o rumo – afirmou.

Mas, mesmo no Nice, o dono também colecionou suas polêmicas com brasileiros. O capitão da equipe francesa, o zagueiro brasileiro Dante, desaprovou as mudanças bruscas feitas por Ratfcliffe no comando.

— Para manter um projeto, talvez você precise falar menos sobre objetivos e trabalhar mais em silêncio para criar um ambiente competitivo. (…) No último verão, saíram seis jogadores e chegaram sete. São condições difíceis. Os times que chegam longe nas competições mais difíceis jogam juntos por três ou quatro anos. Nós mudamos tudo a cada janela — desabafou o veterano.

Dante, que hoje tem 40 anos, está no clube desde 2016. Ele viu o Nice chegar em 5º lugar na Ligue 1 em 2021/22, que valeu um lugar na Conference League, mas decepcionou ao terminar apenas em 9º na última temporada. Por isso as críticas às mudanças exageradas.

— Quando o treinador Lucien Favre chegou (em 2022), nós dissemos que estaríamos na Champions League em dois anos. Não funciona assim. Se queremos mirar alto, tempos que nos antecipar às coisas e nos organizar. Está faltando coerência em algum lugar — alfinetou Dante.

Diogo Magri
Diogo Magri

Jornalista formado pela ECA-USP, campineiro e repórter na PL Brasil. Passagens por EL PAÍS, Revista Veja e Futebol Globo CBN.

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